Dois irmãos, de 25 e 26 anos de idade, acusados de integrar uma facção criminosa responsável pela prática de vários crimes na região do Brejo, foram presos por policiais da 3ª Companhia do 4º BPM (Batalhão de Polícia Militar) nessa sexta-feira (1º), na cidade de Belém. Eles foram detidos em um bar, durante uma abordagem de rotina feita pelos policiais, que tinham conhecimento dos mandados de prisão expedidos pela Comarca de Belém.
Entre os crimes atribuídos aos dois irmãos e à facção criminosa que eles integram, estão roubos, sobretudo de motos, ameaças, espancamentos e homicídios. As prisões foram feitas pela guarnição composta pelo sargento Dinarte, sargento Lindomar, cabo André e soldado Michel.
Militares do 4º BPM (Batalhão de Polícia Militar) concluíram na madrugada deste sábado (2) o policiamento da última noite da Festa da Luz, que começou na noite de sexta-feira (2), no Parque do Poeta, em Guarabira, e reuniu o maior público das quatro noites do evento. “No todo, esta última noite de festa também foi considerada tranquila, a exemplo das três primeiras noites”, conforme avaliação do comandante do Batalhão, tenente-coronel Gilberto. O exitoso trabalho foi executado seguindo as diretrizes do comandante geral da Polícia Militar, coronel Euller, e contou com o apoio do Comando de Policiamento Regional I, sediado em Campina Grande, que em todas as noites enviou um reforço no policiamento com guarnições do Choque, Ambiental, Cavalaria e tropa ordinária, que se uniram ao efetivo local do 4º BPM, CPTran e Choque.
O trabalho integrativo, explicou o comandante do 4º BPM, incluiu também o Corpo de Bombeiros Militar, a Polícia Civil e os profissionais de segurança privada contratados pela organização do evento. Na última noite do evento, foram registradas apenas cinco ocorrência: duas conduções por embriaguez e desordem, uma condução por consumo de entorpecente, quando um homem foi flagrado com um recipiente contendo substância entorpecente líquida e dois e dois furtos de
aparelhos de telefone celular.
“Em meio aquela multidão que se concentrou na noite de encerramento da festa, foram feitas várias intervenções policiais para conter princípios de vias de fato”, finalizou o comandante do 4º BPM, ressaltando o trabalho dos policiais para manter a tranquilidade do evento.
O portal de notícias canadense-americano Vice News publicou uma reportagem em vídeo que fala sobre o poder bélico do tráfico de drogas e a rotina da polícia do Rio contra o crime organizado. A produção mostra a rotina dos criminosos, a grande apreensão de armas e dá um aviso, baseado no depoimento dos bandidos: os traficantes brasileiros estão preparados par ir à guerra contra (Jair) Bolsonaro. O Ministério Público do Estado do Rio (MPRJ) e a Polícia Civil vão investigar as ameaças ao presidente.
A reportagem é conduzida pela americana Mariana Van Zeller, que em uma das passagens “passeia” com traficantes fortemente armados pela Favela Parque Belém, em Angra dos Reis, controlada pela facção Terceiro Comando Puro (TCP). Em um trecho, ela conversa com um criminoso o questionando o que acha do presidente do PSL, que flexibilizou a posse de armas no Brasil.
“Ele vai fazer o Brasil entrar numa guerra urbana. Em vez de matarmos alguém do Comando Vermelho, ou ADA (facção Amigo dos Amigos), a gente vai atrás do ‘polícia’ para matar aquele cara que é policial, diz o traficante, afirmando que é impossível acabar com o tráfico. O vídeo também traz ainda trechos do discurso de posse de Bolsonaro, quando ele defende sua política de combate ao crime, do direito a “legítima defesa” e de acabar com a “ideologia que defende bandidos”.
A repórter também pergunta ao traficante sobre os armamentos que eles usam e ele afirma que “devido ao índice de guerra na cidade, aumentaram (as armas). Antes quem via um fuzil na rua ficava doido, com medo. (Hoje) Já está normal chega a manusear uma pistola”, fala o criminoso, dizendo que perdeu vários amigos na “guerra” e que matou mais de 35 pessoas.
Van Zeller chega a manusear uma pistola com “kit rajada” que estava com um dos traficantes, capaz de disparar 30 tiros de uma só vez. “É a Glock rajada. Se apertar sai tudo, vai rasgando tudo que tá pela frente (sic), diz o criminoso.
A reportagem também acompanhou a apreensão de vários tabletes de drogas dentro de um carro durante uma batida da Polícia Rodoviária Federal (PRF) na Via Dutra, que os agentes alegaram que abasteceria favelas do Rio. Ela também visitou um depósito da Polícia Civil, mostrando a grande quantidade de armas apreendidas nas mãos de criminosos.
“No Brasil, em geral, há uma resposta muito tímida do estado. Um criminoso que é preso hoje portando uma arma de guerra, um fuzil, uma pistola semiautomática, normalmente ficará menos de um ano na cadeia. E quando um criminoso efetua disparos contra uma equipe e não chega a matar um policial e ele é preso, fica pouquíssimo tempo na cadeia também. (…) Isso causa uma sensação de impunidade, de que o crime compensa”, diz à reportagem o delegado Fabrício Oliveira Pereira, que já foi titular da Delegacia Especializada em Armas, Munições e Explosivos .
VÍDEO: Os secretários do estado Waldson de Souza e Livânia Farias, que atuam no Governo do Estado desde o governo Ricardo Coutinho (PSB), estão sendo alvos da nova fase da Operação Calvário, deflagrada pelo Ministério Público Estadual (MPPB), nesta sexta-feira (1º).
O Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco) esteve na casa dos auxiliares do governo cumprindo mandados de busca e apreensão. As investigações dizem respeito a suspeita de fraude na gestão da Cruz Vermelha em hospitais da Paraíba e outros estados do Brasil.
A edição desta sexta-feira (1) do Jornal da Correio trouxe imagens do momento exato em que homens do Gaeco chegam às residencias dos investigados.
Portal Correio
O porta voz dos Bombeiros, tenente Pedro Aihara disse nesta sexta-feira (1) que a lama de rejeitos de minério em Brumadinho, chegou a 80 km/h após o colapso da barragem da Vale.
O cálculo foi possível após a análise de imagens feitas de vídeos de segurança da mineradora que estavam em poder das autoridades mineiras desde o dia posterior ao rompimento da barragem. As imagens vieram a público nesta sexta-feira (1º), transmitidas pelo canal Globonews.
Segundo o tenente, as autoridades que estão na operação de resgate de vítimas da barragem decidiu não divulgar as imagens para não gerar pânico na população e não causar uma evacuação generalizada e desnecessária da cidade.
“A decisão de não divulga-las foi de envasamento técnico. Tendo em vista que havia o monitoramento da outra barragem, existia uma grande preocupação daquelas imagens gerar-me um pânico generalizado da população (…) As pessoas poderiam ter um movimento de evacuação generalizado”.
Segundo Aihara, as imagens serviram desde o primeiro dia para fornecer informações a modelos matemáticos que tentam estimar a localização de corpos.
Nas imagens, os bombeiros analisaram o fluxo da lama, a disposição de veículos e de prédios. Foi possível, por exemplo, verificar que a lama chegou a 70 km/h e até 80 km/h, após o rompimento.
Pessoas que estavam confinadas em locais fechados, como o refeitório tendem a ter seus corpos encontrados mais próximos daquele ponto. Outras que estavam em campo aberto podem ter sido levadas a grandes distâncias.
Aihara disse ainda que as buscas devem seguir por tempo indeterminado. “Cada uma das equipes vai ser responsável por um quadrante, de modo que nenhum metro de lama deixará de ser vistoriado”, disse.
O tenente citou o caso de Mariana, quando as buscas duraram três meses. Com informações da Folhapress.
O vice-presidente Hamilton Mourão avaliou nesta sexta-feira (1º) que o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Marco Aurélio “faz o seu papel” ao negar pedido do senador eleito Flávio Bolsonaro (PSL-RJ) para que investigações sobre movimentações financeiras atípicas tivessem provas anuladas.
Para o general da reserva, o ministro tomou a decisão que ele julga mais coerente e correta. O magistrado arquivou o pedido sem julgá-lo, o que, na prática, deve permitir a continuidade das apurações na primeira instância da Justiça do Rio de Janeiro.
“A Justiça faz o seu papel, né? Segue o baile”, diz Mourão. “Não sou advogado, não sou jurista, né? Acho que foi o ministro Marco Aurélio que tomou a decisão e deve ter tomado aquilo que é o mais coerente e correto”, acrescentou.
A investigação partiu de um relatório do Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras) que apontou transações atípicas de Fabrício Queiroz, que trabalhou para Flávio na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro quando ele era deputado estadual.
O senador, que toma posse nesta sexta-feira (1º), argumentou que era alvo da investigação, ainda que o Ministério Público do Rio de Janeiro não o incluísse formalmente no rol de suspeitos. Flávio pediu ao STF que a apuração tramitasse perante a corte devido à sua prerrogativa de foro, em razão de ter sido eleito e diplomado senador.
A investigação estava suspensa desde o último dia 17 por decisão do ministro Luiz Fux, que estava à frente do plantão no Supremo. Fux suspendeu as apurações até que Marco Aurélio, que foi sorteado para ser o relator do caso, pudesse analisá-lo. Agora, a investigação foi liberada. Com informações da Folhapress.
CLÁUDIA COLLUCCI – Para enfrentar as pandemias causadas pela obesidade, desnutrição e mudanças climáticas, os governos devem conter os lobbies das grandes corporações e se unirem em torno de um tratado global semelhante ao que resultou no controle do tabaco.
É a conclusão de um novo relatório da revista médica The Lancet, que defende que os organismos internacionais comecem a tratar essa tripla pandemia, tida como o maior desafio para a saúde humana e ambiental deste século, como um problema único.
Os pesquisadores cunharam o termo “sindemia global” para definir as três pandemias, o que significa múltiplas doenças que interagem entre si e têm atores sociais comuns.
Quase um bilhão de pessoas no mundo passam fome ou estão desnutridas e outros dois bilhões têm sobrepeso ou obesidade em razão da má alimentação, o que contribui para doenças cardiovasculares, diabetes e câncer. Dietas não saudáveis respondem por até 11 milhões de mortes prematuras todos os anos.
Segundo Boyd Swinburn, professor da Universidade de Aukland e co-presidente da comissão que elaborou o relatório da revista The Lancet, os efeitos da desnutrição e da obesidade devem se tornar significativamente piores com as mudanças climáticas.
“A maneira pela qual os alimentos são atualmente produzidos, distribuídos e consumidos não apenas alimenta as pandemias de fome e obesidade, mas também gera de 25% a 30% das emissões de gases de efeito estufa que aquecem o planeta”, explica Swinburn.
De acordo com o relatório, somente a produção de gado é responsável por mais da metade desses gases, na forma de flatulência carregada de metano, e de CO2, quando as florestas -especialmente no Brasil- são desmatadas para acomodar o gado.
Apesar dos 30 anos de alertas da ciência sobre os impactos do aquecimento global, as emissões de CO2 atingiram níveis recordes em 2017 e novamente no ano passado.
Um sistema de transporte dominado por carros também contribui com 15% a 25% das emissões e estimula um estilo de vida sedentário. No entanto, não haverá mudanças a menos que os cidadãos comuns exijam um “repensar radical” da relação entre os formuladores de políticas públicas e os negócios, reforça o relatório assinado por 43 especialistas em pesquisa clínica, ciência climática e saúde pública.
“Poderosos conflitos de interesses, falta de liderança política e demanda social insuficiente por mudanças estão impedindo as ações”, escreveram os autores. Como todos esses problemas estão entrelaçados, as respostas devem ser também em conjunto, segundo os pesquisadores.
O relatório calcula os custos da inércia (em não lidar com essas questões) para a economia global. A obesidade traria gastos anuais para a saúde na ordem de US$ 2 trilhões (R$ 7,4 trilhões), além de perda de produtividade econômica –danos financeiros semelhantes aos causados pela violência armada e guerras.
Já a desnutrição estaria associada a uma redução de 11% dos PIBs da África e da Ásia. “A inação dos danos causados pelas mudanças climáticas irá eclipsar ambas as pandemias, custando entre 5% e 10% do PIB global”, estimam os autores.
Embora o relatório alerte para uma emergência global e devastadora, ele também descreve como o planejamento de políticas pode atacar os três pilares dessa sindemia global de uma só vez.”Como o sistema alimentar globalizado causa um quinto das emissões de gases de efeito estufa e impulsiona a obesidade e a desnutrição, as reformas direcionadas poderiam mitigar todos os três problemas de uma só vez.”
Os especialistas argumentam que os incentivos econômicos devem ser reformulados. São estimados em cerca de US$ 5 trilhões (R$ 18,4 trilhões) os subsídios governamentais para combustíveis fósseis e agronegócios. Uma das propostas seria canalizar esses incentivos para “atividades sustentáveis, saudáveis e ambientalmente amigáveis”.
Além do fim dos subsídios de produtos não saudáveis, o relatório sugere um tratado internacional envolvendo multinacionais de alimentos, nos mesmos moldes da Convenção-Quadro para o Controle do Tabaco da OMS (Organização Mundial de Saúde), de 2005.
“No caso do Brasil, temos a situação absurda de subsidiar a produção de refrigerantes na Zona Franca de Manaus. Isso exemplifica o lobby das mega corporações, que acabam sendo o maior obstáculo para implementação das políticas públicas efetivas para lidar com a má nutrição em todas as suas formas”, diz Paula Johns, diretora-geral da ACT Promoção da Saúde e que participou das discussões em torno do relatório, na Tailândia.
Segundo Johns, no caso da alimentação, os danos acabam atingindo desproporcionalmente as populações mais vulneráveis. “Não é diferente das questões que envolvem o tabaco e o álcool. São problemas sistêmicos e todos criados e alimentados por pessoas, portanto, é possível mudar. Mas são necessárias vontade e liderança política.”
Nos lugares onde ocorreu alguma mudança positiva de políticas públicas regulatórias, explica ela, sempre tem alguma liderança por trás e grande mobilização da sociedade. O México, por exemplo, aumentou a maior tributação de bebidas açucaradas.
As reações às recomendações da revista The Lancet estão fortemente divididas. Especialistas em saúde pública e clima comemoram o seu apelo por mudanças profundas. “Um sistema alimentar que garanta uma dieta melhor salvará milhões de vidas e, ao mesmo tempo, ajudará a salvar o planeta”, disse Katie Dain, CEO da Aliança de Doenças Não-Transmissíveis.
Já os representantes da indústria classificaram as recomendações como esgotadas e um ataque ao livre arbítrio. “Os fanáticos do ‘estado-babá’ não estão escondendo mais suas intenções de usar o projeto antitabaco para controlar outras áreas de nossas vidas”, disse Christopher Snowdon, chefe de economia do estilo de vida do Instituto de Assuntos Econômicos, com sede em Londres.
Para Paula Johns, existe uma crença de que a educação e as regras de mercado vão dar conta do problema. “Mas o que vemos é que mercados não são de fato livres e os subsídios são os melhores exemplos disso.” Com informações da Folhapress.
O Ministério Público Federal em Goiás (MPF) entrou com uma ação na Justiça pedindo que os candidatos que se inscrevem como cotistas no Sistema de Seleção Unificada (Sisu) também possam participar da ampla concorrência. O órgão argumenta que os estudantes que se declaram cotistas ficam prejudicados caso não consigam comprovar essa condição e depois acabam perdendo a vaga, mesmo que tenham adquirido pontuação suficiente para entrar no curso pelo sistema universal.
O G1 entrou em contato com o Ministério da Educação (MEC) por e-mail às 14h54 e aguarda posicionamento.
A ação pede que seja concedida uma liminar que determine a reabertura do prazo de inscrição do Sisu para os estudantes que se declararam cotistas também possam participar da seleção de ampla concorrência. O documento sugere ainda que seja estipulada multa de R$ 10 mil por dia em caso de descumprimento dessa medida.
Além disso, o MPF quer que os próximos processos seletivos já prevejam essa inscrição concomitante nos sistemas de cotas e universal. Essa medida, de acordo com o documento, também deve ser assegurada sob pena de multa diária de R$ 10 mil.
Ação
O documento foi protocolado na quarta-feira (30) e distribuído para a 9ª Vara da Justiça Federal em Goiânia.
De acordo com o MPF, a Lei de Cotas faz com que a seleção pelo Sisu ocorra em três categorias diferentes:
Ampla concorrência
Estudantes de famílias de baixa renda
Alunos autodeclarados pretos, pardos e indígenas
No entanto, o órgão disse que a legislação não prevê possibilidade de migração entre as categorias ou que os estudantes inscrevam-se em mais de uma modalidade. O MPF avalia como “injusta” essa situação, já que considera que a autoavaliação de cada um para se autodeclarar preto, pardo ou indígena é muito subjetiva.
Ainda de acordo com o MPF, presumir que todos os candidatos que se inscrevem como cotistas e são desclassificados agiram de má-fé é uma punição injusta. A ação também avalia que sempre que isso ocorre, o estudante não tem chance de defesa e perde a oportunidade de concorrer às vagas, mesmo que tenha nota suficiente.
Também de acordo com a ação, essas situações são mais comuns com estudantes que se inscrevem na cota racial, mas também está presente nas cotas sociais.
Conforme o MPF, algumas instituições de ensino superior não aceitam alunos que sejam de escolas filantrópicas, conveniadas ou comunitárias, mesmo que elas seja equiparadas às unidades públicas. Desta forma, segundo o órgão, se não são aceitos por não comprovar essa situação socioeconômica, também deixam de fazer parte do processo seletivo.