Ciro Gomes, candidato do PDT à presidência, disse nesta quarta-feira (19) que Fernando Haddad (PT) “não conhece o Brasil” e questionou se o petista “vai dar conta de proteger o Brasil do avanço do nazismo”, em referência à candidatura de Jair Bolsonaro (PSL).
“Será que o camarada que acabou de perder a reeleição em São Paulo vai dar conta de proteger o Brasil do avanço do nazismo, do fascismo, do extremismo militarista? Esse é o problema. É um projeto de militarismo, de extremismo, de violência, de segregação dos negros, de segregação dos índios, de segregação e hostilidade das mulheres, de violência contra a população LGBTI”, disse Ciro.
“Eu sustento que Haddad não conhece o Brasil, sem desmerece-lo como pessoa, e acredito que o Brasil não aguenta mais inexperiência. Não é por causa dele, é porque o Brasil está completamente ameaçado de um salto no escuro nazifascista. As palavras do Mourão, vice do Bolsonaro, não permite ninguém mais ser ingênuo.”
O general da reserva disse que citação à ‘herança da indolência e da malandragem oriunda dos índios e dos africanos’ em evento no Rio Grande do Sul no dia 6 foi um mal-entendido.
O candidato participou de um encontro com Sindicalistas da Força Sindical, UGT, Nova Central e CSB no Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo e fez críticas ao projeto da candidatura de Bolsonaro para a economia. “Nós precisamos derrotar o fascismo. Essa economia do Paulo Guedes [economista da campanha de Bolsonaro] faz a economia do Temer parecer brincadeira de criança. Porque ali é na veia. Qual é a proposta para a Petrobras? Vender para o estrangeiro. Qual é a proposta para o subsídio do agronegócio? Acabar.”
“Todo mundo sério cobra imposto de forma progressiva, cobra menos de quem pode pagar menos e mais de quem pode pagar mais”, disse Ciro. “Bolsonaro está propondo é pegar as pessas que pagam de 7,5 a 10% pagar 20%. E as pessoas que ganham mais e só pagam 27,5% só pagam 20%. Está fazendo o oposto, que é a cara do fascismo.”
Haddad fala em ‘autocontrole’
Haddad falou sobre Ciro Gomes e rebateu as críticas que o candidato do PDT fez ao petista na entrevista que concedeu ao G1 e à CBN, quando disse que o “Brasil não aguenta mais um presidente fraco, que tenha que consultar seu mentor”, em referência ao PT.
“Ciro é meu amigo, nós pertencemos ao mesmo campo, mas, às vezes, nós temos conceitos diferentes”, disse Haddad.
“Força pra mim de um presidente se dá por duas questões. A primeira é firmeza e a segunda é autocontrole. Você tem que ter essas duas qualidadespra presidir o país. Firmeza de propósitos, mas muito autocontrole, pra evitar provocação. Então eu sou uma pessoa firme e controlada, porque sei dos desafios que tão pela frente, mas também representou um projeto que expressa os anseios da grande maioria da população, que é voltar, o Brasil voltar a ser feliz de novo.”
Ajuda das universidades
Ciro criticou a reforma trabalhista e disse vai convocar empresários, trabalhadores e universidades para o debate sobre os rumos da economia do país. “E vou trazer a experiência internacional pra que a gente possa guiar um debate e encontrar uma fórmula que concilie as necessidades de ganhar produtividade no país pra gente poder competir na defesa do mercado brasileiro e no mercado lá fora, mas protegendo o lado mais fraco na luta capital-trabalho que é o lado dos trabalhadores que é com quem eu tenho compromisso prioritário.”
Fonte: G1