O pré-candidato à presidência da Argentina Alberto Fernández rebateu críticas neste domingo (19), ao afirmar que não é um “fantoche” da ex-presidente Cristina Kirchner, que o acompanha como vice na chapa.
“Muitos diziam que eu exercia uma grande influência sobre ela, mas agora acham que sou um fantoche. Não sou nem uma coisa nem outra”, afirmou Fernández em declarações à imprensa quando voltava para casa, no bairro de Puerto Madero, em Buenos Aires, após um passeio com o cachorro.
Fernández foi chefe de gabinete dos governos de Néstor e Cristina Kirchner, entre 2003 e 2008.
A saída do cargo veio após divergências com Cristina, época da qual disse não ter arrependendimentos. Na opinião do agora candidato presidencial, é “essencial” ter a ex-presidente na chapa.
“Se Cristina não tivesse me acompanhado, não sei o que falaria, mas, para mim, é essencial porque Cristina é a referência central da política argentina. Ter Cristina comigo é maravilhoso porque é como ter o Messi, enquanto eu sou o camisa 9 que faz os gols”, analisou.
Perguntado sobre a decisão da ex-governante de concorrer como vice-presidente, Alberto Fernández atribuiu a escolha à “generosidade” de Cristina com a Argentina.
“Cristina acredita que eu sirvo mais para este momento do que ela, sente que a Argentina de hoje não é igual à que ela governou”, explicou
Para marqueteiro de Macri, movimentação foi um equívoco
Jaime Durán Barba, consultor de marketing do presidente Maurício Macri, tem uma coluna no jornal “Perfil” e escreveu sobre a escolha de Fernández como cabeça de chapa.
No artigo, ele diz que Cristina Kirchner é uma candidata competitiva, e que a nomeação de Fernández não foi uma boa escolha.
Com ele na liderança, o teto da chapa fica rígido, e o piso enfraquece –ou seja, sua capacidade máxima de obter votos diminui, e a quantidade inicial de eleitores cai–, na avaliação do marqueteiro.
Para Durán Barba, a intenção da escolha é unificar o campo político de oposição a Macri, o peronismo. Cristina teria dificuldades em atrair apoio de peronistas que não são kirchneristas, e a escolha de Fernández serviria para atrair outros pré-candidatos para uma eleição prévia dentro desse grupo.