Dezenas de prefeitos protestaram nesta terça-feira (6) em Toulouse contra o excesso de ursos nas montanhas dos Pirineus, no sudoeste da França. Segundo as autoridades, os animais vêm multiplicando ataques contra criações de ovinos e gerando prejuízos para os criadores.
“Ouçam-nos em Paris!”, bradaram os prefeitos em Toulouse. “Há unanimidade para pedir a retirada de ursos dos Pirineus. É um apelo ao Estado!”, afirmou o presidente da Câmara de Agricultura regional, Philippe Lacube.
As autoridades calculam que cerca de 50 ursos vivem atualmente nas montanhas do sudoeste da França. Segundo o Escritório Nacional da Caça e da Fauna Selvagem, entre 1° de janeiro e 31 de julho deste ano, foram registrados 214 ataques de ursos contra criações de ovinos. De acordo com o organismo, esse número vem aumentando nos últimos anos. No mesmo período, em 2018, foram registrados 167 ataques; em 2015, foram apenas 53.
638 ovinos mortos
Para as autoridades, os prejuízos causados pelos ataques são inéditos. Apenas neste ano, 638 ovinos morreram no sudoeste da França. O mais curioso é que esses animais não morrem ao serem devorados pelos ursos, mas caindo em abismos nas montanhas ao tentarem escapar dos predadores.
“Não há mais lugar para os ursos!”, reclamou o presidente do Conselho Departamental, Henri Nayrou. Ele diz temer que os agricultores comecem a agir por conta própria e matem os animais ou mesmo ataques contra humanos. Segundo ele, cada vez mais os animais se aproximam de vilarejos.
O prefeito da região da Occitânia, que responde pela região dos Pirineus franceses, explica que o controle da população de predadores só pode ser realizado em caso de ataque contra o homem. Entre as medidas que propõe, estão operações para assustar e deslocar os animais, além de um acompanhamento financeiro e o aumento da indenização aos criadores após ataques.