Uma mulher foi presa nesta segunda-feira (15), ao tentar entrar com drogas dentro de um pote de margarina, na Penitenciária Desembargador Sílvio Porto, em Mangabeira, na cidade de João Pessoa. Além da maconha, dentro do pote tinha um celular, bateria e um cabo USB.
A Polícia Militar informou que o material seria entregue a um preso.
A mulher foi autuada e deve responder pelo crime de tráfico de drogas. Elafoi encaminhada à Central de Polícia, no bairro do Geisel, e deve ser transferida a um presídio feminino.
pbhoje
A delegada titular do GOE, Karina Torres, foi baleada de raspão na noite desta segunda-feira (15), durante uma troca de tiros no bairro Costa e Silva, em João Pessoa, durante investigações.
Policiais civis estavam de campana em uma caminhonete descaracterizada realizando uma investigação quando uma dupla em matou atirou diversas vezes contra o veículo. Houve revide e o tiroteio durou ao menos 10 minutos.
Encurralados, os agentes da PC pediram reforços ao Grupo de Operações Especiais (GOE) que estava nas proximidades. Quando o reforço chegou, os criminosos fugiram.
A perícia encontrou 24 cápsulas de pistola .40 no local, além de marcas de tiros no carro e nas paredes.
Os suspeitos não foram presos.
Nos Estados Unidos, a permissão de emergência para o tratamento com a cloroquina e a hidroxicloroquina contra a covid-19 foi revogada pela FDA (Food and Drug Administration, em inglês), agência tem atuação, nos EUA, semelhante à Anvisa no Brasil.
Os responsáveis pelo órgão declararam nesta segunda-feira (15) que “não é razoável acreditar que os fatores conhecidos e os potenciais benefícios desses produtos superem seus riscos conhecidos e potenciais. Por conseguinte, a FDA revoga o uso emergencial de hidroxicloroquina e cloroquina nos EUA para tratar Covid-19”, apontou a FDA.
Recentemente os EUA enviaram mais de 2 milhões de doses do medicamento para o Brasil.
A agência explica que tomou a decisão com base em novas informações e em uma reavaliação dos dados disponíveis no momento da liberação de emergência para pacientes com Covid-19 no país, publicada em 28 de março.
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A FDA acredita que as dosagens do medicamento não têm um efeito antiviral, e que, além disso, os estudos anteriores sobre a diminuição do vírus com o tratamento não foram consistentemente confirmados e uma pesquisa recente randomizada disse que não há diferença e eficiência no uso contra o Sars CoV-2; Diretrizes médicas dos EUA não recomendam o tratamento com as substâncias e o NIH (Instituto Nacional de Saúde dos Estados Unidos) não defende o uso fora de pesquisas clínicas.
Na data da liberação, a FDA permitiu o tratamento apenas para pacientes com casos graves da Covid-19 e internados em hospitais. O medicamento deveria ser administrado por um profissional de saúde com uma receita médica.
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Estudos
A polêmica em torno da cloroquina e hidroxicloroquina voltou à tona após o Estudo que parecia ser o mais completo publicado, ser retratado pela revista científica ‘The Lancet’, publicado por ela própria.
Porém, apesar disso, um outro estudo feito com 821 pacientes dos Estados Unidos e Canadá, não encontrou prova de eficácia do uso da hidroxicloroquina na prevenção da Covid-19. A pesquisa foi publicada em 03 de junho, na revista científica “The New England Journal of Medicine”
A pesquisa, conduzida por pesquisadores da Universidade de Minnesota, nos EUA, e mais cinco instituições canadenses, observou também a incidência de efeitos colaterais nos pacientes que consumiram hidroxicloroquina, mas não houve relato de reações mais graves.
Ao The New York Times, um dos autores da pesquisa, David Boulware, afirmou que a mensagem para levar ao público em geral é que, “se você é exposto a alguém com Covid-19, a hidroxicloroquina não é uma terapia preventiva ou de pós-exposição eficaz”
Este foi o primeiro ensaio clínico controlado feito com o medicamento anti-malárico. A publicação diz que ao menos 87,6% dos voluntários relataram uma exposição de alto risco a um paciente portador do vírus Sars-Cov-2.
paraiba.com.br
O Maracanã é visto como a “casa” dos times do Rio de Janeiro nas disputas nacionais e internacionais. É fato que, na cidade, há outros estádios, como São Januário e Nílton Santos, que já receberam até jogos decisivos importantes. Mas ao longo de seus 70 anos o velho Maraca pode se orgulhar de ter sido o palco das maiores festas inesquecíveis para o torcedor, inclusive o visitante.
Personagens não faltam. Pelé marcou o primeiro gol dele pela Seleção no Maracanã. E nos anos 60 foi campeão em cima do Botafogo, do Flamengo e do Vasco no mesmo estádio. Roberto Dinamite “explodiu” pela primeira vez no Mário Filho; Zico marcou seis gols numa única partida; Elvis deu show, regendo o Santo André; Fred e Gabigol prometem brigar pela artilharia da nova arena. Ado, do Bangu, Edmundo, do Vasco, Thiago Neves, do Fluminense, também ficaram marcados no estádio, em pênaltis desperdiçados.
Há uma curiosidade: apenas dois dos considerados grandes do Rio conquistaram títulos internacionais no Maracanã – o Botafogo levantou a Copa Conmebol, em 1993, e o Flamengo, em 2020, conquistou a Recopa Sul-Americana. No entanto, os dois protagonizam dois dos maiores vexames: ambos perderam finais de Copa do Brasil, contra adversários considerados bem mais fracos, respectivamente Juventude, em 1999, e Santo André, em 2004.
Flamengo e Botafogo se encontram em outra estatística interessante. Segundo o RSSSF Brasil, site de estatísticas e resultados de todos os jogos do futebol brasileiro, o Maracanã recebeu 321 jogos com mais de 100 mil torcedores, incluindo os times do Rio e a Seleção Brasileira. Com 112 jogos, sendo 44 deles contra o Vasco – daí o apelido de “Clássico dos Milhões” -, o Flamengo lidera o ranking, enquanto o Botafogo tem apenas 43 participações. Mas é do Alvinegro o último registro de público tão grande: exatamente na decisão da Copa do Brasil contra o Juventude, com 101.851 torcedores. Desde aquele jogo, em 1999, e em razão das reformas, o Maracanã nunca mais recebeu tanta gente numa partida de futebol.
O Estádio Jornalista Mário Filho tem, na história, decisões municipais, estaduais, regionais, nacionais, continentais e mundiais. Excetuando as municipais e estaduais, as demais, que envolvem os times do Rio de Janeiro, totalizam 34 jogos (em sistema mata-mata ou pontos corridos), desde o Torneio Rio-São Paulo de 1952, entre Vasco e Portuguesa (SP), e a Recopa Sul-Americana, entre Flamengo e Independiente del Valle (EQU), em 2020.
A lista das 34 decisões
Campeonato Brasileiro / Copa União – 11
1971 – Botafogo 0 x 1 Atlético-MG – Atlético-MG campeão
1974 – Vasco 2 × 1 Cruzeiro – Vasco campeão
1980 – Flamengo 3 × 2 Atlético-MG – Flamengo campeão
1983 – Flamengo 3 × 0 Santos – Flamengo campeão
1984 – Fluminense 0 x 0 Vasco – Fluminense campeão
1985 – Bangu 1 × 1 Coritiba – Coritiba campeão
1987 – Flamengo 1 × 0 Internacional – Flamengo campeão
1992 – Flamengo 2 x 2 Botafogo – Flamengo campeão
1997 – Vasco 0 × 0 Palmeiras – Vasco campeão
2000 – Jogo disputado em 2001 – Vasco 3 × 1 São Caetano – Vasco campeão
2009 – Flamengo 2 x 1 Grêmio – Flamengo campeão
Torneio Rio-São Paulo – 6
1952 – Vasco 2 x 2 Portuguesa (SP) – Portuguesa campeã
1960 – Fluminense 1 x 0 Palmeiras – Fluminense campeão
1961 – Flamengo 2 x 0 Corinthians – Flamengo campeão
1962 – Botafogo 3 x 1 Palmeiras – Botafogo campeão
1997 – Flamengo 2 x 2 Santos – Santos campeão
1998 – Botafogo 2 x 2 São Paulo – Botafogo campeão
Copa do Brasil – 5
1997 – Flamengo 2 × 2 Grêmio – Grêmio campeão
1999 – Botafogo 0 × 0 Juventude – Juventude campeão
2004 – Flamengo 0 × 2 Santo André – Santo André campeão
2006 – Flamengo 1 x 0 Vasco – Flamengo campeão
2013 – Flamengo 2 x 0 Atlético-PR – Flamengo campeão
Taça Brasil (reconhecida como título brasileiro) – 4
1962 – Jogo disputado em 1963 – Botafogo 0 x 5 Santos – Santos campeão
1964 – Flamengo 0 x 0 Santos – Santos campeão
1965 – Vasco 0 x 1 Santos – Santos campeão
1968 – Jogo disputado em 1969 – Botafogo 4 x 0 Fortaleza – Botafogo campeão
Copa Sul-Americana – 2
2009 – Fluminense 3 × 0 LDU – LDU campeã
2017 – Flamengo 1 x 1 Independiente – Independiente campeão
Mundial de Clubes da Fifa – 1
2000 – Vasco 0 x 0 Corinthians – Corinthians campeão
Taça de Prata (reconhecida como título brasileiro) – 1
1970 – Fluminense 1 x 1 Atlético-MG – Fluminense campeão
Copa Conmebol – 1
1993 – Botafogo 2 × 2 Peñarol – Botafogo campeão
Supercopa dos campeões da Libertadores – 1
1995 – Flamengo 1 × 0 Independiente – Independiente campeão
Copa Libertadores – 1
2008 – Fluminense 3 × 1 LDU – LDU campeã
Recopa Sul-Americana – 1
2020 – Flamengo 3 x 0 Independiente Del Valle – Flamengo campeão
No resumo, o Flamengo é o time com mais participações em finais e títulos conquistados – nove, e outros seis perdidos; em seguida vem o Botafogo, com quatro títulos ganhos e outros quatro desperdiçados; o Vasco, assim como o Fluminense, soma três títulos no Maracanã, mas o time de São Januário esteve em outras cinco finais, mas saiu derrotado; o Tricolor perdeu as outras duas que disputou. O Bangu perdeu o único título, dessa lista, que decidiu no Maracanã. No total, são 19 títulos – três deles conquistados sobre rivais cariocas.
A lista aumentaria de tamanho se fossem relacionados os jogos dos Estaduais. Esses em que a paixão e a rivalidade crescem e ganham em emoção. Nessa relação estão muitos dos 333 gols de Zico, do Flamengo, o maior artilheiro do Maracanã; a vibração de Cocada, do Vasco, em 1988; o gol de barriga de Renato, pelo Fluminense, em 1995; a cavadinha de Loco Abreu, do Botafogo, em 2010.
70 anos, infinitas histórias.

O Departamento Estadual de Trânsito (Detran-PB) vai retomar alguns serviços presenciais a partir desta terça-feira (16), na sede, e desta quarta-feira (17), nas 27 Ciretrans do Estado. Os atendimentos acontecerão mediante agendamento prévio, por meio do site do órgão. Neste primeiro momento, o atendimento ao público será em horário corrido, das 7h30 às 13h30.
Além de enfatizar os serviços online ampliados durante a pandemia do novo coronavírus, disponíveis no site do Detran-PB, o superintendente Agamenon Vieira destaca que a retomada será gradual, atendendo às exigências sanitárias e de distanciamento entre usuários e servidores, impostas pela Secretaria de Estado da Saúde.
Com essa ampliação, a partir de agora, o número de agendamentos passará de 58 para 170, na sede. Em Campina Grande, o Citetran atenderá 80 usuários por dia, enquanto as demais farão 40 agendamentos nos municípios com concessionárias de veículos, e 20 nas Ciretrans sem esse equipamento. Os postos de trânsito serão reabertos no decorrer da semana.
Protocolos para atendimento
A direção do órgão destaca que só será permitido o ingresso nos prédios, mediante a apresentação do protocolo do agendamento. Adverte ainda que será obrigatório o uso de máscaras e informa que, neste primeiro momento, as guias deverão ser pagas fora da sede e Ciretrans, para evitar aglomerações nas filas de correspondentes bancários.
Segue a relação dos serviços presenciais oferecidos, por meio de agendamento prévio, no site do Detran:
- Transferência de propriedade de veículos da Paraíba;
- Transferência de propriedade de veículos de outros estados da federação;
- 2ª via do Certificado de Registro de Veículos (CRV – antigo DUT/recibo);
- Liberação de veículos apreendidos;
- Entrega de Carteira Nacional de Habilitação (CNH);
- Solicitação de placas;
- Primeiro emplacamento;
- Baixa e implantação de gravame;
- Renovação de licenciamento de veículos de carga;
- Instalação de placas de processos já concluídos;
- Vistoria.
A partir de agora, os serviços disponibilizados por meio do site e de aplicativo, não serão atendidos de forma presencial. São eles:
- Impressão da guia para pagamento de boleto de licenciamento anual;
- Consulta de processo do veículo;
- Ingresso com recurso de multa;
- Parcelamento de multas e licenciamento em atraso, por empresas credenciadas ao Detran-PB;
- Emissão e impressão do CRLV Digital;
- Agendamento para liberação de veículos;
- Agendamento para serviços de vistoria;
- Solicitação de 2ª via da Carteira Nacional de Habilitação e da CNH definitiva.
Em meados de fevereiro, o engenheiro Antonio Carlos Alvarez Fasano foi procurado por assessores de um colega dos tempos de Instituto Tecnológico da Aeronáutica (ITA), o ministro da Ciência e Tecnologia Marcos Pontes. Na época, a Covid-19 se alastrava pela Europa, e o governo brasileiro sabia ser questão de tempo até o vírus chegar ao Brasil – o primeiro caso da doença seria registrado em São Paulo no fim daquele mês. Os assessores, entre eles também alguns colegas de ITA, propunham que Fasano, dono de uma fábrica de equipamentos de automação industrial, desenvolvesse um ventilador mecânico pulmonar com tecnologia nacional. O ministério sabia que o aparelho, essencial para a sobrevivência de infectados pelo coronavírus nos hospitais, seria objeto de cobiça de governadores e prefeitos. “Eles me disseram que, se eu quisesse fazer a diferença, aquele era o momento”, recorda Fasano.
Foram dois meses de pesquisa até o desenvolvimento do ventilador, batizado de “Respira Brasil”, feito com tecnologia brasileira, com exceção das válvulas, importadas do Japão. “O nosso ventilador não está muito atrás dos outros. Fizemos testes na Santa Casa de São Paulo e os médicos gostaram muito”, diz o engenheiro. Para montar o equipamento, Fasano associou-se à Biogeoenergy, de Araraquara, interior paulista, uma empresa polivalente: fabrica de fornos industriais a dessalinizadores de água; faz projetos para usinas hidrelétricas e tratamento de esgoto. Paulo de Tarso Carlos, filiado ao PL, apresenta-se como CEO da empresa, destaca reportagem da Piauí.
Para concluir o projeto dos ventiladores, Carlos contratou a Hempcare, uma importadora de cannabis para fins medicinais sediada em São Paulo, como “distribuidora exclusiva” do “Respira Brasil”. “Quando percebemos que os respiradores importados, que são quase três vezes mais caros que os nossos, tinham longa espera para a entrega, resolvemos investir aqui, gerar emprego e salvar pessoas”, disse Cristiana Prestes Taddeo, dona da Hempcare, em maio.
No início de abril, a Hempcare assinou um contrato de 48,74 milhões de reais para o fornecimento de trezentos ventiladores pulmonares ao Consórcio do Nordeste, um pool formado pelos nove estados da região para a realização de várias parcerias, incluindo a aquisição de insumos e equipamentos utilizados no combate ao novo coronavírus. Tudo foi pago antecipadamente. Seriam sessenta aparelhos para a Bahia e trinta para cada um dos demais estados. Segundo a assessoria do consórcio, o contrato previa o fornecimento de aparelhos importados da China. No entanto, ainda de acordo com o consórcio, a Hempcare pretendia entregar ventiladores “Respira Brasil”, que não têm registro na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
Consultado pela piauí, um médico intensivista que atua como representante de uma fabricante de ventiladores há mais de duas décadas no mercado brasileiro, afirma que o “Respira Brasil” usa tecnologia obsoleta, de vinte anos atrás, e que não é adequado para atender pacientes de Covid-19 em estado muito grave. “Esse equipamento não permite mensurar a real necessidade de oxigênio do paciente nem saber o grau de infecção pulmonar. É como um Fusca sem velocímetro. Você vai às cegas”, compara. Segundo ele, o custo de produção de um equipamento com as características do “Respira Brasil” não ultrapassa 5 mil reais. A piauí obteve planilhas de uma empresa terceirizada pela Biogeoenergy que apontam um custo de 2 mil reais para cada ventilador. Cada equipamento, portanto, seria entregue ao Consórcio do Nordeste por 162,5 mil reais, ou 3.150% a mais do que o custo de produção (considerando aqui o valor de 5 mil reais por equipamento). Para efeito comparativo, o ventilador pulmonar importado mais caro da General Electric, líder nesse mercado, custa 140 mil.

Quem assina o contrato pelo Consórcio do Nordeste é o governador Rui Costa, do PT. Semanas depois da formalização do acordo, a Biogeoenergy começou a construir uma fábrica de ventiladores pulmonares em Camaçari, na região metropolitana de Salvador, com capacidade para produzir até cem equipamentos por dia. “A Bahia se sente privilegiada por uma fábrica dessa natureza se instalar por aqui”, disse na época o vice-governador João Leão, do PP, ao jornal A Tarde. Em maio, a Biogeoenergy assinou um termo de doação de trinta ventiladores mecânicos à Prefeitura de Araraquara, comandada pelo petista Edinho Silva, ministro na gestão de Dilma Rousseff. Os equipamentos deveriam ser entregues ao consórcio até o dia 23 de abril. Mas até a última sexta-feira, 5, nenhum aparelho havia sido entregue nem ao Consórcio do Nordeste, nem à Prefeitura de Araraquara.
No fim de maio, a Biogeoenergy apresentou o “Respira Brasil” em um hospital do Exército em Brasília. No evento, havia um assessor do Ministério da Ciência e Tecnologia, do ministro amigo do inventor do aparelho. Segundo Fasano, a Biogeoenergy mantinha conversas com a pasta para fechar contrato de fornecimento de ventiladores com o governo federal. Mas não houve tempo. Na manhã do dia 1º, segunda-feira, Taddeo e o sócio dela na Hempcare, Luiz Henrique Ramos, foram presos em Brasília; enquanto isso, Paulo de Tarso Carlos, da Biogeonergy, era detido no Rio de Janeiro. No total, foram cumpridos quinze mandados de busca na Operação Ragnarok, da Polícia Civil da Bahia, que apura irregularidades na negociação dos ventiladores. De acordo com a assessoria da Secretaria de Segurança Pública da Bahia, o trio é investigado por associação criminosa, estelionato e lavagem de dinheiro. No total, 150 contas bancárias pertencentes às empresas foram bloqueadas pela Justiça. Taddeo, Ramos e Carlos foram soltos cinco dias depois, quando venceu o prazo dos decretos judiciais de prisão temporária. A delegada Fernanda Asfora, que coordenou a operação, não quis falar com a piauí. A operação provocou a demissão do secretário da Casa Civil do governo baiano, Bruno Dauster. Nesta segunda-feira, 8, o inquérito passou a tramitar no Superior Tribunal de Justiça (STJ), onde correm inquéritos contra governadores. Procurada, a assessoria do tribunal não informou por que a investigação passou a tramitar na Corte.
A assessoria da Biogeoenergy negou que o custo de produção de cada ventilador tenha sido de 5 mil reais, mas não informou valores. Segundo nota da empresa, o “Respira Brasil” é “de última geração” e atende as especificidades da Anvisa. “O equipamento passou em todos os testes a que foi submetido e aguarda apenas a autorização do órgão federal para que a produção comece.” A Biogeoenergy disse que, inicialmente, a Hempcare entregaria ao Consórcio do Nordeste ventiladores importados da China, e somente quando não conseguiu fazer a importação é que procurou a Biogeoenergy para obter os aparelhos. “Não temos compromissos firmados ou assinados com o Consórcio do Nordeste e, portanto, nenhuma responsabilidade sobre a quebra de contrato da Hempcare com os governos do Nordeste.”
Nenhum representante da Hempcare foi localizado na última semana para comentar o caso – todos os telefones que constam no site da empresa estão inoperantes. A assessoria do Ministério da Ciência e Tecnologia não se manifestou. Procurada, a assessoria do governador da Bahia, Rui Costa, repassou o assunto para a assessoria do Consórcio do Nordeste. O Consórcio negou responsabilidades no caso e disse ter sido enganado pela empresa Hempcare – tanto que foi o próprio consórcio quem acionou a Polícia Civil baiana.
Foto: Atual governador João Azevedo e o padrinho político, ex-presidiário Ricardo Coutinho (Imagem ilustrativa)
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