Um avião Embraer 190 da Aeroméxico se acidentou ao decolar nesta terça-feira do Aeroporto Internacional de Durango, no norte do México, deixando dois feridos graves, informaram fontes oficiais.
No total, 97 pessoas foram atendidas em hospitais públicos e privados, a grande maioria por ferimentos superficiais, mas o piloto teve um problema sério na coluna e uma menina apresenta queimaduras em 25% do corpo, revelou o governador do Estado de Durango, José Rosas.
Por volta das 15H00 local, o avião se acidentou “após decolar do aeroporto de Durango com destino à Cidade do México, com 97 passageiros e 4 tripulantes a bordo”, disse Gerardo Ruiz, secretário de Comunicações e Transportes.
Após levantar voo, o avião “repentinamente foi atingido por uma rajada de vento que o fez descer bruscamente e tocar a terra com a asa esquerda, o que desprendeu as duas turbinas”, explicou José Rosas em entrevista coletiva.
O avião “foi lançado para fora da pista” e se arrastou por cerca de 300 metros através de um terreno de mato. Como parou na posição horizontal, foi facilitada “a ativação dos tobogãs e ocorreu a evacuação oportuna dos passageiros antes de se iniciar o incêndio”.
O aparelho, das cores azul e branco, acabou no meio do mato sob uma espessa nuvem de fumaça, enquanto as chamas devoravam a sua fuselagem.
A maioria dos feridos saiu caminhando do avião e apenas 49 foram hospitalizados, segundo José Rosas.
Um grande dispositivo de socorro, envolvendo o Corpo de Bombeiros, a Cruz Vermelha, Exército, Polícia e Defesa Civil foi mobilizado em torno do local do acidente.
Um jornalista da AFP no local observou o avião envolto em uma nuvem de fumaça em um terreno, enquanto dezenas de passageiros abandonavam o aparelho com ferimentos leves.
“Faço votos para que a tripulação e todos os passageiros estejam bem”, escreveu o presidente Enrique Peña Nieto no Twitter.
Decolagem rumo à tempestade
Jaqueline Flores, uma das passageiras, revelou à AFP os momentos de angústia antes do pouso forçado.
O avião iniciou a decolagem às 15H09. Então “acionaram as turbinas, senti a força do avião para decolar, mas ainda na pista já não havia visibilidade. Quando subimos, logo entramos nas nuvens e na tempestade”, contou Flores, de 47 anos.
“Quando subimos, senti que ele iria manobrar para se estabilizar, mas aí caiu”.
Segundo Flores, que viajava com a filha de 16 anos, o avião bateu na pista e foi parar em um terreno cheio de mato.
“Enquanto deslizava caíram todas as bagagens no corredor (…) e as pessoas foram jogadas para frente e para trás”, contou Flores, que saiu ilesa.
Quando o avião parou, “havia um buraco (na fuselagem) exatamente ao nosso lado, estávamos na 8A e 8B e saímos na altura do 10, onde estava aberto”. “O avião se partiu e como havia fogo disse à minha filha: ‘vamos pular por ali’ e por ali saltamos”.
A Aeroméxico emitiu um comunicado no qual “lamenta profundamente este acidente” e se diz “concentrada em resolver esta situação e fazer todo o possível para auxiliar nossos clientes e suas famílias”.
O avião “estava em perfeita manutenção” e contava com “todos os padrões de segurança em nível internacional”, informou a Aeroméxico, acrescentando que o aparelho, de dez anos, operava há quatro anos na companhia mexicana.
A Embraer comunicou que enviará uma equipe de técnicos a Durango.
O Aeroporto de Durango suspendeu durante horas suas operações e centenas de pessoas sofriam com o atraso dos voos.
O local do acidente foi isolado e as autoridades vão analisar a caixa preta e as gravações para determinar as causas do acidente.
Fonte: AFP