Os primeiros meses de 2025 devem ser marcado em Brasília pelas articulações sobre a gestação da federação partidária formada por União Brasil, Republicanos e Progressistas. Juntos, os partidos querem se tornar o maior bloco do Congresso Nacional e sonha em chegar em 200 membros para a eleição de 2026.
A confirmação impacta diretamente na sucessão na Paraíba, onde os três trilham caminhos distintos. O PP de Aguinaldo Ribeiro e o Republicanos de Hugo Motta são aliados do governador João Azevêdo (PSB) e dão sinais de que estarão no projeto liderado pelo socialista no próximo ano.
Por outro lado, o União de Efraim Filho lidera a oposição. Com o desgaste do PSDB do clã Cunha Lima, até pouco tempo maior braço do campo oposicionista, o partido, fruto da fusão do Democratas com PSL, tem se tornado abrigo para deputados, prefeitos e vereadores contrários ao governo Azevêdo.
Caso a federação seja confirmada, como trabalham os presidentes do União, Antônio Rueda, do PP, Ciro Nogueira, além do deputado Arthur Lira (PP-AL), as agremiações partidárias precisarão seguir a mesma posição em eleições por no mínimo quatro anos e atuar como se fossem uma legenda só no Congresso.
A se consolidar, o consórcio partidário – União, Republicanos e PP, traz diretamente um novo ingrediente para sucessão estadual. Na mesa em Brasília, onde ficaria o maior peso? Entre os congressistas filiados às siglas, a maioria absoluta faz parte da base de João Azevêdo. São eles:
Republicanos – Hugo Motta, Wilson Santiago e Murilo Galdino;
PP – Aguinaldo Ribeiro;
União Brasil – Damião Feliciano.
Apenas o senador Efraim Filho (União) é da oposição.
Entre os parlamentares, há um indicativo desenhado de que a presidência da federação poderia ficar com a maior bancada. Se confirmado, caberia ao Republicanos de Motta, Santiago e Galdino liderar as discussões no território paraibano.
E o que pensa Efraim? Provocado pelo autor do Blog durante entrevista ao programa Hora H, da TV Manaíra, na última segunda-feira (06), o senador reconheceu dificuldades para a formalização da federação justamente por conta das divergências regionais. O parlamentar, no entanto, não fechou portas para possibilidade da unidade partidária.
“Hoje [a federação] é muito difícil por conta da realidade local. Nacionalmente todo mundo conversa. O problema é quando vai para definir quem teria o controle aqui. Tem Hugo Motta, Aguinaldo Ribeiro e Efraim Filho. Cada agonia no seu tempo. Vamos aguardar essa projeção nacional pra gente fazer os desdobramentos. Mas, nada é incompatível. Concluo dizendo. Eu sou de construir pontes e não muros. Não acredito no enfrentamento, mas no diálogo”, avaliou.
Em caso de confirmação, os principais impactos são nas candidaturas majoritárias e na formatação das alianças.
Do Republicanos, Adriano Galdino está com o carro na pista para concorrer ao Palácio da Redenção. Hugo Motta tem nome lembrado para disputar o Poder Executivo ou tentar a Senatória. Efraim não esconde o desejo de ser candidato ao Governo.
Quem sairia na vantagem? Alguém apto a ceder ou mudar o roteiro desenhado? Rachas ou recomposições podem acontecer?
Uma novela com desfecho ainda não definido, mas com uma certeza: apta a muitas surpresas até abril de 2026.
A aguardar as cenas dos próximos capítulos.
Por Wallison Bezerra