O deputado estadual candidato à reeleição, Anísio Maia (PT), disse que não vai questionar o partido sobre a doação de R$ 4,5 milhões a candidatos do PROS. O parlamentar explicou que o PROS esteve contra o impeachment de Dilma Rousseff, mesmo que alguns deputados da legenda tenham votado pelo impedimento da ex-presidente como André Amaral (PROS), da Paraíba.
Ontem (24), o ClickPB mostrou que somente a candidata Malu Vinagre, ‘nanica’ em importância eleitoral, recebeu R$ 500 mil. O valor que o PT doou para a campanha da irmã de André Amaral é maior que o valor dado pelo próprio partido a ela.
“Eu não me considero injustiçado. Não tomei conhecimento pelos motivos de tal doação. O que veio para mim é satisfatório. Recebi R$ 44 mil. Minha campanha é barata. Isso paga a minha propaganda. Eu não tenho gastos exorbitantes. Estou satisfeito. Eu recebi praticamente de volta o que dei ao PT. Se eu tivesse mais recursos eu doaria de boa vontade. É o meu partido. Estou há mais de 40 anos no PT”, disse Anísio rindo ao falar sobre a doação de R$ 44 mil e a contribuição mensal de R$ 2.400 que doa ao PT.
“Eu não contava com muito dinheiro do PT. Até porque eu acho que tem que ir para a campanha de Lula e para as mulheres do PT, pois tem uma legislação que orienta o recurso para elas. Eu não vou questionar porque o que veio para mim foi o bastante”, falou o parlamentar.
Sobre o atentado ao candidato a presidente Jair Bolsonaro (PSL), Anísio Maia disse que espera que não haja uma conspiração próxima do dia da votação no primeiro turno. Ele argumentou que a Polícia Federal pediu mais 15 dias para investigar Adélio Bispo e que a PF deveria ter pedido mais tempo para investigar com mais profundidade e não deixar para entregar o resultado perto do pleito.
“Nós queremos que se investigue tudo. Por que só 15 dias (para prorrogação da investigação)? Se é para investigar de verdade, vamos colocar mais 30 ou 60 dias. Mas 15 dias só para coincidir como o momento do pleito… Naquele momento mais agudo onde a gente não pode se defender. Nós estamos preocupados e alertando. Vamos ficar de olho. Não vamos permitir mais uma fraude na eleição”, disse o deputado.
Ele explicou que está claro que não há relação do homem que atacou Bolsonaro com partidos ou alguém que teria o ordenado a cometer o crime. “O relatório da Polícia Federal é muito claro: não há relação ( de Adélio Bispo) com ninguém, com nenhum político. É uma pessoa com traços de insanidade. Não tem nada na conta dele, nada de celular misterioso.”
“Baseada em praticas anteriores, em outras eleições quando, às vésperas da votação, veio especialmente a Rede Globo e outras emissoras com notícias inverídicas. Isso aconteceu em 1989. Isso aconteceu com a segunda campanha de Lula com o sequestro de Abílio Diniz. Isso aconteceu com Dilma e pode acontecer agora de novo, por que não?”, completou Anísio.
Ainda sobre André Amaral, Anísio disse que ele é aliado de Temer. “Ele votou contra Dilma e não vamos esquecer disso. Agora, existia uma articulação nacional do PT que eu não vou interferir. Nossa campanha estão dando muito certo. A tática foi corretíssima. Estamos crescendo e dando a volta por cima. (André Amaral) continua sendo golpista. Ele é um grande aliado de Temer.”
Questionado se iria representar contra o PT, ele respondeu. “De jeito nenhum. Não vou representar nada. O partido sabe o que ocasionou isso (doação a candidatos do PROS). Não estou a par de todas as negociações. Estou aqui trabalhando minha campanha. Não tenho tempo de procurar motivos. Estou preocupado com a minha votação e fazer a minha campanha. O PT ajudou o PROS. Isso é aberto. O montante chama a atenção, mas não tem nada escondido.”
Fonte: Click PB