O governo do presidente Joe Biden nos Estados Unidos anunciou nesta quarta-feira (3) que não prevê contatos diretos com o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro. O líder do chavismo venezuelano tem pedido uma melhoria nas relações entre os dois países após as tensões com a Casa Branca no mandato de Donald Trump.
“Certamente não esperamos nenhum contato com Maduro no curto prazo”, disse o porta-voz do Departamento de Estado, Ned Price, chamando o líder venezuelano de “ditador”.
O presidente dos EUA, Joe Biden, assina atos executivos sobre meio ambiente, ao lado da vice-presidente, Kamala Harris, e do enviado especial presidencial para o Clima, John Kerry, na Casa Branca, na quarta-feira (27) — Foto: Mandel Ngan/AFP
Price disse que Biden e a vice-presidente, Kamala Harris, continuarão com a política de Trump de reconhecer o líder opositor Juan Guaidó como presidente interino da Venezuela, considerando-o como líder da Assembleia Nacional democraticamente eleita em 2015.
“O objetivo primordial do governo Biden-Harris é apoiar uma transição democrática e pacífica na Venezuela através de eleições livres e justas e ajudar o povo venezuelano a reconstruir suas vidas e seu país”, disse o funcionário do Departamento do Estado.
“Maduro é um ditador. Sua repressão, corrupção e má gestão geraram uma das crises humanitárias mais assustadoras que este hemisfério já viu”, acrescentou.
Crise na Venezuela
Homem passa em frente a um mural com o rosto de Nicolás Maduro, em Caracas, na Venezuela, em foto de 22 de julho — Foto: AP Photo/Ariana Cubillos
Antiga potência petroleira, a Venezuela vive um desastre econômico, aprofundado desde a chegada ao poder de Maduro, em 2013, uma situação que segundo a ONU provocou a saída do país de mais de 5,4 milhões de pessoas.
Dois anos depois de romper relações diplomáticas com os Estados Unidos, Maduro se declarou dias atrás disposto a estabelecer “um novo caminho” com o novo governo de Biden, “na base do respeito mútuo, no diálogo, na comunicação e no entendimento”.
A Venezuela “está disposta a virar a página e a construir novos caminhos de respeito, diálogo e comunicação diplomática com o novo governo dos Estados Unidos”, disse.