A megacampanha de João Azevedo contava com uma estrutura presidencial. Produção cinematográfica, comitês suntuosos e fartos materiais de campanha sempre levantaram suspeitas. Uma campanha tão grande e onipresente não custaria apenas os R$ 3,8 milhões declarados à justiça eleitoral.
A delação do braço direito de Ricardo Coutinho e Livânia, Leandro Azevedo, comprova que a eleição de 2018 foi viciada pelo poderoso esquema econômico dos girassóis. Uma máquina de manutenção do poder que atua desde 2005 e que felizmente esbarrou na Operação Calvário.
Leandro revelou, durante longo depoimento do Gaeco (Ministério Público), ter recebido no hotel do Rio de Janeiro, em agosto do ano passado, ou seja, durante a campanha eleitoral, caixa de dinheiro de Michele Cardozo, secretária particular de Daniel Gomes da Silva, chefe da organização criminosa, Leandro revelou que havia nela… R$ 900 mil. O caso foi flagrado pela força tarefa da Operação Calvário.
Ainda segundo o ex-assessor e braço direito da secretária Livânia Farias (Administração) o dinheiro foi usado para financiar a campanha do então candidato João Azevedo, num esquema que envolveu, não apenas caixa 2, mas, especialmente, utilização da propina. O que, sendo verdadeiro, seria o mais grave.
Brasil afora, muitos governantes já foram cassados por uso do caixa 2. E na Paraíba não pode ser diferente.
João Azevedo deve ser cassado e a eleição anulada.