O destino de seis famílias de um bairro de Jerusalém Oriental é um dos principais gatilhos para a atual onda de violência entre palestinos e israelenses.
O que começou como uma série de tumultos contra os planos de despejo dessas famílias em Sheikh Jarrah escalou para o lançamento de foguetes da Faixa de Gaza contra Israel e a resposta das forças israelenses com ataques aéreos contra Gaza.
Mas o que exatamente o bairro de Sheikh Jarrah representa neste caso?
Um bairro em disputa
Sheikh Jarrah é um bairro palestino na parte oriental de Jerusalém. E agora um grupo de colonos judeus está reivindicando algumas de suas terras e propriedades em tribunais israelenses — daí a ameaça de despejo de famílias palestinas.
Para entender essa disputa, temos que voltar a 1948, quando, após a primeira guerra árabe-israelense, Jerusalém foi dividida em duas partes: Jerusalém Oriental, sob controle árabe; e Jerusalém Ocidental, nas mãos de Israel.
A parte oriental de Jerusalém ficou sob controle da Jordânia desde aquele ano até 1967, quando, durante a Guerra dos Seis Dias, Israel assumiu o controle efetivo de toda a cidade.
A cidade velha está localizada em Jerusalém Oriental, onde alguns dos lugares religiosos mais sagrados do mundo estão localizados: o Domo da Rocha e a própria mesquita de Al-Aqsa, dos muçulmanos; o Monte do Templo e o Muro das Lamentações, da religião judaica, e a Basílica do Santo Sepulcro, da religião cristã.