O presidente do Chile, Sebastián Piñera, assinou nesta terça-feira (6) a lei que adia por cinco semanas as eleições de prefeitos, governadores e constituintes originalmente programadas para 10 e 11 de abril, em decorrência do forte aumento das infecções de coronavírus no país.
“Não achamos prudente ou conveniente realizar eleições no próximo fim de semana”, disse Piñera em cerimônia no palácio de La Moneda, após anunciar o projeto de adiar as eleições para 15 e 16 de maio.
A assinatura era uma formalidade esperada. Os assessores do governo para a pandemia, o Colégio Médico e líderes da oposição já tinham pedido o adiamento da eleição. Pesquisas apontam que a população também é favorável à medida.
Embora o Chile seja um dos países mais avançados na vacinação, um novo pico de casos levou o governo a adotar um novo lockdown. Especialistas dizem que, para que o contágio caia a níveis seguros, cerca de 70% da população devem receber as doses.
Após meses de protestos e generalizada insatisfação popular, Piñera concordou em 2019 marcar um plebiscito sobre uma nova Constituição já para o ano seguinte. Por causa do coronavírus, a votação precisou ser adiada, mas transcorreu normalmente em 25 de outubro.
Por uma ampla margem, os eleitores concordaram em mudar a Constituição e em eleger os constituintes em outro processo eleitoral. O novo texto substituirá a carta herdada da ditadura militar de Augusto Pinochet (1973-1990) — reformada durante os últimos 30 anos de democracia.