Passava das 2h da madrugada dessa quinta-feira (25\/07), quando uma\u00a0garota de programa\u00a0de cabelos pretos deixou a Alfa Pub, boate que explora a\u00a0prostitui\u00e7\u00e3o\u00a0no Setor Hoteleiro Sul. As informa\u00e7\u00f5es s\u00e3o\u00a0Metr\u00f3poles.<\/strong><\/a><\/p>\n Trajando minissaia, ela caminhou at\u00e9 um carro, abriu a porta e sentou-se ao lado do motorista. Com intimidade, acomodou a bolsa no banco traseiro. A cena seria considerada trivial, n\u00e3o fosse por um detalhe: o ve\u00edculo era uma viatura caracterizada da Pol\u00edcia Militar do Distrito Federal, e, ao volante, um servidor fardado em pleno expediente.<\/p>\n Embora passe longe da conduta esperada por um integrante das for\u00e7as de seguran\u00e7a p\u00fablica, a imagem \u00e9 corriqueira. Ao longo de quatro meses, o\u00a0Metr\u00f3poles\u00a0acompanhou a rela\u00e7\u00e3o pr\u00f3xima entre policiais, propriet\u00e1rios da casa noturna, funcion\u00e1rios e mulheres que ganham a vida com o sexo. Durante as campanas, a reportagem constatou que, semanalmente, grupos de PMs frequentam o estabelecimento. Alguns, inclusive, chegam a passar at\u00e9 tr\u00eas horas dentro do pr\u00e9dio.<\/p>\n Entre os meses de abril e julho, pelo menos 13 viaturas de diferentes prefixos transportaram\u00a0mulheres\u00a0que trabalham na casa de shows ap\u00f3s as noitadas. Pagos para combater pr\u00e1ticas criminosas, policiais tinham o h\u00e1bito de entrar na boate sempre entre 23h30 e 3h30, quando o movimento de pessoas \u00e9 reduzido nas ruas do Setor Hoteleiro. O\u00a0modus operandi\u00a0era semelhante em todas as situa\u00e7\u00f5es flagradas: dois ou tr\u00eas militares ficavam na porta de entrada da Alfa Pub, conversavam com os seguran\u00e7as e entravam.<\/p>\n Na madrugada dessa quinta-feira (25\/07), a Alfa Pub fechou \u00e0s 2h. Do lado de fora, algumas prostitutas fumavam cigarros de maconha. Instantes depois, uma viatura da PMDF se aproximou, mas n\u00e3o era para repreender o grupo por uso de entorpecentes. Sem demonstrar preocupa\u00e7\u00e3o com a presen\u00e7a de representantes do estado, uma das garotas apagou o baseado, enquanto a outra seguiu em dire\u00e7\u00e3o ao ve\u00edculo. Ap\u00f3s um r\u00e1pido bate-papo, ela entrou no carro e deixou o local com os PMs.<\/p>\n