Depois que dois secretários municipais de Jacaraú foram presos por envolvimento no assassinato do vereador Peron Filho, o prefeito do município, Márcio Aurélio Cruz (foto), entrou no rol de suspeitos por participação no crime. A informação foi dada pelo delegado Sylvio Rabelo, responsável pelo caso. Ele acrescentou que o inquérito será encaminhado ao Tribunal de Justiça por causa da suspeita que recai sobre o gestor. Ele teria se reunido com os dois secretários cerca de 25 dias depois do crime em um local que não era a prefeitura e nem tinha relação com o poder público.
A reunião que gerou a suspeita sobre o prefeito foi informada à polícia através de uma denúncia anônima e aconteceu antes da Operação Parlamento, que teve a prisão do secretário de Transportes e Mobilidade, Jeferson Carvalho, e de Administração, Antônio Fernandes.
“O caso subiu para o Tribunal de Justiça tendo em vista a reunião do prefeito com dois investigados. Diante disso, o Ministério Público junto com o judiciário decidiram que o procedimento deveria subir ao TJPB, mas as investigações continuam por aqui. A reunião em questão não foi em um prédio público e nem na residência de nenhum deles. O prefeito pode ser investigado. Achamos estranho o local em que se deu essa reunião e conseguimos coletar alguns dados. Não podemos dizer que o prefeito tenha participação no crime, mas acreditamos que é interessante investigar”.
O delegado acrescentou que Márcio Aurélio Cruz será chamado para prestar depoimento em alguns dias e que atualmente algumas diligências do caso ainda estão sendo cumpridas.
O vereador Peron Filho foi assassinado a tiros na noite de 15 de setembro, por volta das 19h30, no município de Pedro Régis, no Litoral Norte da Paraíba. Segundo a Polícia Civil, ele havia acabado de sair de uma partida de futsal, em um distrito de Jacaraú, e retornava para casa em uma motocicleta, quando foi atingido por três disparos nas costas e morreu ainda no local.
Além de Jeferson e Antônio, outros dois homens foram presos no Rio Grande do Norte, suspeitos de serem executores do crime. Houve ainda mais um preso, que é o dono de uma pousada em Jacaraú, onde, segundo o delegado Sylvio Rabelo, aconteceu uma reunião entre os suspeitos antes da execução do vereador. Os secretários foram afastados das funções um dia depois das prisões. No mesmo dia da Operação Parlamento, o prefeito havia emitido uma nota, mas não se posicionou sobre a exoneração dos dois auxiliares.


