Ao Portal Correio, Valéria Silva, irmã do bebê, contou que a mãe chegou ao hospital por volta das 5h do domingo (6), sentindo as dores do parto e um médico informou que ela daria luz à criança ainda naquela manhã. O caso foi assumido por outro médico, alvo das denúncias da família.
“Ele proibiu meu padrasto de entrar na sala de cirurgia para acompanhar o parto. Minha mãe entrou para ter o bebê por volta das 9h e cerca de meia hora depois ouvimos barulhos. Meu padrasto entrou a força na sala e encontrou minha mãe quase desmaiada, havia muito sangue no chão e minha irmã estava coroada, já morta por asfixia. Ele exigiu que a equipe salvasse minha mãe, mas o médico se negou a realizar qualquer procedimento e abandonou o local. A sorte é que outra médica assumiu a situação, levou minha mãe para o Hospital de Guarabira, salvou a vida dela e fez a retirada do bebê”, relatou Valéria.
A mãe de Valéria tem 42 anos e essa era sua sexta gestação. “A gravidez não teve complicações. Minha mãe tem hipertensão, mas vinha se medicando e no dia do parto estava tudo bem, sem alteração na pressão arterial”, assegurou Valéria.
Sinais de que o parto estava próximo teriam sido dados duas semanas antes. “Ela foi ao hospital duas semanas antes e se queixava de dores, mas a médica que a atendeu falou que era normal, que não era hora. Na semana seguinte, voltamos ao hospital e mais uma vez nos mandaram ir para casa”, lembrou Valéria.
Justiça
Ainda conforme ela, a família já procurou um advogado para saber como proceder no caso. “Minha mãe está muito abalada, estou esperando ela melhorar para tomarmos uma decisão. Mas, no que depender de mim, iremos cobrar justiça. Esse médico não tem condições de continuar atuando”, disse.
Valéria Silva comentou ainda que, há 15 anos, uma tia perdeu a filha recém-nascida após um parto complicado, conduzido pelo mesmo médico. Numa postagem feita por ela no Facebook, outras pessoas contaram que conhecem casos parecidos e encorajaram Valéria a acionar a Justiça.
CRM-PB em sigilo
Em contato com o Portal Correio, a Ouvidoria do Conselho Regional de Medicina na Paraíba (CRM-PB) disse que não tem autorização para informar se há alguma denúncia formal contra o médico em questão. “Todos os processos em avaliação no CRM-PB tramitam sob sigilo e a divulgação de informações iria contra o código de ética”, justificou o setor.
Direção do hospital apura caso
O diretor do Hospital Regional de Solânea, Putifar Imperiano, disse que irá se reunir com a diretora técnica da unidade – apontada por Valéria como a médica que assumiu o parto – para saber detalhes do ocorrido e, a partir disso, determinar como a administração irá agir.
Fonte: Portal Correio