As concess\u00f5es do rotativo do cart\u00e3o de cr\u00e9dito representaram cerca de 10% dos empr\u00e9stimos liberados pelas institui\u00e7\u00f5es financeiras, em junho. Clientes devem ficar atentos \u00e0 taxa de juros desse tipo de cr\u00e9dito, que subiu, em junho para quem que paga em dia pelo menos o m\u00ednimo da fatura, ap\u00f3s entrar em vigor a regra que pro\u00edbe cobrar juros diferentes para adimplentes e inadimplentes.<\/p>\n

Se for considerada outra modalidade com taxa de juros alta, o cheque especial, sobe para 30,5% o percentual das concess\u00f5es dos bancos, para pessoas f\u00edsicas no cr\u00e9dito rotativo (cart\u00e3o de cr\u00e9dito e cheque especial), em junho. \u201c\u00c9 um volume muito grande em linhas t\u00e3o caras\u201d, disse o diretor de Economia da Associa\u00e7\u00e3o Nacional dos Executivos de Finan\u00e7as, Administra\u00e7\u00e3o e Contabilidade (Anefac), Miguel de Oliveira.<\/p>\n

Para Oliveira, o uso dessas modalidades de cr\u00e9dito indica que o endividamento das fam\u00edlias ainda est\u00e1 alto. \u201cS\u00e3o linhas mais f\u00e1ceis, pr\u00e9-aprovadas. Os consumidores continuam usando mal o cart\u00e3o e os bancos cobram taxas muito altas. Muita gente n\u00e3o olha a taxa de juros e isso custa muito caro\u201d, destacou.<\/p>\n

A aten\u00e7\u00e3o tem que ser redobrada no caso do rotativo oferecido por financeiras ou por lojas, que costumam cobrar juros mais altos no rotativo. De acordo com\u00a0ranking<\/em>\u00a0do Banco Central<\/a>\u00a0(BC), o custo m\u00e9dio do rotativo para consumidores adimplentes variou de 45,97% a 791,16% ao ano, entre as institui\u00e7\u00f5es financeiras, no per\u00edodo de cinco dias \u00fateis encerrados em 18 de julho. Entre os cinco maiores bancos do pa\u00eds (Banco do Brasil, Caixa, Ita\u00fa-Unibanco, Bradesco e Santander), a taxa vai de 168,8% a 297,46% ao ano, nesse per\u00edodo.<\/p>\n

Segundo o BC, as taxas de juros diferem entre clientes de uma mesma institui\u00e7\u00e3o financeira e variam de acordo com fatores de risco envolvidos nas opera\u00e7\u00f5es, como o valor, o hist\u00f3rico e a situa\u00e7\u00e3o cadastral de cada cliente e o prazo da opera\u00e7\u00e3o.<\/p>\n

Em junho, o consumidor adimplente (regular) pagou taxa m\u00e9dia de 261,1% ao ano, com aumento de 18,1 pontos percentuais em rela\u00e7\u00e3o a maio. J\u00e1 a taxa cobrada dos consumidores que n\u00e3o pagaram ou atrasaram o pagamento m\u00ednimo da fatura (rotativo n\u00e3o regular) caiu 32,8 pontos percentuais, chegando a 313,3% ao ano.<\/p>\n

Ao divulgar o\u00a0relat\u00f3rio sobre cr\u00e9dito de junho<\/a>, no final do m\u00eas passado, o chefe do Departamento de Estat\u00edsticas do BC, Fernando Rocha, informou, sem citar os nomes, que duas institui\u00e7\u00f5es financeiras elevaram os juros do rotativo regular, o que aumentou a taxa m\u00e9dia de todos os bancos pesquisados pelo BC.<\/p>\n

Os juros subiram mesmo com taxa b\u00e1sica de juros, a Selic, no menor n\u00edvel hist\u00f3rico (6,5% ao ano) e inadimpl\u00eancia em queda. Rocha afirmou que o mercado \u00e9 livre para definir os juros. \u201cEstamos tratando aqui do mercado de cr\u00e9dito de taxas livres. \u00c9 um mercado competitivo em que as taxas s\u00e3o fixadas pelas pr\u00f3prias institui\u00e7\u00f5es\u201d, disse Rocha.<\/p>\n

Em junho, o total de concess\u00f5es de cr\u00e9dito livre (empr\u00e9stimos em que os bancos t\u00eam autonomia para aplicar dinheiro captado no mercado e definir as taxas de juros) para pessoas f\u00edsicas chegou a R$ 150,8 bilh\u00f5es. Desse total, R$ 15,260 bilh\u00f5es foram do rotativo do cart\u00e3o de cr\u00e9dito. A maior parte das concess\u00f5es do rotativo \u00e9 do cr\u00e9dito n\u00e3o regular: R$ 8,833 bilh\u00f5es. No caso do cheque especial, as concess\u00f5es chegaram a R$ 30,721 bilh\u00f5es. A taxa do cheque especial chegou a 304,9% ao ano, em junho.<\/p>\n

O rotativo do cart\u00e3o \u00e9 o cr\u00e9dito tomado pelo consumidor quando paga menos que o valor integral da fatura do cart\u00e3o. O cr\u00e9dito rotativo dura 30 dias. Desde junho, clientes inadimplentes no rotativo do cart\u00e3o de cr\u00e9dito passaram a pagar a mesma taxa de juros dos consumidores regulares. At\u00e9 a nova regra entrar em vigor, quem n\u00e3o pagava pelo menos o valor m\u00ednimo da fatura em dia ca\u00eda na modalidade de rotativo n\u00e3o regular, com taxa de juros mais cara que a cobrada dos clientes adimplentes (regulares).<\/p>\n

Pela nova regra, a taxa de juros do rotativo\u00a0passa a ser \u00fanica<\/a>, tanto para inadimplentes quanto para adimplentes. Mas as institui\u00e7\u00f5es podem cobrar multa e juros de mora, por atraso, como ocorre em qualquer outra opera\u00e7\u00e3o de cr\u00e9dito, no caso de inadimpl\u00eancia.<\/p>\n

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Fonte: Ag\u00eancia Brasil<\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"

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