Dos 29.101 candidatos que pediram registro, a Justiça Eleitoral rejeitou 1.888, o que representa 6,5% do total. Segundo dados disponíveis no portal do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), 173 candidatos foram julgados inaptos por causa da Lei da Ficha Limpa, entre eles o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que disputaria o Palácio do Planalto pelo PT.
A falta de requisitos para registro – como a não comprovação de pleno exercício dos direitos políticos, alistamento eleitoral e filiação partidária – foi o principal motivo para indeferimento de candidaturas – 75,46% do total de pedidos. Treze candidatos foram considerados inaptos a disputar as eleições por abuso de poder e outros cinco por gasto ilícito de recursos.
A Justiça Eleitoral confirmou 27.213 candidaturas, um crescimento de 4% em relação a 2014, quando 26.162 disputaram as eleições gerais – presidente, governador, senador, deputado federal, estadual e distrital. Até agora, 682 candidatos renunciaram e três morreram.
Embora a corrida presidencial seja a mais discutida no país, a eleição para a Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF) é a mais disputada: são 40,88 candidatos por vaga. A Câmara Legislativa tem 24 cadeiras e se apresentaram 981 concorrentes.
As 26 assembleias legislativas têm 1.035 cadeiras e 17.950 candidatos, o que dá em média 17,34 concorrentes por vaga. Para as 513 vagas na Câmara dos Deputados, são 8.595 postulantes (16,75 por vaga).
Do total de candidatos, 13 disputam a Presidência da República, 202 concorrem a governador dos 26 estados e do Distrito Federal e 358 postulam o Senado. Neste ano, estão em disputa duas cadeiras de senador por estado, totalizando 54 vagas.
O PSL foi o partido que lançou o maior número de candidatos país afora – 1.543, 5,3% do total. Além do presidenciável Jair Bolsonaro, 942 concorrem a deputado estadual, 488 a deputado federal, 24 a deputado distrital, 22 a senador, 14 a governador, 11 a vice-governador e 41 a suplente de senador.
Na sequência vêm o PSOL, com 1.347 concorrentes e o PT, com 1.309 candidatos. Além do presidenciável Guilherme Boulos, o PSOL lançou candidatos a governador em 25 estados. O PT tem candidato a presidente, Fernando Haddad, e disputa 16 governos estaduais.
Fonte: EBC
Nesta segunda-feira (24/09) na cidade de Alagoa Grande o jovem Elielson Queiroz da Silva, de 17 anos de idade vulgo Shineray, onde na ação dos meliantes efetuaram 4 disparos contra o Elielson que não resistiu aos ferimentos e veio a óbito.
Na ação os indivíduos efetuaram 2 disparos contra a mãe, que atingiu a coxa e o braço da mulher e a criança de 4 meses que foi ferida com um disparo no peito direito que atravessou. A mãe e a criança foram encaminhadas para o hospital em estado regular.
A polícia continua em busca dos meliantes.
Matéria em atualização…
Fonte: Nordeste 1
A Polícia Militar apreendeu 20 quilos de drogas, no início da tarde desta segunda-feira (24), na cidade de Monteiro. Na ação, duas pessoas foram presas, e uma terceira pessoa que estava com uma arma de fogo também foi detida pelos policiais do 11º Batalhão.
A apreensão aconteceu no fim da manhã e acabou pela tarde, quando dois homens em uma motocicleta, vindos do estado de Pernambuco, foram abordados pela equipe da Rondas Ostensivas Táticas com Apoio de Motocicletas (Rotam). Com eles, os policiais encontraram um pacote de substância semelhante à maconha, e a suspeita é que o material seria traficado na cidade. Os dois homens, de 35 e 28 anos de idade, estavam hospedados em um dormitório nas proximidades de um bar, e lá os policiais encontraram o resto do carregamento.
Foram apreendidos 19 pacotes grandes e 60 pacotes menores de substância análoga à maconha, totalizando 20 quilos de entorpecentes apreendidos no dormitório (foto ao lado). Uma espingarda também foi encontrada em uma casa na região, e seu proprietário foi preso. As drogas e os dois suspeitos presos foram encaminhados para a Delegacia de Monteiro e autuados por tráfico interestadual. Já o dono da arma foi autuado por posse ilegal.
Fonte: Assessoria PMPB
Em crescimento apesar das turbulências econômicas globais e regionais, o mercado da alimentação saudável tem atraído empresários brasileiros. Enquanto algumas empresas nascem com a proposta de fornecer alimentos livres de conservantes ou açúcar, outras se adaptam para atender às novas necessidades dos consumidores.
A demanda vem dos mercados interno e externo. Exportar produtos típicos brasileiros com o valor agregado conferido pelo selo de alimento saudável é bom negócio.
Um relatório da agência de pesquisas Technavio estima um crescimento anual de 6% para o mercado global de alimentação saudável até 2020. Para o Brasil, a agência Euromonitor Internacional projetou crescimento anual de 4% desse mercado até 2021.
O administrador de empresas e ex-chefe de cozinha Matheus Mariani iniciou a incursão no ramo vendendo para o mercado brasileiro. Após cerca de três anos desenvolvendo os produtos, em 2016 ele fundou a Alquimia da Saúde, uma fábrica de suplementos alimentares sem aditivos químicos.
“Eu já trabalhei com eventos, já fui dono de restaurante. Mas vi que estava tendo essa necessidade de as pessoas se alimentarem melhor de uma forma prática. Meu cunhado era atleta de mountain bike e sempre pedia que eu desenvolvesse algo para ele. Suplementos naturais, nada de química, nada de refinados. Comecei a desenvolver, no início de maneira bem informal”, conta.
A ideia deu certo, no entanto, e se transformou na fábrica hoje com sede em Itajaí, Santa Catarina. Mariani explica que sua formação em gastronomia e a experiência como chefe em restaurantes conceituados da Europa ajudaram na criação dos produtos, que incluem vitaminas em cápsulas, pós e óleos essenciais. O uso de um processo diferenciado na fabricação permite dispensar os aditivos.
“A partir de uma técnica chamada spray dryer você consegue microencapsular um produto, mas precisa da maltodextrina, um aditivo que é um carboidrato e retira toda a fibra. Nós fazemos de forma diferente. O açaí, por exemplo, uma fruta gordurosa, precisa de aditivo para desidratar. Mas a gente usa um processo chamado liofilização, um ultracongelamento que desidrata[sem aditivo]”, diz o empresário. Segundo ele, atualmente os suplementos da Alquimia da Saúde são vendidos em todo o país.
Interesse em exportar
“Começamos com e-commerce para pessoa física. Agora, as lojas de produtos naturais começaram a nos procurar”, relata. Matheus Mariani e o pai, Maurício Danilo Mariani, sócio investidor da empresa, também decidiram que chegou a hora de exportar. Com outras 61 empresas brasileiras, eles participam esta semana de rodadas de negócios na LAC Flavors, uma feira de bebidas e alimentos promovida pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) em Santiago, Chile.
“A tendência no Brasil é querer tudo fino, tudo coado. Lá fora eles perceberam a importância da fibra, do integral, há um tempo, antes da gente”, destaca Matheus. Na feira, a empresa fará rodadas de negócios com potenciais compradores do Chile, Austrália, Ásia e Estados Unidos. A participação das empresas brasileiras foi articulada pela Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil), que organizou um stand para exposição dos produtos do Brasil.
Matheus Mariani acredita em um mercado cada vez mais favorável aos produtos naturais, inclusive com redução de preços. “Nós somos co-criadores desse preço alto [dos produtos orgânicos]. Quanto mais a gente consumir, mais vai crescer o volume de produtos disponíveis e mais vai baratear.”
Adaptação
O interesse crescente por produtos mais saudáveis também leva empresas a se adaptarem. É o caso da fabricante de bebidas Refrix, da cidade de Tietê, no interior de São Paulo. No mercado há 45 anos com os refrigerantes Xereta, há cerca de oito anos a empresa tratou de diversificar seu portfólio, após estudos de mercado apontarem uma maior preocupação do consumidor com a saúde.
A empresa ingressou no mercado de produtos saudáveis com a água de coco Vittal, anunciada como livre de conservantes. Segundo Daniela Echeverri Fierro, encarregada de exportações da Refrix, o produto vem diretamente de frutas adquiridas no Nordeste. É feita uma pasteurização, ou seja, um aquecimento a altas temperaturas, e isso garante a conservação por cerca de um ano. Em outubro, a empresa lançará seu segundo produto da linha natural: chás em lata também sem açúcar e aditivos.
A Refrix, no entanto, continua promovendo os refrigerantes. A companhia já está no mercado exportador há alguns anos, com vendas para Paraguai, Uruguai, Guiana Francesa, Estados Unidos, Japão, Inglaterra, Portugal e Alemanha.
Com a participação nas rodadas de negócios da LAC Flavors, pretende ampliar o leque de parceiros internacionais. Segundo Daniela, as exportações são parte importante da estratégia de crescimento da empresa e a linha saudável tem destaque na divulgação para o exterior. “A gente exporta desde antes de começar a crise [econômica no Brasil]. O mercado vem caindo e a nossa empresa, crescendo. A gente consegue afrontar essa crise por ser uma empresa que busca novos negócios.”
Cadeia produtiva sustentável
Fundada há seis anos, a Manaos Polpas, com sede na região metropolitana de Manaus, no Amazonas, também aposta suas fichas na preferência do consumidor por produtos menos industrializados. A empresa comercializa açaí e polpas de frutas tipicamente brasileiras, como cupuaçu, acerola e bacuri. Os produtos são adquiridos por supermercados até mesmo de São Paulo.
“É um mercado muito crescente hoje”, comenta Renato Freitas, diretor comercial da empresa. “Vivemos em uma correria tremenda. Se você puder consumir de forma saudável e mais prática, melhor”, acrescenta Leís Batista, diretor de relações.
A empresa prepara terreno para começar a exportar. Durante a LAC Flavors, tem agendadas rodadas de negócios com México, Uruguai, Estados Unidos, Espanha, Índia, República Tcheca e Chile. Segundo Leís Batista, há um grande interesse pelas frutas brasileiras. “O Brasil tem uma diversidade de frutas muito grande, exótica.” Ele acredita, no entanto, que para além do produto em si, o comprometimento da empresa com a cadeia produtiva como um todo é fundamental.
“Tem que observar o extrativismo do açaí. Se quem vai extrair está recebendo o preço justo, se não está sendo explorado. Se a pessoa sabe fazer a seleção do fruto, se sabe fazer a limpeza, se vai colocar no mercado em 24 horas. Acima de tudo, se vai manter a floresta de pé. A gente está iniciando, agora, a busca por certificações [de que o processo produtivo atende a parâmetros de qualidade]”, afirma Leís, que acredita que isso fará a diferença no mercado internacional.
Fonte: Agência Brasil
Clubes europeus estão atentos ao futebol de Lucas Paquetá, mas quem está mais próximo de fechar com o meia do Flamengo é o é o Paris Saint-Germain. A equipe parisiense ainda não oficializou nenhuma proposta ao rubro-negro carioca, mas já trabalha internamente no plano de contratação do jovem.
E de acordo com o Globoesporte.com, o trunfo do PSG para levar Paquetá é Neymar. O craque é admirador do futebol da joia rubro-negra e ficou bem próximo a ele na última convocação da seleção brasileira.
À Paquetá, Neymar falou sobre as vantagens de jogar no PSG e deixou o garoto animado.
A ideia do PSG é contratar Paquetá e incorporá-lo ao elenco em janeiro de 2019, na metade da temporada europeia. O técnico da equipe, o alemão Thomas Tuchel, é outro que vem acompanhando Paquetá e já de aval para que ele seja contratado.
Fonte: Esporte Ao Minuto
Após anunciar novamente uma pausa na carreira, Simaria usou as redes sociais neste domingo (23) para desabafar e revelou um novo problema de saúde.
++ Simaria fará pausa na carreira: “Não estou pronta para voltar”
A dupla de Simone, que ficou quatro meses afastada para tratar uma tuberculose ganglionar, tinha voltado aos palcos neste mês. Mas, na última semana, a coleguinha voltou a se sentir mal e precisou ser internada novamente. Simaria gravou um longo vídeo e explicou tudo o que aconteceu e revelou que está com um novo problema de saúde, além da tuberculose.
“Oi, meu amores! Estou passando aqui em respeito e consideração a todas as pessoas, fãs e contratantes que rezam e torcem por mim, por Simone e Simaria. Infelizmente, na semana passada, tive mais uma mal estar e, após realizar vários exames, ficou definido que devo me afastar novamente dos palcos. Ao longo deste mês, dei o melhor de mim em todos os shows e compromissos, vocês sabem como sou batalhadora e “dura na queda”, mas a rotina na estrada não é fácil, ainda mais para conciliar com o tratamento da Tuberculose Ganglionar”, escreveu a cantora em seu Instagram.
Simaria revelou que está com outras questões de saúde: “Infelizmente, por conta da logística de show, horários das apresentações – muitas vezes acontecem muito tarde e desregulam meus horários da medicação, desgaste físico – vocês sabem que não é somente cantar, eu amo pular, brincar e gosto de animar meu publico, isso exige muito de mim. E, além disso, ainda estou com uma inflamação no estômago causada por uma outra bactéria que eu provavelmente adquiri de comida. De um lado, remédio para tuberculose, de outro a gastrite…”
E encerrou dizendo que irá se afastar novamente por decisão médica: “Por esses motivos, meu medico Dr. David Uip, em comum acordo com a equipe dele, decidiram me afastar dos shows, mas continuarei trabalhando no nosso DVD, que estar por vir e vai ficar lindo, e alguns outros compromissos previamente autorizados pelo Dr. David. Nem sempre as coisas acontecem exatamente como planejamos, mas Deus sabe o que faz e tudo no seu tempo, né?! Agradeço muito o carinho de todos e prometo dividir com vcs um pouco do meu dia a dia durante meu afastamento”
Em alguns vídeos compartilhados no Stories, Simaria falou que mesmo em tratamento está compondo e produzindo músicas: “Produzir, compor, tudo isso faz eu me sentir viva, eu me sinto feliz quando estou trabalhando, então é por isso que eu continuo fazendo as coisas que eu gosto, para me sentir viva, um beijo”
Após o desabafo e a revelação do novo problema de saúde, Simaria tem recebido milhares de comentários dos fãs em suas redes sociais desejando melhoras.
Fonte: Jetss
Foram anos de rumores, saídas em falso e curtos-circuitos. Mas finalmente a China e o Vaticano assinaram um acordo histórico que torna definitivamente mais próximo o degelo das relações diplomáticas, rompidas desde 1951, quando Mao Tsé-tung expulsou o núncio apostólico e os missionários católicos da República Popular. O primeiro passo tem caráter religioso e consiste no reconhecimento por parte do Vaticano de 7 dos 60 bispos nomeados pelo regime chinês durante as últimas décadas, e que a Santa Sé se recusava a legitimar. Chega assim ao fim uma etapa em que duas Igrejas paralelas conviviam: a oficial (controlada da Associação Católica Patriótica) e a clandestina (pelo Vaticano). Pequim considerou até hoje uma ingerência que as nomeações viessem de Roma, e não reconhecia a autoridade do Papa como chefe da Igreja Católica. A Santa Sé, por sua vez, não aceitava que esses bispos fossem impostos pelo regime comunista, algo que não acontece em nenhum outro país.
As duas Igrejas passarão agora a ser uma só, e a última palavra sobre os bispos, supõe-se, será do Pontífice. Entretanto, a decisão será tomada conjuntamente, seguindo propostas de Pequim, informaram algumas fontes. O acordo, cujo conteúdo não foi publicado, é provisório e será periodicamente revisado e aperfeiçoado (fala-se em dois anos com primeira experiência), informou a Santa Sé em nota oficial. Assinaram o documento o subsecretário para as Relações Internacionais do Vaticano, Antoine Camilleri, e o vice-chanceler chinês, Wang Chao. Com a habitual prudência, o porta-voz do Papa, Greg Burke, especificou o objetivo do acordo: “Este não o final de um processo. É o começo. Isto surgiu através do diálogo, da escuta paciente por ambos os lados, mesmo quando se vinha de posições muito diferentes. O objetivo não é político, e sim pastoral. Permitirá aos fiéis terem bispos em comunhão com Roma, mas ao mesmo tempo reconhecidos pela autoridade chinesa”.
A concessão da Santa Sé, pouco habituada a oferecer tanto terreno nas negociações com outros Estados, foi notável e altamente criticada por vários setores da Igreja —especialmente algum dos bispos que durante anos viveram na clandestinidade e perseguidos pelo regime, como Joseph Zen, ex-arcebispo de Hong Kong. O secretário de Estado do Vaticano, Pietro Parolin, rebateu as críticas nesta sexta-feira defendendo a pertinência de um passo deste tipo. O acordo, supostamente, agora obrigará alguns desses prelados a entregarem seu cargo aos escolhidos pela China. Em troca, o regime reconhecerá o Pontífice como chefe único da Igreja Católica, e haverá uma só instituição no país, como explicou Parolin em uma mensagem por vídeo. “Pela primeira vez, hoje, todos os bispos na China estão em comunhão com o Santo Padre, com o Papa, com o Sucessor de Pedro […]. É necessário unidade, confiança, e é necessário termos bons Bispos que sejam reconhecidos pelo Papa, pelo Sucessor de Pedro e pelas legítimas autoridades civis de seu País. E o Acordo vai nessa linha.”
O acordo com a segunda maior economia do mundo —que, segundo o comunicado, “cria as condições para uma colaboração mais ampla em nível bilateral”— coincide com a chegada do Papa à Lituânia, dando início a uma viagem pelos países bálticos. Um momento pouco propício para um anúncio desse porte, que ofusca o resto da sua agenda e deixa a visita em segundo plano. Um elemento a mais que leva a pensar no nível de imposições da China nesta longa negociação, que também encontra neste avanço um elemento de pressão a mais em sua guerra comercial contra os EUA.
O Vaticano, entretanto, tinha muito interesse em virar a página de um período de distanciamento em relação ao país onde o protestantismo e o catolicismo mais crescem, e onde poderia ter um enorme reservatório de fiéis e vocações eclesiásticas. Pouco a pouco, o gigante asiático avança na ocupação da hegemonia cultural e política à qual os EUA vêm renunciando pelas mãos de seu presidente, Donald Trump.
Há na China 12 milhões de católicos oficiais e 40 milhões de cristãos, embora alguns especialistas calculem que a cifra real poderia ultrapassar os 88 milhões de militantes do Partido Comunista da China. Esse país, segundo as estimativas do professor Yang Fenggang, da Universidade Purdue em Indiana (EUA), poderia ter até 2030 a maior população cristã da terra, com 247 milhões de crentes. Entretanto, atualmente há mais de 30 bispos clandestinos, escolhidos pelo Vaticano, mas carentes do reconhecimento do Governo. Alguns estão inclusive encarcerados, como o bispo de Mindong, Vincent Guo Xijin. O problema se dá em ambas as direções, porque o Governo chinês também nomeou outros sete bispos que o Vaticano considerava ilegítimos e que foram excomungados pela Santa Sé.
A operação foi muito complicada. Desde o pontificado de Bento XVI houve gestos contínuos nessa direção que permitiam intuir alguns avanços. De fato, Francisco rompeu em 2014 com décadas de frieza ao enviar um telegrama de saudações na sua passagem pelo espaço aéreo chinês a caminho da Coreia do Sul. A partir daí, o Papa argentino fez dessa uma prioridade de seu Pontificado. Em maio deste ano, a China deu de presente ao Vaticano duas obras do pintor Zhang Yang e pôs em marcha a chamada “diplomacia da arte”, que implicou também os seus museus. Pequim, por sua vez, havia emitido sinais contraditórios. O presidente Xi Jinping expressou em várias ocasiões sua desconfiança sobre ideologias procedentes do estrangeiro, e durante seus primeiros cinco anos de mandato endureceu fortemente o controle sobre a sociedade civil, as minorias étnicas e as religiões.
O outro grande entrave para o avanço definitivo é Taiwan, que a China considera parte inalienável de seu território e com a qual não está disposta que seus sócios mantenham relações diplomáticas. Esse deveria ser o segundo grande passo para a normalização definitiva dos vínculos. A Santa Sé é um dos poucos países que reconhecem diplomaticamente a ilha como um Estado. Aliás, Taiwan é um ponto estratégico para o Vaticano na Ásia: embora apenas 300.000 pessoas (1,55% de sua população) pratiquem o catolicismo, sua presença é visível através de universidades como a Fu-jen e a Wenzao. O vice-presidente Chen Chien-jen é um de seus fiéis. Mas fontes vaticanas já informaram em outras ocasiões que esse seria um problema menor se houvesse como superar a questão dos bispos.
A operação chinesa é crucial para a Igreja em um continente onde, depois da África, mais crescem os fiéis e as vocações cristãs. Antigos redutos importantes, como a América, retrocederam com o tempo, e o catolicismo (uma das cinco religiões que Pequim reconhece oficialmente, junto com o protestantismo, o islamismo, o budismo e o taoísmo) perde terreno frente a correntes como as evangélicas. Mas, além disso, o acordo do Vaticano com a segunda maior potência econômica do mundo é uma peça fundamental na disputa entre os EUA e a China e no avanço do país asiático para ocupar o espaço hegemônico que Trump começou a abandonar com o protecionismo norte-americano.
Fonte: EL PAÍS