Um ex-líder das Forças Armadas Revolucionárias Colombianas (Farc), Jesús Santrich, saiu da prisão, foi detido novamente por um novo pedido do Ministério Público na sexta (17) e, neste sábado (18), foi levado a uma clínica médica por “alteração do estado de consciência” e feridas nos braços.
Jesús Santrich enfrenta um pedido de extradição feito pelos Estados Unidos, mas por enquanto a Colômbia não decidiu se o envia aos EUA ou não.
Os crimes cometidos por membros das Farc anteriores a dezembro de 2016 não podem ser motivo para extradição, porque nessa data passou a vigorar um acordo de paz entre o governo e a antiga guerrilha.
A alegação dos norte-americanos é que Jesús Santrich enviou mais de dez toneladas de cocaína para os EUA em 2018. Ele foi preso em abril daquele ano.
O pedido de extradição foi avaliado por um tribunal especial, que avalia os crimes cometidos antes do acordo de paz. Essa juizado decidiu que não havia prova de que o tráfico foi cometido depois de 2016, e mandou soltar Santrich.
Novas evidências motivaram nova prisão
Poucos instantes depois de deixar uma penitenciária em Bogotá, na sexta-feira (17), Jesús Santrich foi recapturado por ordem do Ministério Público do país, que afirmou, por meio de um comunicado que havia novas evidências das ações do ex-guerrilheiro.
Nos arredores da prisão, uma multidão de simpatizantes do partido político fundado pelas Farc após a dissolução da guerrilha receberam Santrich com palavras de ordem. A felicidade, porém, virou tristeza e choro em questão de segundos com a nova ordem de prisão.
Além do ex-líder das Farc, a Polícia Nacional prendeu três pessoas na mesma operação. Uma delas é Marlon Marín, sobrinho de um dos braços direitos de Santrich, Iván Márquez.
Marín aceitou colaborar com a Justiça e foi levado aos Estados Unidos como testemunha. O governo americano também quer a extradição de Santrich para que ele possa responder por crimes no país.
Os promotores afirmaram que o depoimento de Marín está entre as “novas evidências” obtidas pelos funcionários da Direção Especializada contra o Narcotráfico.
“Solicitou-se a um juiz de controle de garantias de Bogotá uma ordem de captura contra Santrich, que foi emitida pelo funcionário judicial e já se fez efetiva”, afirmou o Ministério Público em nota.
Na manhã deste sábado (18), o diretor da penitenciária afirmou que ele se autolesionou levemente nos braços.
g1