Há muita gente que fala sem pensar, mas ninguém realmente precisa pensar sobre como fazer para emitir sua voz.
Apesar disso, a fala é um processo complexo, que envolve tanto movimentos da boca como vibrações das cordas vocais, dentro da garganta – se as cordas vocais sofrerem lesões, uma pessoa pode perder a capacidade de falar.
Mas talvez haja uma esperança para essas pessoas.
Yukong Wei e seus colegas da Universidade de Tsinghua (China) desenvolveram uma garganta artificial que, quando presa ao pescoço como se fosse uma tatuagem temporária, pode transformar os movimentos da garganta em sons.
A garganta artificial é composta de grafeno – folhas atomicamente finas de carbono – depositado sobre um filme de álcool polivinílico. O dispositivo flexível mede 1,5 por 3 centímetros, ou cerca de duas vezes o polegar de uma pessoa.
Para grudar o filme à pele basta molhar a pele da garganta e aplicá-lo. Eletrodos conectam a tatuagem eletrônica a uma pequena braçadeira, onde vai a parte eletrônica da garganta artificial, incluindo um microcomputador para decodificar os sinais e um amplificador de som e alto-falantes, por onde sai a voz.
Fala artificial
Durante os testes, quando os voluntários imitaram silenciosamente os movimentos da fala, o instrumento converteu esses movimentos em sons emitidos, como as palavras “OK” e “Não”.
Os pesquisadores afirmam que, no futuro, pessoas mudas poderão ser treinadas para gerar sinais com suas gargantas que o dispositivo traduzirá em fala.
Antes disso, porém, a equipe terá de trabalhar na robustez da tatuagem eletrônica, para que ela não resseque e possa ser usada ao longo do dia em condições reais.