Diante da reação negativa pela contratação de Robinho pelo Santos, os advogados do atacante publicaram uma nota sobre a condenação por estupro que ele tem na Itália com o propósito de amenizar a questão. No comunicado à imprensa nesta terça-feira (13), eles afirmam que o jogador é um “homem livre” e “deve ser considerado inocente”.
Robinho é acusado de violência sexual em grupo contra uma mulher albanesa de 22 anos, em 22 de janeiro de 2013, quando defendia o Milan, na casa noturna Sio Café, em Milão. Em novembro de 2017, quando era jogador do Atlético-MG, ele foi condenado em primeira instância a nove anos de prisão mais o pagamento de 60 mil euros de indenização à vítima.
A denúncia é que Robinho e cinco amigos intoxicaram a jovem com álcool e praticaram ato sexual. A juíza da nona seção do Tribunal de Milão divulgou que o grupo mostrou “desprezo absoluto” pela vítima. Como cabe recurso, a defesa de Robinho recorreu.
O tom do comunicado dos advogados do jogador nesta terça-feira está baseado justamente na decisão da Justiça italiana ser em primeira instância, ou seja, não é o parecer definitivo do caso, permitindo o jogador recorrer em liberdade.
“A sentença do Tribunal de Milão pronunciada em 2017 não é definitiva, foi contestada e será reavaliada pelo Tribunal de Recurso”, consta no trecho inicial do comunicado.
“De acordo com a Ordem Constitucional Italiana, Robinho deve ser considerado inocente, com base no artigo 27 da Carta Constitucional da República Italiana, segundo o qual o acusado não é considerado culpado até a sentença final (e isso somente se a condenação é confirmada pelo Supremo Tribunal de Cassação, que julga após o Tribunal de Recurso)”, continua.
“Além disso, para o ordenamento jurídico italiano, Robinho é um homem livre.”
O comunicado enviado à imprensa foi assinado pelos advogados Alexander Guttieres e Franco Moretti, como defensores de Robinho no processo italiano, e a advogada brasileira Marisa Alija Ramos, que o representa em negociações com clubes, por exemplo.
O documento também afirma que Robinho é livre para entrar na Itália sem risco de ser detido e diz que o jogador nunca “fugiu” nas vezes em que poderia ter ido ao país.
Robinho não estava na Itália quando o julgamento em primeira instância ocorreu no Tribunal de Milão. Em setembro do ano passado, defendendo o Istanbul Basaksejhir, ele deixou de ser relacionado para um jogo do time em território italiano pela Liga Europa.
“Na verdade, é indiscutível que Robinho nunca fugiu da Itália nem tentou fazê-lo. Ele viajou para o exterior (Brasil) exclusivamente por motivos de trabalho e estava no exterior quando a 1ª instância do julgamento foi realizada no Tribunal de Milão”, diz o comunicado.
“A sua não participação no julgamento de 1ª Instância foi uma escolha que não o impediu de dar conhecimento ao Tribunal de sua versão dos fatos, uma vez que foi adquirido o relatório do interrogatório que prestou durante a fase de inquérito ao Ministério Público”, continua.
“Pela lei italiana, sua ausência física no julgamento não tem significado probatório e, segundo a lei italiana, não pode ser interpretada como uma admissão de culpa ou descumprimento. Foi simplesmente o exercício de um direito inviolável reconhecido por lei, e assim foi feito, porque, nesta ocasião, Robinho estava na China”, prossegue.
Antes do comunicado dos advogados de Robinho, o presidente em exercício do Santos, Orlando Rollo, deu uma entrevista no início desta semana defendendo os jogadores das críticas públicas.
O dirigente disse que é policial e já investigou e prendeu suspeitos de crime de estupro, mas pediu cautela para tratar do caso de Robinho, citando que ainda há um processo em aberto.
A advogada Marisa Alija Ramos também falou publicamente em entrevista ao programa “Mesa Redonda” da TV Gazeta, defendendo Robinho. “Sou mãe, não estaria ao lado dele sem ter certeza da inocência”, disse.
Em meio ao mar de críticas, cobrança de patrocinadores à diretoria santista e até a repercussão negativa entre torcedores do próprio Santos, Robinho já está regularizado no BID (Boletim Informativo Diário) da CBF, o que permite que entre em campo. Mas antes ele deve passar por avaliações clínicas e fisiológicas para ser liberado para os treinos com elenco.