Nos Estados Unidos, a permissão de emergência para o tratamento com a cloroquina e a hidroxicloroquina contra a covid-19 foi revogada pela FDA (Food and Drug Administration, em inglês), agência tem atuação, nos EUA, semelhante à Anvisa no Brasil.
Os responsáveis pelo órgão declararam nesta segunda-feira (15) que “não é razoável acreditar que os fatores conhecidos e os potenciais benefícios desses produtos superem seus riscos conhecidos e potenciais. Por conseguinte, a FDA revoga o uso emergencial de hidroxicloroquina e cloroquina nos EUA para tratar Covid-19”, apontou a FDA.
Recentemente os EUA enviaram mais de 2 milhões de doses do medicamento para o Brasil.
A agência explica que tomou a decisão com base em novas informações e em uma reavaliação dos dados disponíveis no momento da liberação de emergência para pacientes com Covid-19 no país, publicada em 28 de março.
A FDA acredita que as dosagens do medicamento não têm um efeito antiviral, e que, além disso, os estudos anteriores sobre a diminuição do vírus com o tratamento não foram consistentemente confirmados e uma pesquisa recente randomizada disse que não há diferença e eficiência no uso contra o Sars CoV-2; Diretrizes médicas dos EUA não recomendam o tratamento com as substâncias e o NIH (Instituto Nacional de Saúde dos Estados Unidos) não defende o uso fora de pesquisas clínicas.
Na data da liberação, a FDA permitiu o tratamento apenas para pacientes com casos graves da Covid-19 e internados em hospitais. O medicamento deveria ser administrado por um profissional de saúde com uma receita médica.
Estudos
A polêmica em torno da cloroquina e hidroxicloroquina voltou à tona após o Estudo que parecia ser o mais completo publicado, ser retratado pela revista científica ‘The Lancet’, publicado por ela própria.
Porém, apesar disso, um outro estudo feito com 821 pacientes dos Estados Unidos e Canadá, não encontrou prova de eficácia do uso da hidroxicloroquina na prevenção da Covid-19. A pesquisa foi publicada em 03 de junho, na revista científica “The New England Journal of Medicine”
A pesquisa, conduzida por pesquisadores da Universidade de Minnesota, nos EUA, e mais cinco instituições canadenses, observou também a incidência de efeitos colaterais nos pacientes que consumiram hidroxicloroquina, mas não houve relato de reações mais graves.
Ao The New York Times, um dos autores da pesquisa, David Boulware, afirmou que a mensagem para levar ao público em geral é que, “se você é exposto a alguém com Covid-19, a hidroxicloroquina não é uma terapia preventiva ou de pós-exposição eficaz”
Este foi o primeiro ensaio clínico controlado feito com o medicamento anti-malárico. A publicação diz que ao menos 87,6% dos voluntários relataram uma exposição de alto risco a um paciente portador do vírus Sars-Cov-2.
paraiba.com.br