O Villa Azul, um bairro popular na periferia de Buenos Aires e foco do contágio da Covid-19, tornou-se o primeiro assentamento informal isolado pelas autoridades que tentam impedir a propagação do novo coronavírus na Argentina nesta segunda-feira (25).
“Hoje se considera todo o bairro ‘contato estreito’, motivo pelo qual foi cercado pelas forças de segurança”, disse à agência France Presse uma fonte da província de Buenos Aires.
Ninguém pode sair, salvo por motivos sanitários. O Estado procura dar toda a contenção possível”, acrescentou.
A 17 km ao sul de Buenos Aires, no bairro de cerca de 3 mil habitantes em ruas estreitas e com moradias muito precárias, 53 casos de Covid-19 foram confirmados, enquanto outros 50 estão em avaliação.
Cercas foram colocadas em cada via de acesso para impedir a saída e entrada de vizinhos pelos próximos 15 dias, cobrindo um perímetro de cerca de 12 hectares.
O objetivo é impedir que o coronavírus atravesse a rodovia e entre na vizinha Villa Itatí, onde vivem outras 16 mil pessoas.
Villa Azul, entre as localidades de Avellaneda e Quilmes, é um dos 1,8 mil bairros e assentamentos vulneráveis, quase sem serviços públicos, que abrigam mais de 3 milhões de pessoas nos arredores de Buenos Aires.
A esta população se somam outras 350 mil pessoas que vivem em vilarejos de emergência dentro da capital argentina e onde, há duas semanas, em meio a um prolongado corte de água, foi desencadeada uma onda de contágios, forçando a flexibilização da quarentena na cidade.
Entre a capital e a província de Buenos Aires se concentram 80% das 12.063 dos contágios no país, dos quais 456 morreram e 3.999 se recuperaram.