Num ano com tantos Fla-Flus eletrizantes, o último deles não poderia ficar atrás. E, neste domingo (18), tricolores e rubro-negros premiaram a torcida que foi ao Maracanã com um duelo de muitas chances dos dois lados, discussões acaloradas e gols. No fim, a vitória por 2 a 1 manteve a equipe de Fernando Diniz com o sonho de encostar no líder do Brasileiro Palmeiras e deu aos torcedores o prazer de gritar “eliminado” para seu maior rival.
O Fluminense chegou aos 48 pontos e reassumiu o segundo lugar da tabela (provisoriamente, já que o Internacional joga na segunda-feira). Já o Flamengo, além de ver sua invencibilidade de 19 jogos chegar ao fim, caiu para o quarto lugar.
O resultado não chega a ser surpreendente. Afinal, esta foi a sexta vitória dos tricolores nos últimos dez Fla-Flus (os rubro-negros venceram outros dois e houve mais dois empates). Mas serve como uma injeção de ânimo a uma equipe que vem de eliminação na Copa do Brasil.
Por causa da paralisação do calendário durante a data Fifa, os dois times terão mais de uma semana para descansar e se preparar para a reta final da temporada. Ambos jogam na quarta-feira, dia 28. Novamente embalado, o Fluminense recebe o lanterna Juventude. Já o Flamengo, que agora deve focar ainda mais nas decisões da Copa do Brasil e da Libertadores, visita o Fortaleza com a missão de não abandonar o campeonato, já que precisa se garantir ao menos no G4.
Foi também um clássico de muitas polêmicas. Muito por causa da arbitragem de Raphael Claus, que não soube administrar as situações de conflito e perdeu o controle do jogo na reta final. Cada equipe terminou o jogo com dois jogadores a menos (Marinho e Cebolinha foram expulsos pelo lado do Flamengo e Manoel e Caio Paulista, pelo Fluminense). Com um detalhe: Felipe Melo, que participou da confusão, não recebeu nenhum cartão, e o zagueiro tricolor levou o vermelho erroneamente em seu lugar.
Nada disso, contudo, tira os méritos do Fluminense pela vitória. Empurrado pelo rival contra sua própria área já no início do jogo, o time de Fernando Diniz soube aproveitar a reviravolta ocorrida na partida quando Santos não conseguiu segurar um chute fraco de Matheus Martins e se chocou com Cano ao tentar recuperar a bola. A arbitragem viu pênalti, e Ganso converteu com categoria, aos 44 do segundo tempo.
A partir daí, o jogo mudou. No segundo tempo, Diniz armou uma retranca quase impenetrável. Colocou quase todos os homens de linha para proteger a área e acabou com os espaços por ali. O Flamengo, então, se viu obrigado a apelar para as bolas levantadas na área. Só que Nino e Manoel levaram a melhor em praticamente todas.
Até que um cochilo da defesa rubro-negra decretou o vencedor da partida. Aos 30, Ganso cobrou rápido uma falta e pegou o rival desarrumado. Cano cruzou para Martinelli, mas a bola passou demais. A liberdade dentro da área rubro-negra era tanta que, o meio-campista teve tempo para recuperá-la e cruzar para Nathan, sozinho em frente ao gol, concluir de cabeça.
Aos 37, Gabigol ainda diminuiu para o Flamengo. Mas já era tarde demais. Com a entrada de Felipe Melo, o jogo deu lugar ao bate-boca, e não houve tempo para mais nada.