O IFPB teve dois projetos aprovados em Edital do Conselho Nacional das Instituições da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica (Conif) que visa soluções inovadoras para o enfrentamento à pandemia da Covid-19. Acesse aqui o Resultado Final do Edital 01/2020 do Conif.
Essa listagem deve ser enviada para a Secretaria de Educação Profissional Científica e Tecnológica (Setec) do MEC, responsável pelo financiamento dos projetos que terão recursos de mais de R$ 6 milhões. Foram enviadas 136 propostas de toda a Rede Federal e 47 foram selecionadas.
O IFPB enviou três propostas selecionadas pela Pró-Reitoria de Pesquisa Inovação e Pós-Graduação do IFPB e duas estão aprovadas. O projeto “UV–Corona, Equipamento Germicida UV-C Portátil” ficou em primeiro lugar entre 96 propostas homologadas. Em 35º lugar ficou o “Spray Stop Coronavírus: Um Túnel de Desinfecção, com medição de temperatura corpórea e autodiagnóstico dos equipamentos”
Germicida com luz ultravioleta
O UV-Corona é um Equipamento Germicida UV-C Portátil que possibilita emitir altas doses de luz ultravioleta UV-C comprovadamente germicida, contribuindo para a desinfecção, prioritariamente, de objetos, superfícies e ambientes de hospitais que estão atuando no combate à pandemia da Covid-19. O coordenador do Projeto é o professor Francisco Fechine, do Campus João Pessoa, que pretende construir e testar cinco protótipos.
Além dele, estão participando da proposta os estudantes dos cursos técnicos de Eletrotécnica, Melquisedeque Gomes e de Eletrônica, José Elias de Souza. Fechine deve selecionar ainda estudantes dos cursos de Engenharia Elétrica e Engenharia Mecânica, para se juntar à empreitada que tem um prazo de quatro meses para execução. A proposta conta com parceria de Sebastião dos Santos, do Serta, Serviço de Tecnologias Alternativas e de Flávio Melo, da Associação Lets. Devem ser construídos cinco dispositivos, cujo custo individual deve ser inferior a R$ 1 mil.
Após a construção no IFPB, os protótipos serão testados em ambientes sujeitos a contaminação por coronavírus e outros patógenos, avaliando seu desempenho por meio de testes indiretos (bacteriológicos) e diretos (viabilidade viral). Segundo Fechine, deve ser feito contato com hospitais para o teste do equipamento. Além disso, a proposta é o seu uso em ambientes de circulação de muitas pessoas, em fases posteriores, inclusive quando o isolamento social começar a diminuir. É algo pensado para o cotidiano pós-pandemia. “O equipamento pode ser utilizado nas catracas de entrada, em laboratórios de Informática. A estimativa é que a exposição seja entre 30 segundo e cinco minutos para um resultado desejado de desinfecção”, explica o docente que atualmente desenvolve projetos no Laboratório Assert e no Polo de Inovação. O orçamento do projeto é de R$ 105 mil.
Túnel de desinfecção automatizado
O “Spray Stop Coronavírus: Um Túnel de Desinfecção, com medição de temperatura corpórea e autodiagnostico dos equipamentos” é um projeto coordenado pelo docente Frederico Campos, assessor do IFPB em Pedras de Fogo. Trata-se de um sistema de higienização do corpo que afere a temperatura corpórea, simultaneamente, promovendo o autodiagnóstico dos equipamentos. É um projeto interdisciplinar junto aos professores Nelson Oliveira, do Campus Esperança, Thyago Silveira, de Cabedelo, Francisco Fechine, de João Pessoa, e os professores de Informática de Pedras de Fogo, Louise Gomes, Giulliana Lacerda e Anderson Soares.
O orçamento é de R$ 68 mil. O túnel consistiria em uma estrutura de hastes de metal, coberto com plástico com 20 mm de gramatura, de aproximadamente 2,5 metros de altura, 2,5 m de largura e 4 m de comprimento. A ideia é que as pessoas caminhem por ele enquanto um produto para desinfecção é pulverizado. O produto deve desestabilizar a estrutura do Covid–19 e ser aprovado por órgãos de saúde. Os sapatos também são desinfetados. Existirão sensores de para contar as pessoas e indicar o quantitativo de produtos e a necessidade de reabastecimento. Segundo a equipe, esse equipamento poderia ser instalado nos acessos a estabelecimentos de saúde.
Na equipe, há três estudantes: Antônio Soares, Rayssa Santos e Rian Nascimento. “A inovação do projeto é que se trata de um túnel inteligente, automatizado. Fizemos uma pesquisa e não tem nada disso no mercado. Aprovamos 10 unidades desses túneis, a gente vai eleger os campi que têm um volume grande de pessoas e alguns equipamentos de saúde”, comentou Frederico. Além de Pedras de Fogo, o projeto deve beneficiar João Pessoa, Esperança, Cabedelo e Itambé–PE.
Texto: Ana Carolina Abiahy – jornalista do IFPB / Fotos de arquivo do Portal IFPB