A rede de esgoto de algumas cidades está sendo monitorada para medir a quantidade de coronavírus nos locais. Essa informação é utilizada como uma ferramenta de vigilância epidemiológica no Brasil.
Essa é uma ação da Rede Monitoramento Covid Esgotos e coordenada pela ANA, a Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico.
Realizada desde abril do ano passado, em Belo Horizonte, a iniciativa foi estendida para Brasília, Curitiba, Fortaleza, Recife e Rio de Janeiro.
Após um ano de monitoramento de esgotos em Belo Horizonte, o projeto concluiu que é possível identificar a incidência e circulação do coronavírus nas cidades e auxiliar gestores de saúde na tomada de decisões sobre a pandemia do novo coronavírus.
De acordo com Sérgio Ayrimoraes, superintendente de planejamento de recursos hídricos da ANA, o acompanhamento em Belo Horizonte permitiu traçar a estimativa da população infectada pelo novo coronavírus, incluindo os casos assintomáticos, que não costumam procurar os serviços de saúde.
A ferramenta serve também como alerta precoce para o agravamento da pandemia.
A professora Juliana Calabria, coordenadora do projeto-piloto em Belo Horizonte, destacou que a coleta e análise laboratorial do material genético do coronavírus presente no esgoto é uma forma indireta de testagem da população.
O projeto Rede Covid Esgotos conta com o apoio de universidades federais e atende diretamente as secretarias estaduais de saúde com informações que podem subsidiar ações de enfrentamento à pandemia.