H\u00e1 um consenso entre psic\u00f3logos e psiquiatras sobre a import\u00e2ncia de que as abordagens de preven\u00e7\u00e3o tenham como objetivo\u00a0o est\u00edmulo a um ambiente favor\u00e1vel para que o jovem possa falar sobre seus sofrimentos com pessoas pr\u00f3ximas e com profissionais capacitados. \u00c9 o que tem feito a Uerj com a cria\u00e7\u00e3o de diversos canais para receber demandas, sendo o principal deles o N\u00facleo de Atendimento ao Estudante. O Servi\u00e7o de Psicologia Aplicada, coordenado por Laura, tamb\u00e9m \u00e9 parte das medidas.<\/p>\n

“N\u00e3o \u00e9 uma unidade de sa\u00fade assistencial. A miss\u00e3o principal \u00e9 formar estudantes na pr\u00e1tica de psicologia. Mas abrimos os espa\u00e7os para atendimento. E essa procura tem aumentado bastante, tanto pela comunidade interna como pela comunidade externa”, explica.<\/p>\n

No m\u00eas passado, foi aberto um per\u00edodo para triagem, momento em que o Servi\u00e7o de Psicologia Aplicada escuta novas pessoas com o intuito de absorver em seu atendimento. Em apenas duas semanas, cerca 200 pessoas se apresentaram, relatando algum tipo de sofrimento. O volume da demanda impressionou e o per\u00edodo de triagem precisou ser encerrado. Atualmente, aproximadamente 300 pacientes j\u00e1 s\u00e3o atendidas pelo servi\u00e7o.<\/p>\n

O crescimento da procura, segundo a psic\u00f3loga, tamb\u00e9m reflete a crise econ\u00f4mica da sa\u00fade p\u00fablica do Rio de Janeiro. “Esse \u00e9 um ano muito cr\u00edtico. Temos a tend\u00eancia mundial e houve fechamento de v\u00e1rios ambulat\u00f3rios na cidade, estufando nossos registros. E n\u00f3s n\u00e3o temos estrutura para absorver toda a demanda. Tentamos atuar dentro das nossas possibilidades. Inclusive em sintonia com a tradi\u00e7\u00e3o da Uerj, institui\u00e7\u00e3o que foi pioneira em pol\u00edticas de a\u00e7\u00f5es afirmativas no pa\u00eds, que vem sempre junto de estrat\u00e9gias de acolhimento ao estudante”.<\/p>\n

As medidas adotadas pela universidade visaram dar resposta aos casos que vinham ocorrendo, incluindo tentativas de suic\u00eddio que n\u00e3o se concretizaram.<\/p>\n

A Uerj n\u00e3o \u00e9 uma exce\u00e7\u00e3o. Nos \u00faltimos anos, diferentes institui\u00e7\u00f5es p\u00fablicas de ensino espalhadas pelo pa\u00eds precisaram lidar com ocorr\u00eancias de suic\u00eddio dentro de seus espa\u00e7os. Universidade de Bras\u00edlia (UnB), Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e Universidade de S\u00e3o Paulo (USP) registraram casos. As institui\u00e7\u00f5es n\u00e3o costumam divulgar levantamentos espec\u00edficos sobre os casos, mas v\u00eam se firmando como lugar de refer\u00eancia em estudos e em acompanhamento.<\/p>\n