Dois membros de uma célula do Estado Islâmico conhecida como “Beatles” serão extraditados para os Estados Unidos nesta quarta-feira (7) – o grupo tem 4 integrantes. Eles serão acusados de tomada de reféns e de assassinato, apontam documentos judiciais.
Alexanda Kotey e El Shafee el-Sheikh faziam parte de uma célula terrorista que sequestrou, torturou e decapitou vários estrangeiros, incluindo os jornalistas americanos James Foley e Steven Sotloff; e o trabalhador humanitário Peter Kassig, entre 2014 e 2015.
Ambos também são suspeitos de terem matado os britânicos Alan Henning e David Haines. Os familiares das supostas vítimas dos “Beatles” celebraram a extradição como “um primeiro passo na busca por justiça”.
Alexanda Kotey e El Shafee el-Sheikh, que tem idades em torno dos 30 anos e que perderam a nacionalidade britânica, faziam parte de um quarteto apelidado de “Beatles” por seus reféns, devido ao sotaque inglês. Eles estão sob custódia dos EUA desde outubro de 2019 no Iraque.
“Eram os líderes de um grupo brutal responsável pelo sequestro de cidadãos europeus e americanos, entre outros, de 2012 a 2015”, diz trecho do documento do tribunal.
Livres da pena de morte
Em 2015, os EUA apresentaram um pedido de assistência jurídica mútua às autoridades britânicas para obter provas contra os dois “jihadistas”. O Reino Unido colocou essa cooperação em “pausa” em 2018.
O governo do Reino Unido foi criticado por não ter pedido aos EUA para que os dois não fossem condenados com pena de morte.
Após dois anos de impasse, o caso dos membros dos “Beatles” deu uma guinada recentemente: o procurador-geral americano, Bill Barr, afirmou que ambos se livrariam da pena de morte se fossem julgados nos EUA. Isso permitiu que, no mês passado, o Reino Unido enviasse provas contra os dois.