O deputado federal Julian Lemos (PSL) anunciou nesta segunda-feira (19) a elaboração de um projeto para proibir o comunismo no Brasil. A declaração foi dada durante entrevista no CBN João Pessoa. Para justificar a medida, o parlamentar comparou os militantes da corrente de esquerda aos nazistas. “Um não matou mais do que o outro”, ressaltou, ao justificar que se o nazismo é proibido, o comunismo precisa ser também.
O conteúdo do texto prometido pelo deputado é similar a outro já em tramitação na Câmara dos Deputados, apresentado pelo também deputado do PSL Eduardo Bolsonaro (SP). O texto do parlamentar eleito por São Paulo fala em alterar a Lei Antirracismo para incluir entre os crimes ali previstos o de “fomento ao embate de classes sociais”. A pena prevista é reclusão de um a três anos e multa.
Na entrevista à CBN, Lemos não disse quando vai apresentar a proposta pensada por ele. A posição foi apresentada após tomar conhecido de que o PCdoB trabalha para expulsar de suas fileiras o vereador de João Pessoa, Helton Renê. O parlamentar, atualmente licenciado, foi excluído do grupo de WhatsApp do partido. A medida ocorreu por causa da proximidade com o deputado do PSL.
“Tirou uma foto comigo e foi expulso. Que tipo de democracia é essa neste partido”, disse Lemos, que, em tom de ironia, disse que Renê é um “comunista de araque”, forma de afirmar que o vereador tem linha de atuação mais compatível com a do PSL. O deputado disse que o atual coordenador do Procon de João Pessoa é votado nas igrejas evangélicas, votou nele para deputado federal e, apesar de não revelar, teria votado também em Jair Bolsonaro.
Rusgas no PSL
O deputado do PSL também falou sobre a relação com os filhos de Jair Bolsonaro, relembrando desentendimentos passados. Ele lembra que, como vice-presidente nacional do partido, foi o responsável pela costura que levou o presidente para o PSL. Por tudo o que viveu ao lado do capitão reformado do Exército, garante que pode dizer que é leal ao gestor. Se for perguntado se a recíproca é verdadeira, ele diz que não pode garantir.
As rusgas dentro do partido, segundo ele, têm muito a ver com o poder. “O poder isola, o poder gera sentimentos de amor, de ódio, territoriais, isso é natural que aconteça. Com aquele incidente daquela tentativa de homicídio, que quiseram matar o presidente Jair Bolsonaro, obviamente, isso potencializou muitos sentimentos. Por exemplo, para que você tenha uma guerra, você precisa que dois queiram a guerra. Senão, ela não ocorre. Isso não vai acontecer comigo, primeiro por que eu saio logo de perto. Eu respeito muito Carlos (Bolsonaro). É uma pessoa que eu tenho respeito. Na verdade, até um Twitter que eu tenho foi por que ele que disse ‘Julian, faz um Twitter’. E até evito, porque gera mais problema do que solução aqui no Brasil”, disse. Sobre os desentendimentos do passado com Carlos, ele atribui tudo a um excesso de proteção do filho em relação ao pai.