Cyntoia Denise Brown, de 30 anos, condenada à prisão perpétua pelo assassinato do homem que a comprou para prostituí-la aos 16 anos, recebeu o perdão judicial, anunciou na segunda-feira 8 a equipe do governador do Tennessee, Bill Haslam. Brown ganhará o indulto no dia 7 de agosto, depois de 15 anos presa.
“Esta decisão foi tomada depois de cuidadosa ponderação a respeito de um caso complexo e trágico”, disse Haslam por meio de comunicado. “Cyntoia Brown cometeu, confessamente, um crime horrível aos 16 anos. Entretanto, impor prisão perpétua a uma adolescente, que exigiria pelo menos 51 anos de prisão antes mesmo de um pedido de condicional, é algo muito pesado, especialmente diante do caminho que a senhora Brown tem tomado para reconstruir sua vida. A transformação deveria ser acompanhada de esperança.”
O caso de Brown chamou a atenção de diversos nomes famosos, que passaram a pedir por clemência, incluindo congressistas, legisladores do Tennessee e celebridades. A comediante Amy Schumer, a influenciadora Kim Kardashian West e a atriz Ashley Judd estão entre os que defenderam sua liberdade.
Novos Protocolos
Em 2004, Brown matou Johnny Mitchell Allen que, segundo ela, pagou-lhe por uma noite de relações sexuais. Os promotores alegaram na época que teria sido latrocínio, e não um caso de defesa pessoal, já que a jovem havia atirado na cabeça do homem enquanto ele dormia, roubado seu dinheiro e armas e fugido com seu caminhão.
Brown alegou que o comportamento de Allen fez com que ela temesse por sua vida e que pegou o dinheiro por medo de enfrentar seu aliciador, apelidado de “Corta Garganta”, sem o dinheiro esperado.
Uma corte juvenil considerou Brown capaz de ser julgada como adulta. Ela foi condenada à prisão perpétua por homicídio e roubo. Mais tarde, os protocolos em casos envolvendo adolescentes foram alterados no Tennessee. Um documentário inspirado no julgamento dela ajudou o estado americano a formular uma nova visão sobre as vítimas de tráfico sexual, principalmente as menores de idade.