O deputado Rodrigo Maia desembarcou na Paraíba na manhã de ontem (14), onde participou de coletiva de imprensa na sede do seu partido, Democratas, em João Pessoa. Candidato a reeleição da Câmara Federal, a visita do parlamentar faz parte da sua articulação no Nordeste em busca de votos que garantam sua permanência na presidência da Casa, que até o momento soma o maior número de apoios. Durante encontro, ele falou da expectativa dos trabalhos com o presidente Jair Bolsonaro (PSL) e garantiu que, reeleito, fará um mandato que garanta equilíbrio e diálogo com os demais deputados.
“Fizemos uma boa visita. Não vou tratar de votos, porque cada deputado tem sue voto e divulga da forma que entender melhor, mas foi uma reunião muito positiva, tivemos o apoio de um número de deputados maior que eu e o deputado Efraim esperávamos. Acho que tenho uma boa relação com a bancada de Paraíba e tenho certeza que paraibano vota em paraibano”, disse o deputado, em alusão à sua família que tem raízes em Catolé do Rocha, sertão paraibano.
Maia garantiu que seu mandato, caso reeleito, vai ter equilíbrio e diálogo como bandeiras. “Na reunião conversamos sobre o futuro da Câmara e a importância da independência entre os poderes, da Câmara ter uma agenda que represente essa demanda da sociedade, além do diálogo permanente com o Executivo e o Judiciário, onde a gente possa garantir o poder de legislar ao parlamento e o governo encaminhe sua agenda, sobretudo a econômica”.
Ele também defendeu reformas nas políticas federais. “Estamos sempre pelas reformas. O Estado brasileiro hoje gasta muito e gasta com poucos, poucas corporações de servidores. Gasta pouco na Previdência, diferente do que alguns dizem, a Previdência beneficia aos que ganham mais em detrimento dos que se aposentam com salário mínimo. A gente tem que ter coragem de enfrentar esses desafios para que o Estado volte a ter condição de investir em saúde, segurança e educação. Hoje, quem se aposenta com mais recursos se aposenta com menos de 60 anos; quem se aposenta com um salário mínimo se aposenta com 65 anos porque não consegue contribuir com os 15 anos de contribuição. Essa Previdência é injusta. Essa é a grande mudança que precisa ser feita”.
Uma das pautas durante a coletiva foi o apoio do PSB, que nacionalmente não sinalizou voto no candidato. “Minhas raízes estão aqui na Paraíba, o meu sobrenome Maia é daqui do Gervásio Maia (deputado federal eleito), que é do PSB, deve votar com o partido dele, mas que nós esperamos que eles reconsiderem e reavaliem o indicativo. Aí é uma decisão: ou vota no partido ou vota na família”, disse.
O atual presidente da Casa também falou do apoio que recebeu do partido do presidente Jair Bolsonaro (PSL), destacando as expectativas de trabalho com esta nova gestão. “Nós temos o apoio do PSL, não do presidente. O presidente Bolsonaro disse que não ia participar da eleição da Câmara e ele está certo. Não deve participar porque são poderes independentes. O que me interessa é ter apoio dos partidos e o fortalecimento da boa política.
A gente precisa fortalecer dentro da política o que temos de bom e correto para que a gente tire o Brasil da crise ética e econômica, tirando os mais de 15 milhões de brasileiros que vivem na extrema pobreza”.
VOTAÇÃO CONTINUA SECRETA
O deputado segue agenda pelo Nordeste, articulando mais apoios. A eleição para os integrantes da Mesa Diretora da Câmara ocorre no dia 1º de fevereiro. A votação é secreta e para ser iniciada é necessário que haja quórum de 257 deputados (metade mais um do total de deputados). Na ocasião, além de presidente, também serão escolhidos dois vice-presidentes e quatro secretários titulares e outros quatro suplentes.
Se os deputados federais paraibanos seguirem a direção nacional das suas legendas, pelo menos sete votos estão garantidos por aqui: Wellington Roberto (PR), Hugo (PRB), Pedro Cunha Lima (PSDB), Edna Henrique (PSDB), Ruy Carneiro (PSDB), Efraim Filho (DEM) e Julian Lemos (PSL).
Rodrigo Maia já tem o apoio de 12 dos 30 partidos que atuarão na Câmara Federal a partir de fevereiro. O Solidariedade, que elegeu 13 deputados, e o Avante, que elegeu 7 deputados, foram os últimos a anunciar, na semana passada, o apoio. O deputado já tinha votos de outras nove legendas: PR, PODEMOS, PSD, PPS, PRB, PROS, PSDB, PSC, PSL e DEM, partido do candidato a reeleição. Juntas, estas siglas somam 262 votos.
Para se eleger, Maia precisa de no mínimo 257 votos, que são secretos, logo não há garantia que os deputados seguirão as orientações dos partidos. O PDT também sinalizou apoio ao parlamentar neste início de semana.
Fonte: Correio da Paraíba