Na chamada reta final da campanha, conforme vemos e o dizem os próprios candidatos, já temos por ai afora muitas pessoas com amizades estremecidas, enquanto outras determinadamente se afastaram para sempre ou por período muito longo, daquelas que lhes foram tão caras e solenes até então.
Vive-se agora o saldo negativo desse período, em que a democracia deveria ter sido uma festa, pois, imprudentes frases foram ditas em forma de pilhéria aos amigos mais caros que se teve até então.
Gestos fortes, obscenos ou não, foram feitos e remetidos a alguém que até então só lhe serviu ou favores lhe pediu.
Ações impensadas, nascidas da emoção eleitoral, reclamam agora de quem as praticou, uma reflexão mais profunda. Valeu a pena agir impensadamente? Quem se vestirá de alguma armadura para lhe defender num instante de infelicidade material ou de ordem social?
Centenas de amizades estão inegavelmente estremecidas e outras não se recomporão mais ou por muitos anos. No balanço final, se foram amigos e verdadeiros irmãos, pois ninguém está obrigado a ver e ouvir o que não pediu, principalmente porque não comunga daquela propaganda e daquela dissertação partidária.
Como resultado da insensatez de apaixonados políticos, vemos discórdias na família, também, por não se saber administrar a situação, tomando-se por base o fato de que ninguém é dono de ninguém e não se pode comungar sempre de um mesmo raciocínio. Aqui a prudência deve ser muito maior e o diálogo jamais poderá ser interrompido.
Pensar é preciso, sobretudo em política, para ao seu final não se ter deixado um rastro de amizades perdidas, pois se sabe que viver em solidariedade deve ser próprio de quem raciocina e bem.
Parece ninguém ter percebido até agora, que todos ou quase todos que disputam cargos, principalmente os de poder maior, e não faz muito tempo, estavam num só clima de harmonia e de braços dados numa mesma caminhada.
Trocavam entre eles mesmos abraços e apertos de mãos; cabiam num mesmo salão de festas luxuosas e de lautos jantares; se acomodavam muito bem e confortavelmente em qualquer lugar onde se respirava poder político.
Tudo era uma festa só e não se ouvia deles uma só crítica ou recomendação em favor do povo, ao governo a quem serviam.
Agora, neste novo momento, todos eles – se separaram – sabem como melhorar o país e a situação dos brasileiros. Já prestaram atenção no que estão divulgando e dos próprios lábios, nas suas plataformas de governo? Vamos às urnas do dia 7, sem muito alvoroço e sem causar mais danos morais aos amigos e familiares que nos restem. A política passa e os amigos sempre deverão existir, pois, sem fraternidade é muito difícil a caminhada neste mundo.
Laços de amizade jamais deverão ser rompidos por causa alguma., principalmente por conta de políticos. Viva a paz e a fraternidade e fortaleçamos a democracia com práticas saudáveis e respeito aos contrários. Que Deus ilumine a quem ganhar as eleições.
Professor Martinho Alves