O setor de saúde no Brasil vem apresentando crescimento constante na última década. De acordo com pesquisa realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a área tem uma expectativa de crescimento estimada em 3,8% ao ano até 2025.
Essa expansão ocorre, naturalmente, com um aumento nos investimentos em tecnologia e inovação, de forma a melhorar a eficiência, aumentar a produtividade e elevar a qualidade dos serviços oferecidos. Conforme a pesquisa Moving the Future realizada com 3.500 estabelecimentos de saúde no Brasil, 76% dos CEOs de saúde pretendem investir em tecnologias como softwares de saúde e inteligência artificial no próximo ano.
Nesse sentido, as clínicas de diagnóstico por imagem representam uma das áreas que mais se destacam na adoção de tecnologias inovadoras – e apresenta uma tendência de crescimento acelerado: entre 2011 e 2021, o setor registrou crescimento de 51,9% na região Nordeste, conforme a Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica (Abramed).
Na Paraíba, essa tendência é impulsionada por uma crescente conscientização da importância do diagnóstico precoce e preciso, bem como pela busca por tratamentos de saúde de qualidade e por serviços de tecnologia e suporte regionais, que permitem uma oferta de serviços mais ágil e específica à realidade local.
É o caso de uma clínica referência em cuidados médicos e diagnóstico por imagem na Paraíba. Com a adoção de um novo software de gestão desenvolvido em Pernambuco, a clínica tem experimentado uma transformação notável em suas operações, melhorando o atendimento aos pacientes e simplificando sua gestão interna.
Tecnologia nordestina impulsiona negócios locais
O UniClinika, software adotado pela Nova Diagnóstico por Imagem, é desenvolvido pela T4i Solutions, empresa recifense especializada em desenvolvimento de softwares. Com a implantação do novo sistema, a clínica paraibana substituiu um antigo programa oferecido por uma companhia multinacional.
Segundo Déborah Leite, COO da Nova, a migração para o sistema oferecido por uma empresa regional otimizou o trabalho dos colaboradores, reduzindo custos e oferecendo serviços mais personalizados para o cliente.
“Até recentemente, enfrentávamos desafios significativos em nossas operações diárias com um sistema burocrático, que não nos atendia. Agora os nossos processos estão mais ágeis, nossos colaboradores trabalham melhor e nossos clientes estão mais satisfeitos”, destacou Déborah.
O movimento acompanha uma tendência de maior regionalização na área de tecnologia e inovação no Nordeste: conforme levantamento feito pela edtech Rocketseat, 20% dos desenvolvedores da área de Tecnologia da Informação estão no Nordeste – a segunda posição no país, atrás apenas da região Sudeste.
No caso específico de healthtechs, o Nordeste representa 15,35% do mercado do país, com tendência de aumento de investimentos nos próximos anos, conforme a Associação Brasileira de Startups (ABStartups).
Essa maior oferta de serviços de tecnologia e inovação locais já produz resultados tangíveis. A partir da adoção do UniClinka, a Nova Diagnóstico registrou uma redução de 30% no tempo de agendamento de exames por telefone e de 50% no tempo de atendimento na clínica.
“O problema do sistema anterior era a burocracia, a falta de suporte adequado. Agora, a clínica dispõe de mais tempo para inovar e aprimorar seus serviços”, relata o Head de Tecnologia da Nova Diagnóstico por Imagem, Ricardo Anastácio.
Conforme Gustavo Dourado, sócio da T4i Solutions, uma das razões para o sucesso da implementação na Nova Diagnóstico foi a compreensão da realidade local e das necessidades da empresa. “Realizamos uma verdadeira imersão para compreender os critérios da Nova Diagnóstico”, explica. “A equipe se manteve disponível e foi sempre muito solícita durante esse processo de implantação”, conclui.
O Governo Federal lança, nesta terça-feira (24), o programa Saúde com Ciência, uma iniciativa inédita em defesa da vacinação e voltada ao enfrentamento da desinformação. A proposta faz parte da estratégia para recuperar as altas coberturas vacinais do Brasil diante de um cenário de retrocesso, principalmente nos últimos dois anos, quando foram registrados os piores índices. A propagação de fake news é um dos fatores que impacta na adesão da população às campanhas de imunização.
A estratégia interministerial é coordenada pelo Ministério da Saúde e pela Secretária de Comunicação Social da Presidência da República, com a parceria dos ministérios da Justiça e Segurança Pública, da Ciência e Tecnologia e Inovação, e com a Controladoria-Geral da União (CGU) e Advocacia-Geral da União (AGU), garantindo atuação em diferentes frentes.
Com o objetivo de fortalecer as políticas de saúde e a valorização do conhecimento científico, o Saúde com Ciência é composto por cinco pilares, que envolvem cooperação, comunicação estratégica, capacitação, análises e responsabilização. O programa prevê ainda ações para identificar e compreender o fenômeno da desinformação, promover informações íntegras e responder aos efeitos negativos das redes de desinformação em saúde de maneira preventiva.
Assim, a partir do acompanhamento e análise de fontes de dados relevantes de disseminação de informações falsas no ambiente digital, a meta é desenvolver ações para reduzir e mitigar o efeito negativo desses conteúdos que prejudicam a confiança da população na segurança das vacinas e que impactaram significativamente nas ações promovidas pelo Programa Nacional de Imunizações (PNI) nos últimos anos.
Alertas e análises sobre desinformações identificadas serão publicados no portal do Saúde com Ciência, redes sociais do Governo Federal e em plataformas de mensagens, como WhatsApp. Pelo www.gov.br/saudecomciencia, a população brasileira terá disponível informações confiáveis sobre vacinação e as fake news que circulam na internet. Esses conteúdos podem ser facilmente compartilhados pela audiência, criando uma rede de informações confiáveis.
Será possível também, por meio de um formulário, enviar informações duvidosas para que a equipe do Ministério da Saúde possa responder em seus canais. O site traz ainda um passo a passo sobre como cada um pode denunciar, nos canais oficiais das plataformas digitais, os conteúdos enganosos, contribuindo para reduzir a sua disseminação na internet.
Sertãozinho, PB – A Prefeitura Municipal de Sertãozinho, no coração do agreste paraibano, tem dedicado o mês inteiro a uma programação especial em prol do Outubro Rosa. Este é um mês emblemático, destinado aos cuidados com a saúde da mulher, focando na prevenção e no diagnóstico precoce do câncer de mama.
A extensa lista de atividades inclui serviços como corte de cabelo, manicure, cuidados com as sobrancelhas, além da realização de exames citológicos e valiosas orientações sobre prevenção. A iniciativa abraça não apenas a área urbana, mas também estende seus benefícios às comunidades rurais, levando saúde mais perto daqueles que mais necessitam.
Neste mês, os sítios Canafístula, Lagoa de Baixo e Guabiraba receberam com gratidão as ações promovidas pela prefeitura, fortalecendo assim o compromisso com a saúde e o bem-estar das mulheres do agreste paraibano.
O Outubro Rosa em Sertãozinho é um testemunho do compromisso da administração municipal em promover a saúde e o cuidado preventivo, garantindo que todas as mulheres tenham acesso a serviços essenciais para uma vida mais saudável.
A Paraíba registrou um aumento de 81% na quantidade de casos de esporotricose, uma enfermidade popularmente conhecida como ‘doença dos gatos’ e que provoca lesões na pele. Os dados foram confirmados ao ClickPB nesta terça-feira (17) pela Secretaria de Estado de Saúde da Paraíba (SES).
Como apurado pelo Site, de janeiro a 20 de setembro de 2022 a Paraíba havia contabilizado 237 casos notificados e uma morte. No mesmo período deste ano, foram 431 casos e uma morte.
O Site observou junto ao Ministério da Saúde que a esporotricose atinge os humanos após contato (mordidas ou arranhões) com gatos infectados por um fungo do gênero Sporothrix, que entra no organismo por meio de feridas na pele.
O fungo também pode entrar no organismo humano após trauma e acidentes com espinhos, palha ou lascas de madeira ou contato com vegetais em decomposição. Terra contaminada com o fungo é uma das principais causas da infecção tanto em humanos como em animais.
Veja abaixo quais as principais formas clínicas da doença em humanos.
- Esporotricose cutânea: caracteriza-se por uma ou múltiplas lesões, localizadas principalmente nas mãos e braços;
- Esporotricose linfocutânea: é a forma clínica mais frequente; são formados pequenos nódulos, localizados na camada da pele mais profunda, seguindo o trajeto do sistema linfático da região corporal afetada. A localização preferencial é nos membros;
- Esporotricose extracutânea: quando a doença se espalha para outros locais do corpo, como ossos, mucosas, entre outros, sem comprometimento da pele;
- Esporotricose disseminada: acontece quando a doença se dissemina para outros locais do organismo, com comprometimento de vários órgãos e/ou sistemas (pulmão, ossos, fígado).
Tratamento
O ClickPB notou, com base em dados do Ministério da Saúde, que para confirmação do diagnóstico da doença, o paciente deve procurar ajuda médica quando notar o aparecimento de lesões sem explicação aparente pelo corpo. Após isso, ele será submetido a exames.
Após a confirmação, os pacientes recebem tratamento com o medicamento Itraconazol, um antifúngico específico, fornecido pelo Sistema Único de Saúde (SUS). O tratamento pode durar entre três meses e até um ano e é feito nas Unidades Básicas de Saúde.
Na Paraíba, a SES informou que casos mais graves de esporotricose são atendidos no Hospital Universitário Lauro Wanderley (HULW) em João Pessoa.
ClickPB
Números divulgados nesta terça-feira (3) pelo Instituto de Previdência do Município de Cuitegi-PB (IPMC) mostram a saúde financeira com a evolução patrimonial, tendo mais que dobrado o seu capital na atual gestão, o que demonstra a capacidade gerencial dos recursos que asseguram a sustentabilidade do IPMC.
Criado em 1997, o Instituto viveu um longo período de estagnação, passando a evoluir positivamente somente em 2020 e saltando mais de 100% de 2021 até agosto de 2023.
Com patrimônio atual de R$ 10,2 milhões, sendo grande parte do montante aplicada em renda fixa, um investimento de risco praticamente inexistente. O segurado hoje tem a garantia de que o pagamento é garantido, dentro um calendário planejado que não permite atrasos ou intercorrências.
Prefeito de Cuitegi, Geraldo Serafim (MDB), que está em Brasília em busca de benefícios para o município, disse que os resultados alcançados pelo IPCM são reflexos do cuidado que a gestão tem com o futuro do funcionalismo.
“Quem está aposentado quer ter a garantia de que vai receber e quem está trabalhando também quer ter certeza da aposentadoria em dia. Nós estamos fazendo a nossa parte e se todos tivessem feito no passado com certeza o Instituto teria muito mais dinheiro em caixa do que tem agora”, disse Geraldo.
Presidido por Rosângela Maria Barbosa de Melo, o IPMC é considerado atualmente uma das referências na região em cidades do porte de Cuitegi, mantendo saúde financeira crescente, responsabilidade fiscal e excelência na governança.
De acordo com relatório de evolução patrimonial, as projeções indicam que o IPMC deve continuar evoluindo.
A Justiça da Paraíba autorizou a quebra de sigilo bancário e bloqueio de contas de Samuel Segundo, do ex-funcionário do Hospital Padre Zé, um dos suspeitos de furtar mais de R$ 500 mil em celulares da unidade. A decisão foi do juiz José Guedes Cavalcanti Neto, que acatou o pedido da delegada Karina Torres, da Polícia Civil, no qual a autoridade policial anexou conversas de Samuel negociando a venda dos aparelhos.
De acordo com as investigações, os aparelhos celulares foram doados e o dinheiro deveria ser usado para manutenção do hospital. No pedido da delegada Karina Torres, foram anexadas conversas de Samuel negociando a venda dos aparelhos, e uma conta da mãe dele, Valquíria Veloso Cunha, também foi alvo de pedido de bloqueio e quebra de sigilo, que, também de acordo com as investigações, ela teria recebido pagamentos das vendas.
A delegada Karina Torres afirmou que ficou evidenciado que Samuel Segundo foi incluído no delito de furto qualificado, causando um prejuízo de R$ 525.877,77 referente aos produtos furtados no interior do Hospital Padre Zé.
O g1 procurou a defesa de Samuel, mas a defesa não se pronunciou sobre a ação da Justiça sobre o bloqueio das contas e quebra de sigilo bancário do ex-funcionário do Hospital Padre Zé. Anteriormente, a defesa de Samuel destacou que, alguns dias depois da prisão, foi revogada a prisão e adotada medidas cautelares para que Samuel pudesse responder o caso em liberdade.
Padre Egídio e novo comando do Hospital Padre Zé
A Arquidiocese da Paraíba afastou, em 27 de setembro, o padre Egídio de Carvalho Neto de qualquer ofício ou encargo eclesiástico enquanto durar as investigações sobre irregularidades identificadas no Hospital Padre Zé, de João Pessoa, no período em que ele foi diretor da unidade hospitalar. Na prática, ele fica proibido de ministrar missas ou qualquer outro sacramento da igreja.
A instituição que comanda a Igreja Católica na Paraíba citou o artigo 1.722 do Código de Direito Canônico, que prevê o afastamento de religiosos da igreja em casos de processo penal, para justificar o afastamento do padre Egídio.
O padre Egídio de Carvalho Neto renunciou ao cargo de diretor do Hospital Padre Zé no dia 18 de setembro deste ano, em meio a investigações da Polícia Civil da Paraíba sobre o furto de 100 aparelhos de telefone celular que foram furtados do hospital. Segundo a administração do hospital, toda a diretoria anterior do Hospital Padre Zé renunciou, e os novos dirigentes assumiram as funções imediatamente, para evitar que os serviços prestados pelo hospital fossem interrompidos ou descontinuados.
Em 25 de setembro, em meio às investigações, o padre George Batista foi eleito novo diretor do Hospital Padre Zé, em João Pessoa, após a realização de uma assembleia.
Celulares seriam vendidos para comprar ambulâncias
Os mais de 100 celulares que teriam sido furtados do Hospital Padre Zé foram doados pela Receita Federal, oriundos de apreensões, e seriam vendidos em um bazar solidário para comprar uma ambulância com UTI e um carro para distribuição de alimentos para pessoas em situação de vulnerabilidade.
A denúncia foi feita à Polícia Civil em agosto, imediatamente um inquérito policial foi aberto. Segundo a delegada Maíra Roberta, chefe de gabinete da Delegacia Geral da Polícia Civil da Paraíba, as investigações correm em segredo de justiça. Por causa disso, algumas informações não podem ser repassadas sob pena de prejudicar o curso das investigações.
Ainda assim, ela confirmou que já foram cumpridos uma série de mandados de busca e apreensão em que foram apreendidos aparelhos eletrônicos que agora estão sendo submetidos a perícia. Além disso, uma pessoa já foi indiciada por conta dos furtos.
Ex-funcionário investigado
Durante as investigações, Samuel Rodrigues Cunha Segundo, ex-funcionário do hospital, chegou a ser preso. O suspeito seria coordenador do setor de tecnologia da informação da instituição e foi desligado após a prisão.
A defesa de Samuel destacou, à época, que, alguns dias depois da prisão, a Justiça revogou e adotou medidas cautelares para que ele pudesse responder ao caso em liberdade.
Por meio de nota, foi confirmado que Samuel foi apontado como a pessoa que furtou aparelhos telefônicos do Hospital Padre Zé e ponderou que as tais medidas cautelares determinadas pela Justiça “estão e serão cumpridas integralmente pelo acusado” e que só vai se pronunciar melhor ao fim da investigação em curso.
G1
O Governo Municipal de Jacaraú entregou na manhã desta quinta-feira (28) a nova sede da Unidade Básica de Saúde (UBS) Maria Auxiliadora dos Santos Gomes, localizada na rua João da Motta Silveira.
A nova sede da UBS proporcionará ao público e aos profissionais da saúde um melhor atendimento, qualidade e conforto para todos os cidadãos que irão usufruir dos serviços prestados na unidade básica.
Durante a solenidade de inauguração o doutor Pedro Batista de Carvalho participou e comentou sobre a nova UBS. “Não poderia deixar de comparecer a este evento. Mais um marco do avanço desta administração e um bem para o povo de Jacaraú. Trata-se de saúde e saúde é vida e vida é o dia a dia do nosso povo. Parabéns prefeito Elias, parabéns a todos que fazem parte da administração e esperamos desenvolver a saúde aqui neste posto com a maior lisura possível, com o maior conhecimento possível”, comentou.
O prefeito Elias Costa agradeceu as palavras de doutor Pedro. “Quero agradecer a essa família (Carvalho) que tanto fez e faz e vai continuar fazendo saúde em Jacaraú ao longo dos anos e tem o prazer de ter vivido, de estar vivendo essa época. E nós estamos entregando mais um grande avanço de nossa gestão, mais uma unidade de saúde que vai atender e beneficiar a população desta comunidade. A saúde para nós é uma de nossas prioridades, e para que a saúde de Jacaraú continue avançando estamos entregando esta nova sede para que todos possam ter um melhor atendimento, e possam usufruir, utilizar da melhor maneira possível deste ambiente”, disse Elias.
A secretária de saúde, Daniele Maciel, comemorou a entrega da UBS; “A gente fica muito feliz, a gente sabe que este instrumento (UBS) vai beneficiar a população, mas também o entendimento de cada um, o quanto se fazer importante o SUS. Porque Atenção Básica é isso, é promoção e prevenção de doenças”, comentou a secretária.
“Gosto sempre de frisar isso, temos que cuidar de cada um da melhor forma possível, com humanidade, com respeito… Quero parabenizar a toda equipe de saúde, toda a equipe que se esforçou aqui, a secretaria de infraestreutura, ajudando aqui e também agradecer a família Carvalho que sempre cuidou e vai continuar se dedicando a população de Jacaraú, concluiu o vice-prefeito Márcio Aurélio.
A unidade conta com a seguinte equipe de profissionais:
Médica: Dra Fernanda
Enfermeira: Kalyne
Tec. Enfermagem: Sandra
Dentista: Yasmin
Auxiliar da dentista: Vaninha
Recepcionista: Tânia
Vigia: Leonardo
ACS (Agente Comunitário de Saúde): Fátima Farias, Fátima Coutinho, Edme, Madalena, Gelda
Profissional de educação física: Gabriela
Durante a solenidade estiveram presentes secretários, vereadores, lideranças políticas e a comunidade.
Apesar de todo o acesso à informação e legislação vigente relacionada ao Autismo, a inclusão, principalmente na escola, ainda é um desafio, segundo a fonoaudióloga Jacielle Almeida. Em entrevista ao ClickPB, a profissional que trabalha há quase 20 anos com crianças autistas chamou a atenção para a capacitação dos professores.
“A escola tem que ser inclusiva. Tem que estar preparada para receber essa criança. A capacitação dos professores é um ponto que chama a atenção. Muitas escolas não capacitam os professores para receber essa demanda. O professor tem que saber o que é autismo, como manejar alguns comportamentos, até para saber mediar a interação social dessa criança com os demais alunos da sala de aula. Esse aluno vai precisar que a professora esteja mais atenta”, alertou.
Segundo Jacielle, atualmente muitas escolas têm mais de dois alunos por turma e precisam estar capacitadas para receber essas crianças e saber como manejar tudo o que elas precisarem, para que consigam se desenvolver no ambiente escolar.
“Tem crianças que se desenvolvem e se adaptam super bem na escola. Depende muito de como essa classe o recebe, de como essa professora está preparada para recebe-lo também, e como a escola está preparada junto com toda a equipe escolar para receber essa criança”, destacou.
Conforme apurado pelo ClickPB, de acordo com a Lei Berenice Piana, 12.764/2012, é direito do autista ter um acompanhante especializado na sala de aula, desde que seja comprovada a necessidade. A legislação exige que esse profissional seja especializado em autismo, educação inclusiva ou desenvolvimento infantil.
“As escolas têm que ter. É lei e tem que ser cumprida. Porém, na prática a gente não vê muito bem ela funcionar da forma como deveria. A lei exige que tenha um mediador. Como é lei, a escola tem que separar um profissional que seja capacitado e entenda o que é o autismo e saiba manejar alguns comportamentos que vão ser necessários na lida com o autista. É importante ter essa capacitação e é o que a gente não vê em muitas escolas. Pega qualquer profissional que tem dentro da escola e coloca ali para mediar esse comportamento e as vezes não vai ser tão eficaz quanto uma pessoa que saiba o que é, que saiba quais dificuldades e que entenda como manejar esses comportamentos”, enfatizou Jacielle Almeida, ao ClickPB.
Retardo da fala
Como apurado pelo ClickPB, uma das características do autismo na infância é o retardo da fala. Uma criança autista geralmente demora a falar ou até mesmo apresenta dificuldades em se comunicar com os pais, que devem ficar atentos a esse detalhe já nos primeiros anos de vida, segundo Jacielle Almeida.
“A partir do momento em que os pais percebem que ali por volta dos dois anos a criança não está falando bem, não está formando frases com um vocabulário mais abrangente com mais ou menos 50 palavras, já é para procurar um fono pra se observar. Seja o autismo ou não. A partir do momento em que a criança tem um atraso na fala, no desenvolvimento da linguagem, já é indicativo de procurar ajuda profissional. Muitos pais deixam para depois. Quanto mais cedo iniciar essa intervenção, melhor vai ser o desenvolvimento dessa criança”, alertou.
Apraxia da fala
A apraxia da fala (AFI) é um distúrbio neurológico na condição motora da fala, criando dificuldades na pronúncia de palavras, sílabas, sons e também é uma das características do autismo relacionada à comunicação verbal. De acordo com Jacielle Almeida, a AFI quando tratada corretamente, a criança pode desenvolver e conseguir ter uma perspectiva melhor de vida com o tempo.
“O cérebro deste indivíduo falha na emissão desses fonemas de forma adequada. Para ele, há uma dificuldade muito grande de planejamento motor dos articuladores da fala. Uma das características da apraxia de fala é justamente esses erros na emissão dos fonemas. É uma criança que tem o vocabulário mais pobre, não tem tantas palavras. A criança apráxica entende tudo o que ela fala, mas ela falha nessa produção. Muitas vezes ela fala, mas não é compreendida. Dependendo da intervenção com fonos e psicólogos, ela tem um prognóstico bom e consegue desenvolver. O objetivo do tratamento é fazer com que ela tenha essa qualidade de vida e melhore a produção da sua comunicação”, afirmou.
Diagnóstico tardio
Um dado recente mostrou que o Brasil tem quase 6 milhões de pessoas autistas. Como visto pelo ClickPB, recentemente a atriz Leticia Sabatella, de 52 anos, descobriu que é autista. Assim como ela, outros famosos, como o bilionário Elon Musk e o ator Anthony Hopkins também descobriram que possuem o TEA já na fase adulta. Pra Jacielle Almeida, esse diagnóstico é feito da mesma forma da infância.
“Tem pessoas que têm o nível um de suporte, que essas características são bem sutis, mas com certeza ela teve algum prejuízo ela deve ter tido durante a sua vida toda até a sua idade atual. Algo a levou a procurar e buscar um diagnóstico e entender alguma coisa do comportamento que ela apresentava. São esses sinais: interação social, comunicação social, interesses restritos, padrões repetitivos… que vem desde criança. Ela pode ter tido alguma dessas características mascaradas e não ter levado tanto em consideração e só agora buscou ajuda para entender algo que devia estar incomodando”, concluiu.