O Ministério da Saúde informou ontem (29) que mais da metade das vagas preenchidas no Programa Mais Médicos estão em regiões de alta vulnerabilidade e de extrema pobreza. De acordo com o balanço, dos 8.366 médicos que já estão aptos a se apresentarem aos gestores locais, 53,3% escolheram cidades com maior vulnerabilidade. Os profissionais que escolheram as periferias das capitais e regiões metropolitanas somaram 17,3%.
Segundo o ministério, até as 17h desta quinta-feira, o sistema alcançou 33.542 inscritos com registro (CRM) no Brasil. Desse total, 8.366 profissionais foram distribuídos para atuação imediata. As inscrições prosseguem até dia 7 de dezembro.
Dados repassados pelos municípios apontam que 1.644 profissionais já se apresentaram ou iniciaram as atividades. A apresentação à cidade tem data limite até 14 de dezembro e o começo da atuação deve ser estabelecido junto ao gestor local.
Segundo o ministro Gilberto Occhi, a pasta estuda deslocar médicos que já integram o programa para locais que não tiverem a adesão de novos profissionais. No entanto, apenas com o fim do prazo, o ministério comunicará o que será feito para que a população não fique sem atendimento. O ministro ressaltou que a pasta estará atenta para substituir os profissionais que deixarem os postos escolhidos após assumirem caso haja necessidade. Aqueles que deixarem o programa poderão ter que devolver o custo da passagem e os auxílios que receberem para poderem se fixar no município.
Fonte: Agência Brasil
Os pais sempre querem o melhor para os filhos: a alimentação mais indicada, o calçado mais apropriado e também a melhor cama, tudo para garantir um crescimento saudável e com as bases certas.
É sobre este último ponto que um grupo de cientistas da Sleep Medicine se focou. Para eles, embora a passagem do berço para uma cama seja um importante passo na educação da criança, não há motivos para se ter pressa – se deve deixar o filho dormir no berço até os três anos de idade.
Ao analisarem casos de quem dorme em berços e quem dorme em camas, o grupo concluiu que são os primeiros os que contam com um sono melhor, mais profundo e menos ininterrupto. Por consequência, também os pais irão dormir melhor se não tiverem de se levantar para verificar o filho que acordou.
A amostra de estudo contou com indivíduos provenientes do Reino Unido, Austrália, Estados Unidos, Canadá e Nova Zelândia. A longo prazo, este melhor sono se traduz em uma atitude menos rabugenta e, a nível de crescimento, vai resultar em crianças mais estáveis.
Para complementar essas conclusões, uma psicóloga pediátrica (que não pertence ao grupo de estudo) explica que embora alguns pais vejam o berço como uma espécie de jaula e por isso optem precocemente pela cama, as crianças se sentem mais protegidas em ambientes pequenos.
“Indetectáveis”. Foi com esse grito, de mãos dadas, que pessoas que vivem com HIV deram início à cerimônia que marca os 30 anos de luta contra a aids. Elas comemoram o fato de terem sua carga viral em níveis sequer detectados em testes laboratoriais em razão da adesão ao tratamento com antirretrovirais. Dados do Ministério da Saúde divulgados hoje (27) mostram uma redução de 16% dos casos e óbitos por aids no país nos últimos quatro anos. Segundo a pasta, fatores como a garantia do tratamento para todos, a melhora do diagnóstico, a ampliação do acesso à testagem e a redução do tempo entre o diagnóstico e o início do tratamento contribuíram para a queda.
Os números revelam que, de 1980 a junho de 2018, foram identificados 926.742 casos de aids no Brasil – um registro anual de 40 mil novos casos. Em 2012, a taxa de detecção da doença era de 21,7 casos para cada 100 mil habitantes enquanto, em 2017, o índice era de 18,3 casos. No mesmo período, a taxa de mortalidade por aids passou de 5,7 óbitos para cada 100 habitantes para 4,8 óbitos. O boletim também aponta redução significativa da transmissão vertical do HIV – quando o bebê é infectado durante a gestação – entre 2007 e 2017. A taxa caiu 43%, passando de 3,5 casos para cada 100 mil habitantes para 2 casos.
Homens
Os dados mostram ainda que 73% das novas infecções por HIV no Brasil acontecem entre pessoas do sexo masculino, sendo que 70% dos casos é registrado entre homens que estão na faixa etária de 15 a 39 anos.
Autoteste
O ministério anunciou que, a partir de janeiro de 2019, a rede pública de saúde passa a oferecer o autoteste de HIV para populações-chave e pessoas em uso de medicamento de pré-exposição ao HIV. A previsão é que sejam distribuídas, ao todo, 400 mil unidades do teste, inicialmente nas cidades de São Paulo, Santos, Piracicaba, São José do R io Preto, Ribeirão Preto, São Bernardo do Campo, Rio de Janeiro, Curitiba, Florianópolis, Salvador, Porto Alegre, Belo Horizonte e Manaus.
Tratamento
Ainda de acordo com o boletim epidemiológico, desde 2013, quando os antirretrovirais passaram a ser distribuídos a todos os pacientes soropositivos, independentemente da carga viral, até setembro deste ano, 585 mil pessoas com HIV estavam em tratamento no Brasil. A maioria – 87% – faz uso do dolutegravir, que aumenta em 42% a chance de supressão viral (diminuição da carga de HIV no sangue) em relação ao tratamento anterior. A resposta, neste caso, também é mais rápida: no terceiro mês, mais de 87% dos usuários já apresentam supressão viral.
Luta
Diagnosticada como soropositiva há um ano e meio, a estudante Blenda Silva, 25 anos, conta que é possível seguir normalmente com a vida desde que haja adesão ao tratamento. Sobre os 30 anos de combate ao HIV, celebrados no próximo sábado (1º), Dia Mundial de Luta contra a Aids, ela lembra que muitos perderam a vida ao longo das últimas décadas por causa da doença.
“O número de infectados ainda é muito alto. Nossa mensagem, hoje, é que ainda precisa de prevenção”, disse, ao se referir aos mais de 37 milhões de pessoas que vivem com HIV em todo o mundo. “É uma luta que não precisa ser só de quem é soropositivo, mas de toda a sociedade brasileira”, concluiu.
Fonte: Agência Brasil
O atendimento psicológico online é uma realidade, há alguns anos, no Brasil e no mundo. Atento a esse cenário, o Conselho Federal de Psicologia (CFP) elaborou uma nova resolução com o objetivo de garantir que o serviço seja passível de fiscalização e prestado dentro de padrões éticos. As mudanças passaram a valer a partir dessa semana.
Com a nova resolução, cada profissional precisará se cadastrar no site do CFP, preenchendo um formulário que pede dados pessoais e profissionais, detalhes do serviço que será prestado, indicação das plataformas que serão utilizadas, entre outras informações. Os cuidados que serão tomados em relação ao sigilo do paciente também precisam ser descritos.
O atendimento online é vedado em algumas situações, como quando o paciente estiver em situação de violência ou de violação de direitos. Também não pode ser prestado a vítimas de desastres. Diante da vulnerabilidade desses pacientes, o apoio psicológico deve ser presencial. Além disso, crianças e adolescentes só podem ser atendidos por plataformas online se houver concordância dos pais. Há outras situações em que o serviço é permitido apenas de forma complementar, sendo obrigatório o contato presencial.
“É mais uma maneira de ajudar as pessoas. Mais uma maneira de possibilitar, por exemplo, o atendimento de quem mora longe, quem mora no interior, quem está viajando e quer continuar um atendimento, quem tem dificuldade de locomoção. Há casos também em que a pessoa se sente desconfortável em falar presencialmente, se sentindo mais a vontade no computador”, avalia a conselheira Rosane Lorena Granzotto.
Ela lembra que a demanda por atendimento psicológico é cada vez maior. A Organização Mundial de Saúde (OMS) estima que cerca de 300 milhões de pessoas em todo o mundo sofrem de depressão. Em agosto, reportagens da Agência Brasilmostraram a preocupação das universidades com o aumento significativo de casos de suicídio, depressão, ansiedade e outros quadros relacionados à saúde mental que tem afetado a população jovem.
Aprovada em 11 de maio, a Resolução 11/2018 entrou em vigor nesta semana após a conclusão do prazo estipulado de 180 dias. Segundo Rosane, a iniciativa surgiu tanto a partir da demanda de parte da categoria, como também da necessidade de se adequar à realidade. “Nós estávamos até um pouco atrasados. Agora nos atualizamos. Nossa resolução é similar à de outros países”, diz a conselheira, citando Canadá, Estados Unidos, Inglaterra, Portugal e Espanha.
Discussão antiga
Rosana explica que o uso da tecnologia na profissão é uma discussão que vem sendo feita desde a década de 1990 e a resolução que vigorava até então, de 2012, já previa atendimentos online, mas com muitas restrições. Eram permitidas orientações psicológicas de diversos tipos até o limite de 20 sessões por ano para cada paciente. A psicoterapia era vedada, exceto quando realizadas em caráter experimental para fins de pesquisa. O psicólogo ou psicóloga deveria ainda ter um site exclusivo para a oferta dos serviços online, registrado em domínio nacional e cadastrado no CFP.
“De 2012 para cá, parece que não é tanto tempo. Mas com a rapidez do desenvolvimento tecnológico, nós tivemos muitas mudanças. Nesse período, surgiu o Whatsapp e outras plataformas. Também foi aumentando muito o número de profissionais que estava realizando atendimento online e nós não tínhamos como controlar que tipo de serviço estava sendo oferecido”, diz Rosane.
A partir de agora, não haverá mais limite para o número de sessões por ano e a psicoterapia está liberada. A exigência do site também não existe mais. “Será responsabilidade do psicólogo avaliar as questões técnicas e metodológicas. Caberá a ele avaliar se aquilo que o paciente está buscando é compatível com esse tipo de atendimento. Porque há situações que demandam o atendimento presencial”, afirma a conselheira.
Desde o último sábado (10), o profissional já pode realizar o cadastro no site do Conselho Federal de Psicologia. Segundo Rosane, apenas nos três primeiros dias, foram preenchidos mais de mil formulários. Ela explica que, se o profissional cometer alguma falha ética e for denunciado, ele poderá ser localizado e processado. O CFP também pode aplicar sanções e até cassar o registro profissional. O cadastro é público e fica disponível para a consulta da população. “Sabemos que podem ocorrer violações éticas, mas que também acontecem nas consultas presenciais”, avalia a conselheira. Ela afirma que a resolução busca dar transparência ao serviço, facilitando assim a apuração de desvios de conduta e as denúncias.
A psicóloga Laura Quadros, chefe do Serviço de Psicologia Aplicada da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), reconhece que alguns colegas não são favoráveis ao atendimento online. Em sua visão, porém, trata-se um algo inevitável e desafiante. “Já vivemos na era virtual e temos uma geração que está muito atravessada pela tecnologia. Portanto, um serviço como esse pode ser até um facilitador. Há pessoas que vão se sentir melhor usando essas ferramentas. Isso nos faz rever o modelo tradicional. Quando trabalhamos com pessoas é importante estar aberto ao novo”, avalia. Segundo ela, a resolução abrange os cuidados necessários em relação às situações mais agudas e aos menores de idade.
Experiência individual
Criado há três anos, o Fala Freud é hoje a maior plataforma em operação que oferece atendimento psicológico online, no país. De acordo com o empresário Yuri Faber, um dos fundadores, a ideia surgiu de uma experiência individual. “Eu já estava morando nos Estados Unidos, prestes a me casar, mas com alguns atritos de relacionamento que são comuns na vida de casal. E aí eu procurei minha antiga psicóloga no Brasil e começamos a nos falar por Whatsapp. Comecei a perceber que muitas pessoas poderiam ter interesse em falar com um psicólogo por uma plataforma online“, conta.
De acordo com Yuri, as normas no Brasil estavam ultrapassadas e colocavam limites que já não existem há anos nos Estados Unidos e na Europa. Segundo ele, houve atritos com o CFP até que o conselho sinalizou enfim a elaboração de uma nova resolução e pediu sugestões ao Fala Freud. Yuri Faber aprovou as mudanças.
“Tem muita gente que não quer ir a um consultório, que mora fora do país, que mudou de cidade e não quer perder o vínculo com seu psicólogo. A resolução anterior limitava isso. Uma pessoa que mora no exterior só poderia fazer 20 sessões ao ano, o que corresponde a quatro ou cinco meses. Depois teria que abandonar a terapia”, explica.
Uma das usuárias do Fala Freud é Beatriz Tonon, de 23 anos. Ela sentiu necessidade de recorrer à ajuda profissional depois que se mudou a trabalho de Campinas para São Paulo. São dois anos na capital paulista. Há seis meses, ela recorreu à plataforma e aprovou o resultado. “Desde que vim para cá, minha vida mudou completamente. Meu dia a dia é muito corrido, o ritmo é muito frenético. Eu tenho muita ansiedade. Fico muito preocupada com o que vai acontecer mais à frente”, conta.
Tempo e dinheiro
Beatriz revela que a escolha pelo Fala Freud se deu com base em dois fatores: tempo e dinheiro. Ela chegou a pesquisar valores do atendimento presencial e achou o serviço online mais barato. Ao mesmo tempo, considerou que não teria tempo para o deslocamento até um consultório.
Ela conta que respondeu um questionário apresentando suas necessidades e escolheu uma psicóloga a partir de uma lista de profissionais apresentada pela plataforma, que trazia informações sobre cada um deles. Beatriz diz ter acesso à profissional diariamente e que ela é bastante atenciosa. Os contatos se dão por mensagens de texto e áudios e, uma vez por semana, há uma sessão em vídeo. “Eu consigo contar para ela quando acontece alguma coisa no calor do momento. E ela consegue me ajudar. Não preciso esperar até o dia da próxima consulta”.
Segundo o Fala Freud, desde sua fundação, já passaram pela plataforma mais de 650 mil pessoas. Os psicólogos estão disponíveis 24 horas dia. Alguns moram no exterior. A plataforma afirma que só trabalha com profissionais que têm no mínimo 10 anos de experiência. Também garante que observam a legislação brasileira sobre tráfego de informações e que as mensagens, como no Whatsapp, são criptografadas de ponta a ponta, sendo acessíveis apenas ao psicólogo e ao paciente. A próxima novidade que será anunciada é o atendimento através de planos de saúde. “Em breve, vamos divulgar quais deles já toparam”, diz Yuri.
Fonte: Agência Brasil
O presidente Michel Temer reforçou nesta sexta-feira (16) a informação de que o o governo brasileiro está tomando providências necessárias para preencher as vagas abertas com a saída dos profissionais cubanos do programa Mais Médicos.
Em entrevista coletiva após participar de uma sessão de debates da 26ª Cúpula Ibero-Americana de Chefes de Estado e de Governo, na Guatemala, Temer disse que o ministro da Saúde, Gilberto Occhi, está tomando providências para abrir vagas para médicos brasileiros.
“Estamos preparados para, imediatamente, colocar [substitutos] e não só fazer concursos. Já falei com o ministro Gilberto Occhi com vistas à contratação de médicos para suprir a eventual falta dos médicos, falta dos médicos cubanos”, afirmou.
Nesta sexta-feira (16), o Ministério da Saúde informou que publicará, ainda neste mês, um edital para contratar profissionais brasileiros para preencher 8.332 vagas deixadas pelos cubanos. A expectativa do ministério é que os médicos brasileiros selecionados na nova etapa comecem a trabalhar nos municípios imediatamente após a seleção, o que deve ocorrer ainda neste ano.
O governo de Cuba anunciou, na última quarta-feira (14), a retirada de seus profissionais do programa, por não aceitar as novas exigências impostas aos médicos do país. Criado em 2013, no governo Dilma Rousseff, o programa tem o objetivo de levar assistência médica às periferias e às mais distantes regiões brasileiras.
Aumento para o STF
Temer falou também sobre o aumento para os ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) aprovado pelo Congresso Nacional e que aguarda sanção presidencial. Perguntado se já teria tomado posição sobre o aumento, o presidente disse que está analisando a questão e que mandou fazer um estudo econômico sobre o impacto do reajuste nos cofres públicos.
“Estou examinando, é claro, e sempre vem uma coisa, que não pode haver, digamos, um agravo econômico, ou seja, uma perda econômica, não só para a União Federal, como para os estados federados. Portanto, estou mandando primeiro fazer uma avaliação de natureza econômica – tenho mais tempo para sancionar ou vetar, para decidir mais para adiante”, acrescentou.
Ao ser perguntado sobre a indicação do diplomata Ernesto Araújo para o cargo de ministro das Relações Exteriores, no governo do presidente eleito Jair Bolsonaro, Temer respondeu que não tinha muitas informações a respeito, mas elogiou a escolha, dizendo que tinha ouvido falar muito bem do escolhido.
“O presidente eleito está se esmerando em receber, em escolher nomes da melhor qualidade, da melhor suposição. Essa questão – se vai haver mudança ou não – eu confesso que não estou acompanhando. E, mais uma vez, digo: ‘é uma decisão do presidente eleito’”, ressaltou.
Um pouco antes, Temer participou da primeira sessão de chefes de Estado e de Governo da 26ª Cúpula Ibero-Americana. Em seu discurso, o presidente disse que está trabalhando para que o processo de transição com a equipe de Jair Bolsonaro, para que o novo governo “siga trabalhando de maneira responsável”.
“O Brasil teve [recentemente] suas eleições superiores, onde vimos a eleição de um novo governo e sobretudo do novo presidente da República”, lembrou Temer. “Estamos passando agora por uma transição para que o novo governo possa conhecer de maneira muito branda e tranquila o que temos realizado, para que siga assim trabalhando de maneira responsável.”
Fonte: Agência Brasil
Falta pouco mais de um mês para o Verão, mas os dias estão mais quentes e em algumas localidades já se registram ocorrências de chuvas mesmo em pequena intensidade. Temperaturas altas e precipitação pluviométrica contribuem para a proliferação do mosquito Aedes aegypti – transmissor da dengue, zika e chikungnya. Na Paraíba, este ano, houve um aumento de 214% nos casos de dengue de janeiro a 27 de outubro se comparado com o mesmo período do ano passado, passando de 3.336 para 10.486 casos. No Estado também ocorreu um crescimento de 196% nos casos de zika, passando de 108 (em 2017) para 320 (em 2018), conforme dados epidemiológicos repassados pelo Ministério da Saúde (MS). Apenas os casos de chikungunya obtiveram redução.
Para conscientizar a população sobre esse aumento, orientar a população no combate ao mosquito Aedes aegypti e trabalhar na prevenção das doenças, foi lançada nessa terça-feira (13) a campanha nacional que tem como slogan: “O perigo é para todos. O combate também. Faça a sua parte”.
A Paraíba é um dos 12 estados do País que apresentaram um aumento de casos de dengue e é também um dos sete que registraram casos prováveis da zika em relação ao mesmo período do ano passado. Já sobre os casos de chikungunya houve uma redução de 43% em relação ao ano de 2017.
Divino Martins, coordenador do Programa Nacional de Controle da Dengue do Ministério da Saúde, explicou sobre o papel da população no controle da doença. “Quem transmite essas arboviroses(dengue, zika e chikungunya) é o Aedes. Agora quem conduz essas arboviroses somos nós na medida que esse tráfego de pessoas é permanente e nós temos atualmente no País a presença do Aedes em mais de 90% dos municípios brasileiros”, frisou.
De novembro a maio é considerado um período epidêmico para as doenças transmitidas pelo Aedes aegypti devido ao calor e a incidência de chuvas que são ideais para a proliferação do mosquito. José Braz, coordenador da Sala Nacional de Coordenação de Controle a Dengue, Zika e Chinkungnya, destacou que a campanha acontece justamente nesse período por conta do aumento dos casos das doenças no País. Já Divino Martins pontuou que “no caso da população, além dos cuidados, como não deixar água parada nos vasos de plantas, é possível verificar melhor as residências, apoiando o trabalho dos agentes de endemias”.
Clima favorável ao Aedes
Ainda de acordo com Divino Martins há alguns fatores que contribuem para a proliferação do mosquito e também para a ocorrências das doenças. “Depende de fatores climáticos, apesar de ser o mesmo vetor, depende da temperatura. Vamos fazer uma análise epidemiológica, é preciso ser feito um estudo mais aprofundado. Susceptibilidade da população e predominância do vírus no local são alguns dos motivos para esses aumentos”, explicou.
Para a técnica da Secretária de Vigilância em Saúde, Daniela Bandeira, que estava na coletiva de imprensa do MS, há algumas dificuldades no combate ao mosquito Aedes aegypti. “Um dos maiores obstáculos é educação em saúde. As pessoas têm que se apropriar que isso é importante, que o papel delas tem que ser feito”, frisou. Em alguns estados nota-se que há um relaxamento do combate ao mosquito”, afirmou. Além disso, destacou a importância das pessoas quanto a abertura dos imóveis para a inspeção. Este ano, a proposta é orientar as pessoas como fazer, tendo em vista que muitas habitações ficam fechadas.
Casos de morte
De acordo com a Secretária de Estado da Saúde da Paraíba (SES-PB), de 1 de janeiro a 26 de outubro (43° semana epidemiológica) foram registradas 42 notificações com suspeita de causa de óbito de arboviroses, sendo 3 confirmadas para chikungunya (Pedras de Fogo, Bayeux e Juazeirinho*), 2 confirmadas para zika (Campina Grande e Queimadas) e 13 confirmadas para dengue (3 em Campina Grande, 1 em Sapé, 1 em Aroeiras, 1 em Baraúna, 3 em Coremas, 1 em Barra de Santa Rosa e 1 em Juazeirinho*). Desses casos notificados, 5 estão em investigação e 19 já foram descartados. *Um dos óbitos de Juazeirinho positivou dengue e chikungunya, ou seja, é contado 1 dengue e 1 chikungunya por serem bancos de dados diferentes.
Fonte: Correio da Paraíba
Um estudo feito por pesquisadores do Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo (ICB-USP), com apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), mostra que um fármaco usado no tratamento contra hepatite C crônica é capaz de eliminar o vírus da chikungunya e da febre amarela. Todos os testes para uso humano do Sofosbuvir já foram realizados e com isso é possível que a substância seja empregada em uma eventual epidemia de Chikungunya.
Segundo a pesquisa, as células humanas infectadas in vitro com Chikungunya foram tratadas com o fármaco, que eliminou o vírus sem danificar as células e se mostrou 11 vezes mais efetivo contra o vírus do que contra as células.
Para um dos pesquisadores, o professor Lúcio Freitas-Junior, a utilização do Sofosbuvir para o tratamento da chikungunya é interessante porque o processo para a obtenção de um novo fármaco é demorado, levando em torno de 12 anos, e caro, podendo chegar a R$ 1,5 bilhão.
“O Sofosbuvir é uma droga que passou por todo o processo de aprovação para uso humano. Isso possibilita que ela venha a ser utilizada contra a chikungunya em um ou três anos. O custo seria muito menor, estimado em cerca de US$ 500 mil”, disse.
Explicou que a chikungunya é grave não só por ser uma doença aguda, apresentando quadro semelhante ao da dengue, mas porque pode provocar sequela, dores articulares altamente debilitantes, que se estendem por meses ou anos.
Essas sequelas podem também incapacitar a pessoa a exercer sua atividade profissional e até mesmo a sair da cama.
“Não há vacina desenvolvida e as ferramentas para diagnóstico ainda precisam ser otimizadas. O Sofosbuvir é algo concreto que pode se tornar uma ferramenta poderosa para lutar contra esse vírus. Os resultados de nossa pesquisa possibilitam que as instituições eventualmente interessadas deem início aos ensaios clínicos”, disse Freitas-Junior.
Afirmou que a estratégia de utilizar um medicamento já conhecido para uma outra doença é chamada de reposicionamento de fármacos. Foram testados vários remédios conhecidos, prescritos não só antivirais, mas para outras doenças e condições e o considerado melhor foi o Sofosbuvir.
“Com essa informação, médicos em hospitais podem organizar pequenos protocolos para testar isso em humanos”, disse.
Campanha
A prefeitura de São Paulo anunciou que antecipará para a próxima semana o lançamento do plano de combate ao mosquito Aedes aegypti e reforçará o efetivo de agentes de saúde envolvidos na ação.
Normalmente as campanhas são lançadas em janeiro. Segundo a prefeitura, este ano o combate ao mosquito terá um plano que abrange várias secretarias. Haverá ainda uma sala de situação, comandada pelo infectologista David Uip, que vai monitorar as doenças transmitidas pelo mosquito.
Segundo dados da prefeitura, até outubro deste ano foram registrados 505 casos de dengue no município. No ano passado, foram confirmados 866 casos. Já com relação à febre amarela, este ano foram 13 casos autóctones (adquiridos no próprio município), 107 casos importados e seis mortes. Em 2017 não houve nenhum caso autóctone e foram 28 casos importados.
Foram confirmados ainda 24 casos de chikungunya autóctones e 30 importados este ano. Em 2017, foram três autóctones e um importado. Em 2018, não foram registrados casos autóctones de zika e houve apenas um importado. No ano anterior foram 3 autóctones e um importado.
A prefeitura informou também que, além dos postos de saúde, a vacina contra a febre amarela também será aplicada em estações de trem, Metrô e terminais de ônibus. A meta é imunizar 95% da população em 2019. De setembro do ano passado, quando começou a imunização, até outubro de 2018, foram vacinadas 6,8 milhões de pessoas, o que representa 58,5% da cobertura vacinal.
Fonte: Agência Brasil
Um estudo recente de três pesquisadores da Universidade de Brasília (UnB) evidenciou o desconhecimento de médicos heterossexuais quanto à homossexualidade. Visando identificar percepções equivocadas que podem prejudicar o atendimento de pacientes, Renata Corrêa-Ribeiro, Fabio Iglesias e Einstein Francisco Camargos questionaram 224 profissionais atuantes no Distrito Federal, a partir de um roteiro de perguntas formuladas por estudiosos norte-americanos.
Ao final do experimento, constatou-se que os participantes acertaram, em média, apenas 11,8 dos itens (65,5% das 18 respostas dadas). Alguns deles atingiram somente dois acertos.
O número de erros foi maior entre católicos e evangélicos, que indicaram 11,43 alternativas corretas, em média. A pontuação dos médicos que informaram ter outras religiões ou nenhuma foi de 12,42 acertos.
Os participantes tinham, em média, 42 anos de idade, e eram majoritariamente mulheres (149 profissionais – 66,5%). À época da aplicação do questionário, a maioria (208 pessoas – 92,9%) exercia a atividade após concluir a residência médica.
Os autores do artigo, intitulado O que médicos sabem sobre a homossexualidade? e publicado no início do ano, destacam que a sociedade médica tem alertado, há algum tempo, para comportamentos de profissionais da categoria que podem prejudicar o atendimento do segmento LGBTI (lésbicas, gays, bissexuais, transexuais e intersexuais). Com medo de serem hostilizadas, as pessoas pertencentes a esses grupos podem acabar deixando, por exemplo, de fazer consultas periódicas, tão importantes na detecção de doenças em estágio inicial.
Riscos
O estudo constatou problemas como falta de treinamento de profissionais de saúde, que têm dificuldade de abordar questões relacionadas à sexualidade, presença de barreiras e práticas institucionalizadas consideradas preconceituosas. Segundo os autores, a desinformação dos profissionais de saúde aumenta o risco de adoecimento mental, suicídio, câncer e de contração de doenças sexualmente transmissíveis.
Em alguns casos, apontou a pesquisa, a rejeição dos profissionais de saúde leva à evitação ou ao atraso no atendimento, ao ocultamento da orientação sexual, ao aumento da automedicação ou à busca de informações fora da rede médica, por meio de farmácias, de revistas, de amigos e da internet. Alguns pacientes só procuram o médico em situações de emergência ou em casos extremos, por receio de enfrentarem discursos homofóbicos, humilhações, ridicularizações e quebra de confidencialidade.
Erros
A questão que apresentou o maior percentual de erro, ressaltaram os pesquisadores, foi a 14, que pedia para classificar a informação de que quase todas as culturas têm mostrado ampla intolerância contra os homossexuais, considerando como “doentes” ou “pecadores”. Nesse caso, 154 médicos (68,8%) erraram a pergunta e julgaram o item verdadeiro, 37 médicos (16,5%) indicaram-no como falso, acertando a questão, e 33 (14,7%) não souberam responder.
Um total de 34,4% dos entrevistados não soube responder se a homossexualidade era doença (item 6), 4,9% responderam que sim. O item 10, que afirmava que uma pessoa se torna homossexual por conta própria, foi considerado verdadeiro por 32,1% dos médicos, e 13,8% não souberam responder. “Essa resposta revelou que quase metade dos médicos desconhecia os vários aspectos biopsicossociais relacionados à homossexualidade e a atribuía simplesmente a uma escolha feita pelo indivíduo”, escreveu o grupo de cientistas.
Violência contra LGBTI no Brasil
Em 2017, 445 lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais (LGBTs) foram mortos em crimes motivados por LGBTIfobia. O número, apurado pelo Grupo Gay da Bahia, é o maior desde o início da série do monitoramento, que começou a ser elaborado pela entidade há 38 anos. O índice representa um aumento de 30% em relação a 2016.
Pelo mundo, a comunidade LGBTI tem conseguido galgar avanços na proteção a seus membros contra perseguições e ataques. Em setembro, a Índia descriminalizou a homossexualidade. A despenalização, que tinha como fundamento uma lei britânica de 150 anos, foi garantida por decisão da Suprema Corte do país.