O governo britânico vai multar a partir desta segunda-feira (28) em até 10 mil libras (cerca de R$ 70 mil) quem testar positivo para Covid-19 e não se isolar.
A multa também vale para aqueles que não cumprirem a quarentena mesmo após terem sido informados que estiveram em contato com alguém com diagnóstico positivo da doença.
O motivo? Um estudo encomendado pelo governo constatou que apenas 18% das pessoas com sintomas de Covid-19 se isolaram.
Enquanto isso, o governo prometeu um “fornecimento ininterrupto” de EPI (Equipamento de Proteção Individual) para os profissionais de saúde na linha de frente durante o inverno.
Os estoques de EPI para quatro meses, como máscaras, viseiras e aventais, estarão disponíveis a partir de novembro, informou o Departamento de Saúde.
A partir desta segunda-feira (28), será um crime passível de punição não cumprir a instrução oficial de auto-isolamento, com multas começando em 1 mil libras (R$ 7 mil), podendo chegar até 10 mil libras (R$ 70 mil) por reincidência ou infrações graves.
Os policiais podem verificar se as pessoas estão cumprindo as regras em locais com alta incidência do vírus e entre grupos de alto risco com base na “inteligência local”, informou o governo.
A lei se aplica a pessoas que testaram positivo para o coronavírus ou que foram instruídas pelo NHS (o sistema de saúde público britânico) a se isolar porque estiveram em contato próximo com alguém com o vírus.
E, em caso de diagnóstico positivo, é ilegal fornecer intencionalmente informações falsas sobre seus contatos próximos às autoridades de saúde.
Pessoas com baixa renda que não podem trabalhar enquanto se isolam poderão receber um pagamento de 500 libras (R$ 3,5 mil).
Quase 4 milhões de pessoas que recebem benefícios sociais na Inglaterra serão elegíveis para o auxílio, e ele será retroativo assim que o esquema for devidamente estabelecido no local de residência do beneficiário, informou o Departamento de Saúde.
‘Tão importante quanto capturar criminosos e combater incêndios’
A ministra do Interior, Priti Patel, acrescentou que as novas multas são “um sinal claro de que não permitiremos que aqueles que violam as regras revertam o progresso duramente conquistado pela maioria que respeita a lei”.
E o secretário de Saúde, Matt Hancock, disse que o governo “não hesitaria” em introduzir novas medidas se o número de casos continuasse a aumentar.
Segundo Chris Hopson, presidente-executivo da NHS Providers, órgão de saúde pública do Reino Unido, disse à BBC, o sistema de testagem e rastreamento “agora se tornou tão importante em um sentido quanto capturar criminosos, combater incêndios e tratar ataques cardíacos”.
“É um serviço público fundamental e, se não funcionar, todos sofremos”, disse ele.
“Todos nós temos um papel a desempenhar para fazer este serviço funcionar – se você tiver sintomas, precisa fazer um teste rapidamente; se o teste der positivo, você precisa isolar-se e compartilhar seus contatos próximos com as autoridades.”
Ele disse que no inverno o país precisaria de “provavelmente quatro vezes mais testes do que temos atualmente” e disse que havia a necessidade de construir instalações de teste muito mais perto de onde as pessoas vivem e trabalham.