A nova den\u00fancia apresentada nesta ter\u00e7a-feira (14) pelo Gaeco aponta que, entre os anos de 2012 e 2017, foram desviados R$ 50 milh\u00f5es dos cofres p\u00fablicos devido a um esquema montado por Daniel Gomes agindo em conjunto com Ricardo Coutinho, de acordo com o que foi apurado pelo ClickPB. Nesta nova den\u00fancia, \u00e9 investigado contrato firmado pelo Governo da Para\u00edba com a Cruz Vermelha do Brasil para gerenciar o Hospital de Emerg\u00eancia e Trauma Senador Humberto Lucena, em Jo\u00e3o Pessoa, durante a gest\u00e3o de Ricardo Coutinho.<\/p>\n

Segundo as informa\u00e7\u00f5es da den\u00fancia, conferidas pelo ClickPB, dos R$ 50 milh\u00f5es desviados durante os 60 meses de vig\u00eancia do contrato, R$ 18 milh\u00f5es teriam sido direcionados para agentes p\u00fablicos do Estado da Para\u00edba. O Minist\u00e9rio P\u00fablico aponta que o ex-governador Ricardo Coutinho recebia R$ 300 mil por m\u00eas a t\u00edtulo de propina, que teria sido acertada previamente, na \u00e9poca de contrata\u00e7\u00e3o da Cruz Vermelha. Esse repasse mensal tamb\u00e9m teria sofrido reajustes escalonados durante os 60 meses do contrato, tendo sido tamb\u00e9m de R$ 331 mil reais, R$ 351 mil reais e R$ 358 mil.<\/p>\n

No entanto, a atua\u00e7\u00e3o de Daniel Gomes frente \u00e0 Cruz Vermelha proporcionou a orquestra\u00e7\u00e3o de um esquema de corrup\u00e7\u00e3o com desvio de dinheiro para poucos benefici\u00e1rios. O principal artif\u00edcio utilizado pela Organiza\u00e7\u00e3o Criminosa era o sobrepre\u00e7o no valor da presta\u00e7\u00e3o de servi\u00e7os.<\/p>\n

Conforme as informa\u00e7\u00f5es levantadas na den\u00fancia, os desvios eram feitos mensalmente ap\u00f3s o pagamento da contrapartida do Estado da Para\u00edba por meio da Secretaria de Sa\u00fade.<\/p>\n

Para viabilizar a destina\u00e7\u00e3o do dinheiro conforme o que havia sido acordado, Daniel Gomes, com o conhecimento de Ricardo Coutinho, montou uma rotina criminosa est\u00e1vel. De acordo com as investiga\u00e7\u00f5es, era feito um direcionamento das contrata\u00e7\u00f5es dos servi\u00e7os necess\u00e1rios \u00e0 gest\u00e3o da unidade de sa\u00fade para beneficiar empresas pr\u00e9-selecionadas que eram controladas ou previamente ajustadas com Daniel.<\/p>\n

Al\u00e9m disso, tamb\u00e9m eram feitos pagamentos superfaturados. O repasse destes valores superfaturados para Daniel Gomes era intermediado por funcion\u00e1rios ou parceiros de sua estrita confian\u00e7a. J\u00e1 a destina\u00e7\u00e3o da parcela desviada para agentes p\u00fablicos era feita mediante pagamentos de vantagens il\u00edcitas. Conforme aponta a investiga\u00e7\u00e3o, estes pagamentos poderiam ser revertidos tanto para o enriquecimento pessoal do agente p\u00fablico quanto para captura e manuten\u00e7\u00e3o do poder em facetas dos poderes Legislativo e Executivo.<\/p>\n

Apesar dos abundantes recursos que a Organiza\u00e7\u00e3o Social recebia, auditorias do Tribunal de Contas do Estado da Para\u00edba (TCE-PB) comprovavam a inefici\u00eancia na gest\u00e3o do Hospital de Trauma. Os relat\u00f3rios apontam falhas na limpeza e desinfec\u00e7\u00e3o da unidade de sa\u00fade, al\u00e9m de aus\u00eancia de insumos b\u00e1sicos e at\u00e9 mesmo surto de bact\u00e9ria.<\/p>\n

Al\u00e9m de Ricardo Coutinho, tamb\u00e9m est\u00e3o na den\u00fancia Daniel Gomes da Silva, Liv\u00e2nia Maria da Silva Farias, Waldson Dias de Souza, Claudia Luciana de Sousa Mascena Veras, Karla Michele Vitorino Maia, Leandro Nunes Azevedo, Saulo de Avelar Esteves, Ricardo Elias Restum Antonio, Milton Pac\u00edfico Jos\u00e9 de Ara\u00fajo, Saulo Pereira Fernandes, Keydison Samuel de Sousa Santiago e Michelle Louzada Cardoso.<\/p>\n

Na den\u00fancia, o Minist\u00e9rio P\u00fablico pede a instaura\u00e7\u00e3o do processo penal-constitucional para que possa ser proferida senten\u00e7a condenat\u00f3ria. Os promotores pedem tamb\u00e9m que seja arbitrado um dano m\u00ednimo no montante de R$ 49.307.156,11 a ser revertido ao Estado da Para\u00edba. Al\u00e9m disso, tamb\u00e9m \u00e9 requerida a perda de fun\u00e7\u00e3o, cargo, emprego ou mandato eletivo.<\/p>\n

O ClickPB procurou a defesa do ex-governador Ricardo Coutinho para saber um posicionamento e o advogado Eduardo Cavalcante preferiu n\u00e3o se manifestar, tendo informado que ainda n\u00e3o leu a den\u00fancia.<\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"

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