No primeiro discurso oficial no cargo, o presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, defendeu a autonomia formal da institui\u00e7\u00e3o. Ele disse que buscar\u00e1 manter a infla\u00e7\u00e3o em n\u00edveis baixos e controlados e prometeu continuar a aprimorar a transpar\u00eancia na comunica\u00e7\u00e3o do Banco Central com a sociedade.<\/p>\n
\u201cAl\u00e9m de trabalhar para manter as conquistas, \u00e9 necess\u00e1rio avan\u00e7ar. E nesse sentido, acreditamos que um Banco Central aut\u00f4nomo estaria melhor preparado para consolidar os ganhos recentes e abrir espa\u00e7o para os novos avan\u00e7os de que o pa\u00eds tanto precisa\u201d, declarou Campos Neto.<\/p>\n
Indicado pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, em novembro, Campos Neto s\u00f3tomou posse no fim\u00a0de fevereiro<\/span><\/a>\u00a0porque precisou ser sabatinado pelo Senado Federal e\u00a0ter<\/span><\/span>\u00a0o nome aprovado<\/a>. Na cerim\u00f4nia de transmiss\u00e3o de cargo, ele disse estar orgulhoso de trabalhar com Guedes. \u201cAs reuni\u00f5es no Leblon [durante a campanha eleitoral] n\u00e3o ser\u00e3o esquecidas. Realmente estamos numa orquestra bem afinada sob a reg\u00eancia do maestro Paulo Guedes\u201d, disse.<\/p>\n Campos Neto ressaltou que se empenhar\u00e1 para que o Banco Central cumpra as duas principais miss\u00f5es: manter o poder de compra da moeda por meio de infla\u00e7\u00e3o baixa e a solidez do sistema financeiro. Na pr\u00f3xima semana, o presidente do BC comandar\u00e1 sua primeira reuni\u00e3o do Comit\u00ea de Pol\u00edtica Monet\u00e1ria (Copom), \u00f3rg\u00e3o que define a taxa Selic \u2013 juros b\u00e1sicos da economia \u2013 atualmente em 6,5% ao ano.<\/p>\n No primeiro discurso no cargo, Campos Neto tamb\u00e9m afirmou que o governo trabalhar\u00e1 para ampliar o mercado de capitais privado (capta\u00e7\u00e3o de recursos para grandes projetos pelo setor privado), pela democratiza\u00e7\u00e3o do sistema financeiro e para melhorar a educa\u00e7\u00e3o financeira da popula\u00e7\u00e3o, para estimular a participa\u00e7\u00e3o de todos no mercado e ampliar a forma\u00e7\u00e3o de poupan\u00e7a.<\/p>\n A autonomia do Banco Central est\u00e1 atualmente em discuss\u00e3o no Congresso Nacional. Pela proposta, o presidente da Rep\u00fablica n\u00e3o poderia interferir na pol\u00edtica monet\u00e1ria, com o BC tendo liberdade para decidir sobre os juros e tomar medidas.<\/p>\n Neto do economista Roberto Campos, ministro do Planejamento nos anos 1960, Campos Neto defendeu a redu\u00e7\u00e3o do papel do governo no sistema financeiro e o desenvolvimento do setor privado. \u201cQueremos tornar o mercado mais aberto para os estrangeiros, com uma eventual moeda convers\u00edvel que sirva de refer\u00eancia para a regi\u00e3o\u201d, declarou.<\/p>\n Ele tamb\u00e9m defendeu a redu\u00e7\u00e3o do cr\u00e9dito subsidiado para empresas, principalmente para o Banco Nacional de Desenvolvimento Econ\u00f4mico e Social (BNDES).\u00a0\u00a0Para Campos Neto, as distor\u00e7\u00f5es provocadas pelos empr\u00e9stimos com juros reduzidos ficaram mais expl\u00edcitas depois da redu\u00e7\u00e3o da taxa Selic para 6,5% ao ano.<\/p>\n O ex-presidente do BC Ilan Goldfajn fez um balan\u00e7o de sua gest\u00e3o. Ele lembrou que conseguiu reduzir a infla\u00e7\u00e3o oficial pelo \u00cdndice Nacional de Pre\u00e7os ao Consumidor Amplo (IPCA) de 11% no fim de 2015 para cerca de 4%, ao mesmo tempo em que reduziu a taxa Selic \u2013 juros b\u00e1sicos da economia \u2013 para 6,5% ao ano, no menor n\u00edvel da hist\u00f3ria. Segundo ele, a maior transpar\u00eancia do BC com a sociedade e o ganho de credibilidade contribu\u00edram para reduzir as expectativas de infla\u00e7\u00e3o.<\/p>\n Goldfajn, no entanto, defendeu a aprova\u00e7\u00e3o de reformas e da autonomia formal do BC como medidas que contribuir\u00e3o para manter a infla\u00e7\u00e3o em n\u00edveis baixos de forma sustentada. \u201cA queda na infla\u00e7\u00e3o permitiu redimensionar expectativas e liberar for\u00e7as de demanda ap\u00f3s dois anos de combina\u00e7\u00e3o perversa de infla\u00e7\u00e3o e recess\u00e3o [2015 e 2016]. A redu\u00e7\u00e3o da Selic ocorreu de forma sustent\u00e1vel. Os juros de mercado indicam confian\u00e7a de que podemos\u00a0ter<\/span><\/span>\u00a0juros mais baixos de forma estrutural no futuro, dependendo da aprova\u00e7\u00e3o reformas e da administra\u00e7\u00e3o da economia\u201d, declarou.<\/p>\n Segundo Goldfajn, a pol\u00edtica monet\u00e1ria em seu mandato foi estimulativa (buscou manter juros baixos para estimulara a economia). Ele disse que uma prova do sucesso de sua gest\u00e3o foi que, em 2018, o Brasil n\u00e3o teve que aumentar a taxa Selic num cen\u00e1rio de alta do d\u00f3lar, queda no pre\u00e7o de commodities (bens prim\u00e1rios com cota\u00e7\u00e3o internacional) e fuga de recursos para economias avan\u00e7adas. \u201cNum ano em que a maioria dos emergentes elevou as taxas b\u00e1sicas, evitamos retirar est\u00edmulo monet\u00e1rio t\u00e3o necess\u00e1rio para a recupera\u00e7\u00e3o da economia brasileira\u201d, disse.<\/p>\n Al\u00e9m da gest\u00e3o da pol\u00edtica monet\u00e1ria, Goldfajn destacou a Agenda BC+, conjunto de medidas para reduzir o custo do cr\u00e9dito, modernizar a legisla\u00e7\u00e3o, ampliar a inclus\u00e3o financeira e tornar o sistema financeiro mais eficiente. Segundo o ex-presidente, de 41 a\u00e7\u00f5es da Agenda BC+ foram conclu\u00eddas e 27 est\u00e3o em andamento.<\/p>\n Ele citou como principais medidas a regulamenta\u00e7\u00e3o da Fintechs (institui\u00e7\u00f5es financeiras tecnol\u00f3gicas de cr\u00e9dito colaborativo), a portabilidade da conta-sal\u00e1rio, a Taxa de Juros de Longo Prazo (TLP) e o limite de 30 dias para o rotativo do cart\u00e3o de cr\u00e9dito. \u201cTudo isso contribuiu para levar a um menor custo de cr\u00e9dito para a sociedade\u201d, disse. Goldfajn tamb\u00e9m defendeu a autonomia do BC, como medida que n\u00e3o conseguiu concluir. \u201c\u00c9 necess\u00e1rio tornar a autonomia de fato em autonomia de lei\u201d, destacou.<\/p>\n A cerim\u00f4nia de transmiss\u00e3o de cargo tem a presen\u00e7a do ministro da Economia, Paulo Guedes; do ex-presidente do BC e ex-ministro da Fazenda Henrique Meirelles e do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP).<\/p>\n <\/p>\n <\/p>\n <\/p>\n <\/p>\n Fonte: Ag\u00eancia Brasil<\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":" No primeiro discurso oficial no cargo, o presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, defendeu a autonomia formal da institui\u00e7\u00e3o. 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