Jullie Dutra entrou no Domingão com Huck com o sonho de ganhar R$ 1 milhão e, após uma pergunta sobre o Rei Pelé, a jornalista deixou o programa com uma maleta de dinheiro. Órfã de pai e mãe, a pernambucana foi a primeira a levar o prêmio máximo da atração.
A nova milionária do pedaço tem 28 anos e nasceu em Limoeiro, mas foi criada em João Alfredo. Ela tem uma filha, de 3 anos, chamada Maria Helena, diagnosticada dentro do espectro autista. Jullie chegou a cursar medicina em Havana, Cuba, mas se formou em jornalismo.
“Cursei um ano, mas não era minha praia. Voltei bem desacreditada em mim. Queria fazer jornalismo, e fui morar num pensionato e vendi charutos que trouxe, para pagar os estudos”, explicou, em entrevista à Globo. Foi no pensionato que ela conheceu Taís, que a acompanhou no dominical. Mesmo com a formação em jornalismo, Jullie sonha ser diplomata.
Jullie Dutra tem pós-graduação em direitos humanos e escreveu o livro Caro Haiti, que conta a história do terremoto de 2010. Na publicação, ela descreveu como era o país, como ficou, além de momentos durante a tragédia. A milionária criou uma agência de marketing digital, a Grupo Coros Comunicação, e fala, além de português, espanhol, francês e inglês.
Resiliência
Durante a participação no programa, ela se emocionou ao lembrar dos pais. “Eu tinha 5 anos quando meu pai foi assassinado. Mas tenho flashes dele. Lembro dele com muito carinho, e sou muito grata. Quando minha mãe partiu, eu tinha 27. Quando tenho perdas grandes, sempre lembro dessa perda irreparável. E lembro que não existe dor tão profunda”, contou.
Quando a mãe morreu, a mulher explicou que havia ganhado uma bolsa parcial para fazer mestrado em jornalismo investigativo em Madri, na Espanha. Por causa da situação, ela passou a oportunidade.
“Ela teve um AVC. Liguei para o coordenador da [universidade] Juan Carlos e disse que estava entregando a bolsa. Eu já tinha pagado uma parte. Minha mãe tinha se esforçado muito. E, em cima de uma cama, entre a vida e a morte, a preocupação dela era com o meu mestrado”, destacou.
Créditos: Metrópoles