As cirurgias eletivas tiveram uma redução de pelo menos 68% na Paraíba por causa da pandemia do novo coronavírus, de acordo com dados fornecidos pela Secretaria de Estado da Saúde (SES). De acordo com o levantamento, no primeiro semestre de 2020, foram realizadas 865 cirurgias eletivas por meio do Sistema Único de Saúde (SUS) no estado, enquanto que, em 2019, no mesmo período, foram realizados 2.740 procedimentos do tipo.
As cirurgias eletivas são consideradas as menos urgentes e que têm data marcada. Segundo os dados da SES, os procedimentos eletivos realizados na rede estadual de saúde também tiveram queda representativa, de mais de 60%. De janeiro a junho de 2019, foram realizadas 1.409 cirurgias, enquanto que até junho deste ano, apenas 559 foram feitas.
Ao G1, o secretário de saúde, Geraldo Medeiros, informou que o programa “Opera Paraíba”, que realiza os procedimentos de menor urgência, foi suspenso temporariamente em decorrência da pandemia da Covid-19. No processo de retomada das atividades, a providência tomada pela SES para realização das cirurgias que não foram realizadas é o retorno do programa.
“O programa vai ser recomeçado no dia 15 de outubro, quinta-feira, inicialmente nos hospitais dos município de Queimadas e Mamanguape. Progressivamente será retomado em mais 10 hospitais paraibanos”, disse.
g1
O ex-presidente do Conselho Regional de Enfermagem da Paraíba (Coren-PB) Ronaldo Miguel Beserra morreu nesta terça-feira (13), em João Pessoa, após ser diagnosticado com Covid-19. De acordo com a família, ele estava internado em um hospital particular da capital desde o dia 5 de outubro.
Ronaldo Beserra nasceu em Sousa, no Sertão, era técnico em enfermagem, enfermeiro, conselheiro do Conselho Federal de Enfermagem (Cofen) e capitão da Polícia Militar da Paraíba (PMPB). Presidiu por duas vezes o Coren-PB e estava concorrendo às eleições da presidência do conselho deste ano, que vão acontecer em novembro.
O Coren-PB emitiu uma nota de pesar pela morte de Ronaldo, onde destacou que ele deixou um legado de luta pela valorização dos profissionais de enfermagem. “Um ser humano capaz de grandes feitos e um profissional que dedicou sua vida aos colegas. É um momento difícil para todos nós”, disse a presidente do conselho, Renata Ramalho, na nota.
O comandante-geral da Polícia Militar da Paraíba, coronel Euller Chaves, também emitiu uma nota de pesar por meio de uma postagem no perfil dele no Instagram.
“É com tristeza que tomamos conhecimento do falecimento do capitão Ronaldo Miguel Bezerra. Profissional da saúde, empenhado na linha de frente de prevenção e combate ao Covid-19, apesar de sua experiência e dedicação, Deus permitiu sua passagem para um bom lugar, através dessa perda muito triste, enaltecemos os profissionais de saúde e segurança pública que perderam suas vidas para salvar tantas outras. Aos familiares e amigos, registramos nossos sentimentos mais escolhidos respeito e admiração, pois nos fará muita falta como amigo e companheiro de lutas diárias”, disse coronel Euller.
Além de atuar na polícia e na enfermagem, Ronaldo Beserra também tentava atuar na vida política. Foi candidato a deputado estadual pelo Avante em 2018 e, este ano, era candidato a vereador pelo PSL.
Fonte: G1PB
O deputado estadual Raniery Paulino (MDB) participou de audiência na Fundação Centro Integrado de Apoio ao Portador de Deficiência (Funad) com a presidente Simone Jordão que recebeu a diretoria da Fraternidade Cristã das Pessoas com Deficiência Física (FCD) de Guarabira, bem como representantes das pessoas surdas.
Na ocasião, o parlamentar comemorou ao saber que o município de Guarabira ganhará um polo de formação de intérpretes de libras.
Ainda na mesma ocasião, o deputado apresentou um pedido para instalação de um serviço para facilitar a emissão da carteira de identificação das pessoas com deficiências e outros pleitos que colaborem com a pauta da acessibilidade local.
Tenho que admitir uma coisa, e é meio embaraçoso…
Sabe, até pouco tempo atrás, eu tinha problemas com cera de ouvido. E não era um “probleminha”, não. Era um problemão nojento e melecado.
Sabe, desde criança, eu nunca gostei de usar cotonetes. Minha mãe empurrava fundo demais na minha orelha quando eu era pequeno, e a memória desconfortável ficou na minha cabeça a vida toda.
Bom, recentemente, depois de anos evitando, eu finalmente tentei usar um cotonete. Eu tive que me preparar, mas finalmente consegui. Só tenho uma coisa a dizer: Péssima Ideia!
Parece que cotonetes não são muito bons em tirar a cera do ouvido. Em vez de tirar, eles empurram a cera mais pra dentro, apertando até que ela endurece e bloqueia o canal do ouvido. Adivinha o que aconteceu comigo?
Isso mesmo, a cera ficou tão espremida, que eu comecei a ter problemas de audição! Fantástico isso, você evita uma coisa por quase 50 anos, e ela só da mais problemas quando você finalmente toma coragem de usar!
E esse nem é o único perigo. Na verdade, eu fui no médico depois do bloqueio, e ele me disse que já houveram estudos conectando acumulo de cera de ouvido com demência.
“A quantidade excessiva de cera de ouvido pode causar perda de audição ou zumbido nos ouvidos. Algumas pessoas sentem vertigem, o que aumenta o risco de quedas. E agora nós estamos vendo relações entre perda de audição, declínio cognitivo e demência.”
O quê? Como assim? Não dá pra acreditar…
Pelo jeito, já que o canal interno do ouvido é responsável por coisas importantes como equilíbrio e audição, o cérebro fica sobrecarregado quando precisa compensar por tímpanos danificados. Essa doeu no fundo…
Doeu porque minha mãe vem lutando com demência esses últimos anos, e tem sido muito difícil para família toda.
Meu médico disse que é especialmente importante remover a cera de ouvido de pessoas idosas. Mas frequentemente ela é ignorada, e é uma das causas mais comuns de problemas auditivos.
Eu penso nos meus filhos, e de jeito nenhum quero fazer uma coisa dessas com eles. Então, eu perguntei ao médico quais eram minhas opções. E acabou que elas são meio limitadas…
Basicamente, ele recomendou que eu tentasse um daqueles kits de limpeza, com água salina que você despeja no ouvido. O único problema é que eu já tinha tentado um desses!
Na verdade, eu já tentei de tudo! Sprays, bombinhas, cotonetes, mas nada deu certo. Então, eu perguntei se não tinha nada que o meu médico pudesse fazer. Bom, tinha, mas ia me custar…
Sabe, já que o procedimento é considerado eletivo, meu convênio não queria cobrir. Eu teria que pagar centenas do próprio bolso. E eu não tenho dinheiro largado por aí. E parece bobo, mas eu estava quase chorando enquanto falava com o médico, e parecia que tinham acabado minhas opções. Mas aí uma coisa incrível aconteceu…
Meu médico, simpatizando com a minha situação, me falou desses negócios chamados Q-Grips. Em vez de empurrar a cera para mais dentro do ouvido, como um cotonete, eles seguram a cera e puxam para fora.
Eu quase não acreditei. Esses Q-Grips pareciam exatamente o que eu precisava. Mas eu quis pesquisar um pouco mais.
Basicamente, são a opção ideal para remover cera de ouvido. Eu fui olhar na minha caixa de cotonetes quando cheguei em casa, e o doutor tinha razão – diz logo ali no pacote, “Não Insira no Canal do Ouvido”. Quando você usa um cotonete, só empurra a cera mais pra dentro, criando um bloqueio. Podem até causar infecções.
Mas os Q-Grips foram especificamente projetados para remover cera. Eles funcionam como um saca-rolhas macio. Você “aparafusa” a ponta macia e flexível dentro do ouvido, e então puxa para tirar a cera. E depois, a cabeça descartável vai direto pro lixo ao toque de um botão.
Minha parte favorita: elas não afundam demais dentro do ouvido. São projetadas pra não causar danos ou irritação.
Desde que os Q-Grips apareceram, cada vez mais pessoas estão jogando fora os cotonetes e escolhendo esse jeito novo de limpar os ouvidos. Até porque, mesmo que você soubesse que usar um cotonete só compactava a cera e piorava o problema, não tinha muito mais o que fazer…
Mas agora, todo mundo prefere o produto inovador que segura e puxa a cera para fora do ouvido.
Milhões de pessoas estão evitando bloqueios no ouvido, perda auditiva e infeções simplesmente optando por Q-Grips…
Desde seu lançamento, Q-Grips estão ESGOTANDO, quase na mesma hora que chegam no estoque… de tão populares.
Isso graças às reviews fantásticas que o pessoal está postando nas mídias sociais, por que eles ainda nem começaram a fazer publicidade! Foi tudo no boca-a-boca…
A maioria das pessoas não sabe que aprenderem a limpar os ouvidos do jeito errado quando eram crianças. Elas veem que saiu cera no cotonete, então assumem que estão limpando os ouvidos. Mas não é bem assim. O que realmente acontece é que a cera é empurrada para dentro do ouvido, o que pode causar desconforto, perda auditiva, infeções, e até um zumbindo.
Q-Grips é um dos melhores produtos que eu já vi que remove a maior parte de cara com segurança, e efetivamente, sem causar nenhum dano. Eu recomendo a todos os meus pacientes, porque, simplesmente, é a melhor ferramenta para limpar os ouvidos que existe, ponto.”
– Dr. Gilberto Alves de Melo, Otorrinolaringologista
Procurei online (Q-Grips não estão nas lojas ainda) e pedi um pacote. (Eles têm uma oferta “Compre 1, Ganhe 1”!)
Alguns dias mais tarde, chegou no correio.
Os Q-Grips funcionaram perfeitamente. Eu só “atarraxei” direto no meu ouvido e quebrou a cera acumulada na hora. Precisei de algumas repetições, mas finalmente chegou ao ponto em que não saia mais nada.
(E, só pra ser honesto, eu senti uma satisfação de verdade. É que nem quando as pessoas gostam de estourar espinhas. Foi incrível me livrar de tudo aquilo…)
Mas a melhor recompensa foi quando minha mãe usou pela primeira vez. A diferença entre antes e depois foi como noite e dia. Finalmente, ela conseguia escutar! Nada mais de zumbidos, e ela disse que o mundo não parecia mais abafado! Pela primeira vez em um bom tempo, não precisou se esforçar pra escutar os pássaros!
Não apenas a audição dela melhorou, mas ao longo dos próximos dias, eu percebi um impacto quase imediato em como a memória e a mente dela ficaram mais alertas e lúcidas. Quem diria que uma coisa tão simples quanto limpar a cera de ouvido poderia melhorar a audição e memória da minha mãe de um jeito tão dramático?
Q-Grips atualmente custam R$215. Eu achei meio caro, no começo. Sério, R$215 por um limpador de ouvido? Mas depois de ver quão bem funcionou com a minha mãe, e depois de usar em mim mesmo, eu mudei completamente de ideia…
Em primeiro lugar, esse negócio limpa meus ouvidos melhor que qualquer cotonete que eu já tentei. Eu fiquei mesmo surpreso com o tanto de cera que saiu do meu ouvido! Mas pelo jeito eu já tinha empurrado muito dessa cera pra dentro com aqueles cotonetes…
Em segundo lugar, faz alguns anos que eu tenho tinnitus. Sabe, aquele tinido constante nos ouvidos? Muito irritante. Mas depois de usar os Q-Grips, o zumbido irritante finalmente sumiu! Não apenas eu me sinto jovem de novo, os Q-Grips ajudaram com a minha audição!
Mas acima de tudo, o efeito positivo na minha mãe idosa valeu esse investimento um milhão de vezes. Ajudar sua família não tem preço, mas eu teria usado toda minha poupança se fosse necessário, só pelos benefícios dos Q-Grips na saúde da minha mãe.
Com tudo isso em mente, R$215 vale absolutamente a pena.
O site oficial dos Q-Grips está com uma forte de 2-por-1 pelas próximas 24 horas. Preciso dizer, todo mundo que usa cotonetes devia jogá-los no lixo imediatamente e encomendar os Q-Grips, eles são bons nesse tanto. Pode acreditar, usar um desses é uma das melhores sensações do mundo.
Em Nota Técnica divulgada neste sábado (3), a qual o ClickPB teve acesso, a Secretaria de Saúde alertou para o risco de surto de Covid-19 entre crianças e jovens de 0 a 19 anos, entre outubro de 2020 e fevereiro de 2021, com a volta das aulas presenciais. Segundo a nota, 20 mil pessoas dessa faixa de idades podem ser infectadas pelo novo coronavírus em caso de descontrole da pandemia na retomada educacional.
Segundo o documento, o Estado da Paraíba tem mais de 994.000 crianças e adolescentes matriculados nos mais variados ciclos educacionais, o que representa 24,63% da população do Estado estimada para 2020. Destes, 81,52% são estudantes da rede pública e 18,48% da rede privada de ensino.
Ao comparar a situação com países que aprovaram a retomada de aulas presenciais, como os Estados Unidos, onde entre os meses de abril a setembro de 2020 autoridades sanitárias norte-americanas e a Academia Americana de Pediatria alertaram para um crescimento expressivo do número de casos da Covid-19 entre crianças e adolescentes, da ordem de 500%, ante ao contexto da retomada das atividades educacionais mediante novos protocolos, em alguns de seus Estados.
Analisando a Paraíba com métodos similares de projeção e análise de riscos para que se orientem tomadas de decisão sobre retomadas das atividades educacionais presenciais, com novos protocolos, pode-se obter crescimento médio do número de casos nas faixas etárias escolares da ordem de um pouco mais de 250%. Isto representaria cerca de 20.000 novos casos nas faixas etárias de 0 a 19 anos entre outubro de 2020 e fevereiro de 2021.
Um cronograma de vacinação contra a Febre Amarela será intensificado a partir desta segunda-feira (5) em toda a Paraíba. Em entrevista ao ClickPB, o chefe de imunização da secretaria de Saúde de João Pessoa, Fernando Virgulino explicou que inicialmente serão vacinadas crianças de 9 meses a menores de 5 anos e a ampliação para outras faixas etária se estenderá até 2021, quando 95% dos paraibanos deverão ter recebido a imunização.
Todos os estados do Nordeste agora passam a ter essa vacina à disposição da população, mesmo sem ser uma região endêmica, após decisão aprovada na Comissão Intergestores Bipartite. Neste mesmo dia, além da campanha contra a Poliomielite, os pais terão a oportunidade de atualizar a Carteira de Vacinação dos seus filhos.
“Inicialmente serão vacinadas crianças de até 5 anos, mas pessoas que irão viajar para áreas de alta circulação do vírus poderão receber a vacina também”, explicou, reforçando que alguns grupos não recebem a vacina como gestantes, pessoas com mais de 60 anos. Já as mães que estão amamentando devem suspender durante 10 dias o processo de amamentação.
De acordo com Isiane Queiroga, chefe do Núcleo de Imunização do Estado, essa é uma das vacinas mais eficazes e seguras, que em decorrência da expansão da densidade e distribuição urbana do , os órgãos de saúde pública do Brasil passaram a considerar a ampliação da vacinação para todo o país.
A Febre Amarela é uma doença infecciosa aguda, febril, de etiologia viral, que ocorre essencialmente nas áreas tropicais da América do Sul e África subsaariana, apresentando alta letalidade que varia de 20-50% nas formas graves. A doença pode ser prevenida por uma vacina de vírus vivo e atenuado, preparada a partir da linhagem 17DD, que induz soroconversão em mais de 95% dos indivíduos vacinados.
O Brasil registrou nesta terça-feira (29) 32.058 novos casos de covid-19 e 863 mortes em decorrência da doença respiratória causada pelo novo coronavírus.
Segundo o Ministério da Saúde, o país agora soma 142.921 óbitos e 4.777.522 casos desde a primeira notificação da doença, registrada no final do mês de fevereiro.
Ainda de acordo com o balanço oficial do governo, 4.135.088 pessoas se curaram da doença e outras 499.513 casos estão em acompanhamento. A taxa de letalidade da covid-19 no Brasil é de 3%.
Desde o início da pandemia, quase 33,5 milhões pessoas foram infectadas em todo o mundo. Do total de doentes, mais de 1 milhão morreram, segundo a Universidade Johns Hopkins.
Veja a situação da covid-19 em cada Estado do Brasil
São Paulo: 979.519 casos
Bahia: 308.252 casos
Minas Gerais: 292.291 casos
Rio de Janeiro: 263.699 casos
Ceará: 239.497 casos
Pará: 229.175 casos
Santa Catarina: 214.261 casos
Goiás: 206.707 casos
Distrito Federal: 191.317 casos
Rio Grande do Sul: 188.253 casos
Paraná: 177.298 casos
Maranhão: 172.845 casos
Pernambuco: 146.325 casos
Amazonas: 137.964 casos
Espírito Santo: 130.636 casos
Mato Grosso: 122.376 casos
Paraíba: 120.654 casos
Piauí: 95.227 casos
Alagoas: 86.549 casos
Sergipe: 77.280 casos
Rio Grande do Norte: 69.013 casos
Mato Grosso do Sul: 68.963 casos
Tocantins: 67.479 casos
Rondônia: 65.673 casos
Roraima: 50.185 casos
Amapá: 48.054 casos
Acre: 28.030 casos
R7
Por que estudar o uso do tocilizumabe para Covid-19? A identificação de que casos graves de Covid-19 parecem estar associados a estados inflamatórios exacerbados levou à hipótese de que drogas com atividade imunomoduladora ou anti-inflamatória poderiam ter algum papel na terapia da doença.
Estudos têm demonstrado que pacientes que desenvolvem quadros graves de Covid-19 apresentam marcadores inflamatórios elevados quando comparados com pacientes com quadros leves e moderados. Um marcador que têm chamado atenção é a IL-6, cujos níveis elevados têm sido associados a pior prognóstico.
A IL-6 é uma citocina secretada por macrófagos, monócitos e neutrófilos envolvida na resposta inflamatória, promovendo diferenciação de células B e T, produção de proteínas de fase aguda e ativação de osteoclastos. Níveis elevados de IL-6 são uma das características principais das tempestades de citocinas e da síndrome de liberação de citocinas, situações clínicas em que marcada elevação de resposta inflamatória e alto risco de desenvolvimento de dano orgânico. Além disso, estudos em humanos e animais sugerem que a elevação de IL-6 está associada a estados de hipercoagulabilidade, também presentes em casos graves de infecção por SARS-CoV-2.
Tocilizumabe (Actemra®/RoActemra®) é um anticorpo monoclonal humanizado com ação na IL-6 solúvel e no sítio de ação do receptor de IL-6 localizado na membrana das células-alvo, bloqueando a formação do complexo transmembrana ativo formado em associação com a proteína gp130. Também é capaz de bloquear a trans-sinalização mediada pela IL-6, associada aos efeitos pró-inflamatórios dessa citocina.
Atualmente, tocilizumabe tem aprovação para uso no tratamento de doenças autoimunes, como artrite reumatoide refratária e artrite idiopática juvenil, e de síndrome de liberação de citocinas secundária ao uso de algumas imunoterapias. Entretanto, sua ação nas vias inflamatórias mediadas pela IL-6 motivou a investigação de seu potencial terapêutico em casos graves de Covid-19.
Leia também: Novas evidências sobre a azitromicina na Covid-19
Tocilizumabe para Covid-19
As evidências em relação ao tocilizumabe até o momento são mistas, com alguns trabalhos e relatos de caso demonstrando benefício, enquanto outros não mostraram diferenças em mortalidade e outros desfechos.
Cortegiani et al. realizaram uma revisão sistemática que incluiu 31 estudos revisados e não revisados por pares, sendo 3 estudos pré-clínicos. Relatos de caso, séries de casos e revisões foram excluídos. Os estudos pré-clínicos mostraram evidências indiretas de possível benefício com o uso de tocilizumabe.
Em um modelo de sepse em uma linhagem de células humanas, tocilizumabe reduziu a expressão de TNF e IL-10, reduziu a ativação de inflamassomas e inibiu a atividade fagocítica de monócitos. Em um modelo animal de infecção por Influenza A, ratos tratados com tocilizumabe apresentaram redução em fraqueza de musculatura esquelética.
Em outro estudo com modelo animal de lesão pulmonar e renal agudas induzidas por sepse, tocilizumabe esteve associado com menor mortalidade e normalização dos valores de IL-6.
Os 28 estudos clínicos encontrados na revisão representaram um total de 5776 pacientes, mas somente uma minoria foi tratada com tocilizumabe. Nessa revisão nenhum ensaio clínico randomizado foi identificado. Os estudos encontrados eram heterogêneos em relação à metodologia (13 dos 28 não possuíam grupo para comparação) e posologia.
m um estudo não revisado por pares, os autores encontraram que, para cada dia de atraso na administração de tocilizumabe, as chances de necessidade de VM aumentavam de forma independente em 21% (IC 95% = 1,08 – 1,38; p = 0,002). Por outro lado, o risco de eventos adversos chamou a atenção do grupo que coordenou a revisão, com seis entre os 15 estudos com um grupo comparador demonstrando maior risco de infecção bacteriana secundária no grupo que recebeu a droga. Hepatotoxicidade, neutropenia, trombocitopenia e perfuração intestinal também foram descritos.
Outra revisão sistemática realizada por Alzghari e Acuña incluiu somente ensaios clínicos controlados, estudos prospectivos, análises retrospectivas, relatos ou séries de casos que apresentassem achados clínicos no início da doença. A pesquisa na literatura encontrou 6 artigos, sendo 2 análises retrospectivas e 4 relatos de caso.
Em uma das coortes, composta por 15 pacientes chineses, 47% dos pacientes estava criticamente doente, 40% tinham doença grave e 13% tinham doença moderada. A mortalidade encontrada foi de 20%, enquanto os 80% restante da população permaneciam hospitalizados no momento da publicação.
No outro estudo retrospectivo, composto por dados de 21 pacientes chineses, 19% dos participantes estavam criticamente doentes e 81% estavam gravemente doentes. No momento da publicação, nenhuma morte havia sido relatada, 10% dos pacientes ainda estavam hospitalizados e 90% haviam recebido alta.
Importante destacar que a maioria dos pacientes também recebeu outra forma de terapia, como corticoides e antivirais.
Em relação aos relatos de casos, dois receberam tocilizumabe no momento do diagnóstico de Covid-19 e 1 recebia a droga já há 3 anos e desenvolveu um caso leve de COVID-19. Todos os pacientes estavam vivos no momento da publicação e 75% das publicações reportaram recuperação da infecção.
Lan et al. publicaram uma revisão sistemática com meta-análise sobre o assunto, contando com dados de 592 pacientes, dos quais 240 receberam tocilizumabe. Estudos sem grupo comparador, que não apresentavam desfechos clínicos, estudos farmacocinéticos ou in vivo ou relatos de casos foram excluídos da pesquisa.
A análise combinada dos estudos incluídos mostrou uma taxa de mortalidade por todas as causas de 16,3% no grupo que recebeu tocilizumabe e de 24,1% no grupo controle, uma diferença que não alcançou diferença estatística (RR = 0,62; IC 95% = 0,31 – 1,22). Os resultados permaneceram após análise de sensibilidade.
Também não houve diferença no risco de admissão em CTI (35,1% no grupo que recebeu tocilizumabe vs. 15,8% no grupo controle; RR = 1,51; IC 95% = 0,33 – 6,78) e de necessidade de VM (32,4% no grupo do tocilizumabe vs. 28,6% no grupo controle; RR = 0,82; IC 95% = 0,14 – 4,94).