O Equador ainda não sabe quem vai enfrentar o economista Andrés Arauz no segundo turno das eleições presidenciais, em abril. O candidato apoiado pelo ex-presidente Rafael Correa teve o maior número de votos e está garantido na próxima votação, mas a disputa pelo segundo lugar continua indefinida.
De acordo com as autoridades eleitorais, o ex-banqueiro Guillermo Lasso assumiu a segunda colocação nesta quinta-feira (11) ao ultrapassar o líder indígena e ambientalista Yaku Pérez. A diferença entre os dois candidatos é inferior a um ponto percentual. Falta contar pouco mais de 1% dos votos.
A razão para a demora na contagem, segundo o jornal “El Comercio”, é que o Conselho Nacional Eleitoral está revisando as “atas com novidades”. Trata-se de boletins eleitorais com problemas de verificação, como falta de assinatura dos chefes de seção.
Com a virada, apoiadores de Pérez prometem manifestações para acusar as autoridades de “fraude eleitoral”. Do outro lado, Lasso prometeu, caso seja confirmado no segundo turno, levar adiante as demandas dos candidatos derrotados — o ex-banqueiro representa o setor liberal-conservador da política equatoriana, mas obteve votação abaixo da esperada.
Entenda abaixo cenário das eleições equatorianas e da lenta contagem dos votos:
A única definição até o momento é que Andrés Arauz, da coalizão União Pela Esperança, estará no segundo turno. Independentemente da contagem e da revisão das atas, o economista de 35 anos obteve mais de 30% dos votos e não pode ser alcançado ainda neste 1º turno pelos demais candidatos.
Arauz tem o apoio do ex-presidente Rafael Correa, figura que divide opiniões no Equador. Correa foi condenado à prisão por corrupção, mas vive na Bélgica e, portanto, não cumpre pena.
De um lado, parte do eleitorado acredita que o pacote de estímulos prometidos pelo “correísta” pode levantar a economia equatoriana após a pandemia do coronavírus — que afetou fortemente o Equador — e a crise política de 2019. De outro, há uma desconfiança em cima de Arauz pelo apoio que recebe de um ex-presidente condenado por corrupção.