O senador Cássio Cunha Lima (PB) é a escolha de Geraldo Alckmin para assumir a presidência nacional do PSDB, em maio, quando ocorre a convenção da sigla, como uma alternativa à Bruno Araújo (PE), nome preferido do governador eleito de São Paulo, João Doria.
Ao Estado de S. Paulo, Bruno Araújo declarou que o partido precisa assumir uma postura mais conservadora nos costumes. As propostas de Araújo coincidem com o projeto de Doria de “tirar o PSDB do muro” e coloca a sigla no centro do debate nacional com uma agenda mais à direita do que a historicamente seguida pelos tucanos.
João Doria, que defende que o PSDB não seja mais um partido “de centro-esquerda” (como na fundação), conta com o apoio dos demais governadores tucanos e da maioria do partido para eleger Bruno Araújo presidente em maio. O grupo de Alckmin, que defende a pauta histórica do partido, porém, tenta construir uma alternativa. O senador Antonio Anastasia (MG) era a primeira opção, mas declinou. A ideia agora é lançar o senador Cássio Cunha Lima (PB) para tentar barrar o avanço de Doria.
Além da convenção, o PSDB realizará também em maio um congresso nacional no qual vai modificar seu estatuto e atualizar seu programa partidário. Essa será a arena de debates que vai definir o futuro do partido.
Racha
Nomes históricos do partido, como o senador José Serra e o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso são contra a mudança de discurso e contra o embarque na administração federal. “Se o PSDB virar uma sub-legenda do governo, qualquer governo, estou fora”, declarou FHC em entrevista à Veja.
“Não pedimos para ninguém sair, mas a sintonia com a vontade da sociedade vai delinear quem fica e quem sai do partido. O novo PSDB que eu, Bruno Araújo e Doria defendemos é um partido atualizado com a sociedade. Essa ala que resiste a isso precisa entender que o mundo mudou”, disse o prefeito de São Bernardo do Campo, Orlando Morando, que deve integrar a próxima executiva nacional.
“O PSDB não pode ter o receio de fazer inflexões a pautas mais conservadoras, como, por exemplo, a redução da maioridade penal, que tem apoio da maioria da sociedade e que recebeu votos na Câmara da imensa maioria do partido”, decarou Bruno Araújo.
Ele advoga pela posse de arma em áreas rurais, alinhado com o discurso do presidente eleito, Jair Bolsonaro (PSL). Ele também se diz a favor de cotas sociais em detrimento de cotas raciais, enxugamento do estado e “racionalidade na pauta ambiental”.
Fonte: Click PB