Após três temporadas, o futebol da região Nordeste passou ileso sem ter rebaixados na elite do Campeonato Brasileiro. Os quatro representantes que iniciaram a disputa no Brasileirão 2020 — Bahia, Ceará, Fortaleza e Sport — vão disputar a edição 2021 na 1ª divisão nacional pelo segundo ano consecutivo.
A última vez que as equipes da região tinham terminado a principal competição do país sem rebaixamento foi em 2017. E, na atual temporada, destaque para o Tricolor baiano e para o Alvinegro cearense, classificados para a Copa Sul-Americana. Um momento para lá de positivo para camisas tão pesadas no Brasil.
Ceará, o melhor do Nordeste no Brasileirão
A melhor campanha, sem sombra de dúvidas, foi a do Ceará. O campeão do Nordeste teve uma trajetória respeitável no Brasileirão, tendo vencido, inclusive, o campeão Flamengo nos dois turnos. Liderados por Vina — autor de 13 gols na competição e líder de passes ao lado de De Arrascaeta, do Flamengo, e Keno, do Atlético-MG —, o Vozão terminou a disputa na 11ª colocação, vencendo 14 vezes. Um rendimento positivo para os comandados de Guto Ferreira. Com mérito, vai ter time cearense na Copa Sul-Americana de 2021.
Bahia oscila, mas vai à Sula
O outro representante nordestino garantido na Copa Sul-Americana foi o Bahia. O Tricolor, no entanto, não fez um grande Campeonato Brasileiro. Na verdade, a campanha foi bem sofrida para o time que trocou duas vezes de treinador. A jornada começou com Roger Machado, que foi demitido após um período inicial de muita instabilidade. Depois dele, quem assumiu o time da Boa Terra foi Mano Menezes, que acumulou mais polêmica do que um grande futebol.
Com os dois comandantes, o Bahia não engrenou, chegando a ingressar na zona de rebaixamento e entrando de vez na luta para não cair. As coisas só foram se acalmando com a efetivação de Dado Cavalcanti como treinador, que assumiu o comando da equipe após a queda de Mano. A partir daí, os baianos respiraram com maior tranquilidade, conseguiram ser mais competitivos. O auge foi atingido no sábado passado, no triunfo por 4 a 0 sobre o Fortaleza, que salvou Rodriguinho e companhia do descenso.
Sport cumpre seu papel
Dos quatro nordestinos na Série A, talvez o Sport tivesse menos confiança. Isso por conviver com problemas financeiros e um time que vinha de uma campanha para ser esquecida no Campeonato Pernambucano. Mas, assim como Guto Ferreira e Dado Cavalcanti, o seu treinador entendeu bem como seria disputar essa edição do Brasileirão.
Foi em agosto do ano passado, depois de dispensar o técnico Daniel Paulista, que o Sport resolveu apostar em Jair Ventura. O ex-treinador de Botafogo, Santos e Corinthians chegou com a missão e inserir um padrão minimamente competitivo ao Leão, tudo para recolocar a equipe na rota. O fato é que ele conseguiu. Com um início bem positivo, o Rubro-Negro chegou a estar no pelotão de cima da tabela, mas acabou caindo. Porém, passado o tempo, veio a estabilidade, e, mesmo lutando contra o descenso, o time foi capaz de fazer jogos bem equilibrados contra clubes que possuem investimentos bem superiores.
Fortaleza no limite
Por fim teve o Fortaleza, mais uma equipe que conviveu com altos e baixos na temporada. O Tricolor do Pici começou o Brasileirão com Rogério Ceni no comando técnico. No primeiro momento, a campanha estava equilibrada, o time manteve um bom padrão, que seria o suficiente para se manter na elite. Contudo, depois da saída do treinador para o Flamengo, o negócio desandou.
Marcelo Chamusca foi o escolhido para ser o substituto de Ceni e nem de longe conseguiu dar uma cara à equipe. Depois disso, Enderson Moreira assumiu o comando e, ainda em desenvolvimento, o time conseguiu se manter na 1ª divisão. O Fortaleza terminou o Brasileirão com 41 pontos, na 16ª posição, com um saldo superior ao do Vasco, que caiu com a mesma pontuação. Por sinal, foi no confronto direto com o Cruzmaltino que o Leão do Pici teve uma das melhores atuações na competição, vencendo por 3 a 0.
Fonte: ge