Ao longo da campanha e depois de promulgado o resultado do segundo turno, o presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) e seus principais assessores reiteraram suas prioridades, a partir da posse em 1º janeiro de 2019. Ele afirmou que sustentará seu governo na preservação da Constituição Federal e dos valores, assim como na unidade da população.
Bolsonaro disse que se inspira no ex-primeiro ministro britânico Winston Churchill, referência em estratégia política e militar ao unir o povo do Reino Unido durante a Segunda Guerra Mundial.
Nas redes sociais e em entrevistas exclusivas concedidas, o presidente eleito citou propostas específicas para educação, saúde, segurança pública, comércio exterior, política externa, cotas, programas sociais e eventuais mudanças no sistema tributário.
A seguir, alguns dos temas já mencionados pelo presidente eleito e integrantes de sua equipe de governo.
Constituição – Bolsonaro prometeu trabalhar pela pacificação do país. “Vamos pacificar o Brasil e, sob a Constituição e as leis, construir uma grande nação.” Na transmissão ao vivo, nas redes sociais, ele fez questão de mostrar que estava com a Constituição Federal nas mãos, assim como com um livro sobre os pensamentos de Winston Churchill.
Liberdade de escolha – O presidente eleito disse que defende a liberdade de escolha, “desde que não interfira em aspectos essenciais da vida do próximo”. Segundo ele, essa liberdade deve alcançar escolhas afetivas, políticas, econômicas e espirituais. Também afirmou que uma nação mais fraterna e com menos excluídos é mais forte.
Democracia – Classificado por setores progressistas como com um discurso de viés autoritário, Bolsonaro negou essa tendência por meio do general da reserva Augusto Heleno, indicado para o Ministério da Defesa. O militar disse que a democracia nunca esteve ameaçada. Segundo ele, acusar o presidente eleito de fascista é “uma campanha sórdida”, sem fundamento.
Segurança – Foi o ponto forte da campanha eleitoral. Tanto o presidente eleito quanto integrantes de sua equipe indicaram a preocupação com o combate à violência de forma mais ostensiva, o rigor nas prisões e no tratamento dos condenados. Ele é contrário à progressão de penas e às saídas temporárias de presos em datas especiais, os chamados saidões.
Vítimas de violência – Em seu programa de governo, disse que a política de direitos humanos será redirecionada com prioridade para a defesa das vítimas da violência.
Estatuto do Desarmamento e maioridade penal – Bolsonaro defende o direito de as pessoas terem armas para usar em “legítima defesa”. Também é favorável à redução da maioridade penal para 16 anos ou 17 anos.
Programas sociais – O presidente eleito pretende instituir uma renda mínima para todas as famílias brasileiras, com valor acima do benefício pago pelo programa Bolsa Família. Também propõe adotar o pagamento do décimo terceiro em dezembro para os beneficiários do Bolsa Família.
Nova Carteira de Trabalho – Segundo Bolsonaro, será criada a “carteira verde e amarela”, voltada ao jovem quando ingressar no mercado de trabalho. Por essa carteira, o contrato individual de trabalho teria prevalência sobre a CLT (Consolidação das Leis do Trabalho), mas sem violar dispositivos trabalhistas previstos na Constituição.
Enxugar o Estado – Nas entrevistas concedidas, o presidente eleito afirmou que pretende reduzir a máquina administrativa. No caso dos ministérios, diminuir de 29 para 15 o número de pastas a partir de fusões de alguns setores. Ainda não há confirmação sobre essas fusões. “O governo dará um passo atrás, reduzindo sua estrutura e cortando privilégios, para que a sociedade dê muitos passos à frente.”
Política externa – Para ele, o Ministério das Relações Exteriores precisa estar a serviço de valores e dos interesses do povo brasileiro, não necessariamente com viés ideológico. Durante a campanha, fez elogios ao presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que ontem (28) o parabenizou em um telefonema. “O Brasil deixará de estar apartado das nações desenvolvidas”, afirmou Bolsonaro.
Comércio exterior – Segundo o presidente eleito, é fundamental incentivar o comércio exterior com países que possam agregar valor econômico e tecnológico ao Brasil, como os Estados Unidos. No âmbito regional, ele prevê o aprofundamento da integração “com todos os irmãos latino-americanos que estejam livres de ditadura”.
Mercosul – O bloco econômico do Cone Sul, que reúne Brasil, Argentina, Paraguai, Uruguai e Venezuela (temporariamente suspensa), deve ser valorizada por Bolsonaro que diz que não se pode “jogar para o alto” o acordo. Após sua eleição, ele conversou com os presidentes eleitos da região, que o parabenizaram.
Cotas – O presidente eleito propõe a adoção de cotas sociais a partir da renda das pessoas e não por outros critérios. Segundo ele, as políticas afirmativas, da forma como são aplicadas atualmente no país, levam ao reforço do preconceito.
Cesare Battisti – O ativista italiano, de 63 anos, foi condenado à prisão perpétua na Itália por homicídio e vive livre no Brasil. Segundo o deputado federal Onyx Lorenzoni (DEM-RS), indicado para a Casa Civil no futuro governo, um dos primeiros atos de governo será sua extradição para o país de origem.
Privatização – Uma das principais propostas é a privatização ou extinção de estatais. Segundo Bolsonaro, a ideia é reduzir o pagamento de juros, que custaram R$ 400,8 bilhões em 2017, com a venda de ativos públicos. Em relação à reforma da Previdência, ele defende a implantação de um modelo privado de capitalização do setor.
Sistema tributário – No programa de governo, Bolsonaro menciona unificar impostos e simplificar o sistema de arrecadação de tributos. Ele disse que pretende reduzir de forma gradativa os impostos, por meio da eliminação e unificação de tributos, “paralelamente ao espaço criado por controle de gastos e programas de desburocratização e privatização”.
Imposto de Renda – O assessor econômico de Bolsonaro, Paulo Guedes, indicado como futuro ministro da Economia, disse a investidores que a intenção é criar uma alíquota única de 20% no Imposto de Renda, que passaria a incidir sobre quem ganha acima de cinco salários mínimos.
Saúde pública – A equipe do presidente eleito indicou que pretende adotar o chamado Prontuário Eletrônico Nacional Interligado em postos, ambulatórios e hospitais, para reduzir os custos ao facilitar o atendimento futuro por outros médicos em diferentes unidades de saúde, além de permitir a cobrança de maior desempenho dos gestores locais.
Carreira de Estado – Também há a proposta de credenciamento universal de médicos e instituição de carreira de Estado.
Mais Médicos – No plano de governo, ele cita que todos os profissionais estrangeiros interessados em ingressar no programa podem migrar para o Brasil, desde que aprovados no Exame Nacional de Revalidação de Diplomas Médicos Expedidos por Instituições de Educação Superior Estrangeira (Revalida).
Educação básica, ensino infantil ao médio – São apontadas como áreas de prioridade no plano de governo. Ele defende a educação a distância para o ensino fundamental como alternativa “para as áreas rurais onde as grandes distâncias dificultam ou impedem aulas presenciais”.
Ensino superior – Para o ensino superior, Bolsonaro diz que as universidades precisam gerar avanços técnicos ao Brasil, por meio de parcerias e pesquisas com a iniciativa privada.
Conteúdo e método – O presidente eleito propõe que conteúdo e método de ensino “precisam ser mudados. Mais matemática, ciências e português, sem doutrinação e sexualização precoce”. Ele pretende resgatar a disciplina Educação Moral e Cívica e Organização Social e Política Brasileira nas escolas.
Pesquisa e inovação – Para Bolsonaro, o modelo de pesquisa e inovação no Brasil está “esgotado”. Em vez de os recursos do setor serem organizados por Brasília, defende o fomento de “hubs” tecnológicos, nos quais universidades se aliam à iniciativa privada “para transformar ideias em produtos”.
Mestrado e doutorado – Os programas de mestrado e doutorado deverão ser feitos “sempre perto das empresas”. Propõe investimento na exploração de energia renovável solar e eólica no Nordeste e pesquisa e desenvolvimento em grafeno e nióbio.
Áreas verdes – O presidente eleito afirmou, em algumas ocasiões, que pode flexibilizar a legislação que regula a exploração econômica de áreas verdes preservadas, inclusive na Amazônia, e propõe a revisão da concessão de novos territórios para indígenas e quilombolas.
Agricultura – Na área de agricultura, a proposta é atender às demandas de “segurança no campo; solução para a questão agrária; logística de transporte e armazenamento; uma só porta para atender às demandas do agro e do setor rural; políticas especificas para consolidar e abrir novos mercados externos e diversificação”.
Fonte: Agência Brasil
Percentuais da vitória de Fernando Haddad no primeiro turno em Guarabira (Foto: G1) |
O candidato do PSL foi apoiado em Guarabira pela deputada Camila e por seu pai, o prefeito Zenóbio Toscano, ambos do PSDB. Fernando Haddad, neste segundo turno, teve o apoio da ex-prefeita Fátima, do deputado Raniery e do ex-governador Roberto Paulino que, como candidato a senador no primeiro turno, obteve do eleitorado guarabirense quase 15 mil votos, sendo o mais votado entre todos os outros postulantes, inclusive o governador eleito da Paraíba João Azevêdo (12 mil votos).
Haddad, mesmo apoiado no primeiro turno pelo governador Ricardo Coutinho e seu grupo político em Guarabira, não passou de um empate técnico com Jair Bolsonaro (37,04% contra 36,98%). Os números mostram que sozinho, o PSB local não conseguiu transferir votos para o candidato do PT e que lhe desse uma ampla maioria.
COM APOIO DO GRUPO PAULINO – Gráfico mostra vitória folgada de Haddad sobre Jair Bolsonaro no segundo turno em Guarabira (Foto: G1) |
Nesse caso, o apoio do Grupo Paulino foi decisivo para Haddad ampliar, de 37% para quase 58%, a vantagem sobre Bolsonaro em Guarabira. Quem também trabalhou muito para a maiúscula vitória do petista em solo guarabirense foi o pessoal do Partido dos Trabalhadores local.
O Grupo Paulino, além de Fátima, Raniery e Roberto Paulino, tem como integrantes a advogada Roberta Paulino (presidenta do MDB de Guarabira), os vereadores Zé Ismai, Michel do Empenho, Saulo de Biu, Wilsinho e Michele Paulino, ex-prefeitos, suplentes de vereadores, lideranças comunitárias, empresários e profissionais liberais.
Coordenador da campanha do presidente eleito no nordeste, o deputado federal eleito pela Paraíba Julian Lemos gravou um vídeo com Jair Bolsonaro onde o presidente agradece a votação que teve no Nordeste, com destaque para João Pessoa e Campina Grande.
Jair Bolsonaro foi eleito presidente do Brasil no segundo turno da eleição realizado neste domingo (28) e passa a comandar o país a partir de janeiro. Mais cedo, quando votou, o capitão reformado disse que estava na expectativa da vitória: “O que eu vi nas ruas ao longo dos últimos meses: vitória.”
Jair Bolsonaro – natural de São Paulo, Bolsonaro é militar da reserve e atualmente exerce o sétimo mandato como deputado federal, hoje pelo Rio de Janeiro, sendo o mais votado em 2014 no estado, com mais de 464 mil votos.
Ocupa a Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional na Câmara, é suplente da Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado.
Em 22 de julho foi lançado pelo PSL como candidato à Presidência da República durante convenção do partido que aconteceu no Rio de Janeiro.
Bolsonaro tem como candidato à vice-presidente o também militar da reserva do Exército Brasileiro, Hamilton Mourão, conhecido como general Mourão do PRTB.
Conheça as principais propostas de Jair Bolsonaro:
Privatizações
Jair Bolsonaro pretende realizar um programa de privatizações, mas diz que só divulgará as estatais envolvidas em agosto, quando for lançado seu programa de governo. Sobre a Petrobras, disse a VEJA que o tema “entrou no seu radar”, mas que ainda não tem uma definição. A respeito dos bancos públicos, disse “estudar” a possibilidade.
Programas sociais
Antes crítico do Bolsa Família, agora defende a manutenção do programa “com auditoria”.
Previdência Social
Diz ser contra a proposta de reforma apresentada pelo governo, por ela ser “grande demais”. O pré-candidato do PSL afirmou que estuda a questão e cogita propor mudanças graduais nas aposentadorias, priorizando o combate à “fábrica de marajás”
Reforma Trabalhista
Votou a favor da proposta na Câmara dos Deputados. Em sabatinas e entrevistas, ele tem repetido o diz ouvir de empresários: que os trabalhadores brasileiros podem ter que escolher entre ter “menos empregos e mais direitos” ou o oposto.
Segurança Pública
Para combater a criminalidade, pretende promover o endurecimento de leis penais, fortalecer o policiamento e promover a revisão do Estatuto do Desarmamento.
Teto dos gastos públicos
Como deputado, votou a favor da PEC que congelou por 20 anos os gastos públicos.
Política econômica
“Guru” do candidato em economia, Paulo Guedes é a favor da manutenção do tripé macroeconômico (com regime de meta fiscal e de inflação, com câmbio flutuante) e defende a necessidade de uma simplificação tributária rumo a um imposto único federal.
O advogado Ibaneis Rocha (MDB) foi eleito neste domingo (28) para ser governador do Distrito Federal ao longo dos próximos quatro anos.
Para conquistar o cargo, o emedebista derrotou o atual governador, Rodrigo Rollemberg (PSB), no segundo turno da disputa. Ibaneis já havia sido o candidato mais votado na primeira etapa do pleito.
Ibaneis Rocha Barros Junior é advogado e disputava pela primeira vez a um cargo público. Antes, presidiu a seccional do Distrito Federal da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) entre 2013 e 2015.
O Tribunal Regional Eleitoral da Paraíba (TRE-PB) já substituiu 39 urnas, até o meio dia deste domingo (28) de segundo turno. O município de João Pessoa teve 7 urnas substituídas.
Outras cidades como Campina Grande, Bayeux e Cajazeiras também tiveram substituição das urnas. No primeiro turno, cerca de 100 urnas foram substituídas, segundo informação do secretário de Tecnologia da Informação e Comunicação do TRE-PB, José Cassimiro Júnior, ao ClickPB.
Essas urnas quebradas no primeiro turno só voltam a operar a partir das Eleições 2020, após reparo pela equipe do tribunal. Elas não foram consertadas para este segundo turno.
São 9.955 seções eleitorais na Paraíba, o que requer do TRE-PB e disponibilização de pelo menos esse número de urnas. Além disso, o órgão possui 1.600 de contingente para essas eventuais substituições.
Cassimiro explicou ao ClickPB que o modelo de urna mais antigo usado na Paraíba é de 2009, ou seja, com nove anos de uso. Ele considera esse um tempo curto, haja vista que as urnas não são usadas com frequência.
O candidato do PT à Presidência da República, Fernando Haddad, votou na manhã deste domingo (28) no Brazilian International School, colégio localizado no bairro Moema, na zona sul de São Paulo.
O petista chegou acompanhado da mulher, Ana Estela, e votou às 10h18. Depois deu entrevista para jornalistas.
“A gente tem uma grande expectativa de um dia de muita paz para os brasileiros e brasileiras. Espero que o dia transcorra com muita tranquilidade, sem nenhum ato de violência. Espero que as pessoas que vão votar hoje na nossa candidatura tenham muita tranquilidade ao ir votar”, afirmou Haddad.
Ele também afirmou que está esperançoso para o resultado da eleição e disse que tem percebido forte tendência de alta nas pesquista. Haddad falou ainda que a militânica em torno de sua candidatura defende a democracia.
“Sinto nas ruas do Brasil inteiro muita militância. Cidadãos e cidadãs comuns indo às ruas defender o Brasil e a democracia. Nós estamos com uma forte tendência de alta nas pesquisas do último dia. Eu estou muito esperançoso de que nós vamos ter um grande resultado hoje a noite.
Antes de ir para a escola, Haddad participou com Ana Estela de um café da manhã com lideranças do PT em um hotel na região central da cidade.
Na tentativa de virar votos nos últimos dias, ele concentrou esforços em viagens ao Nordeste e encerrou a campanha neste sábado (27) em caminhada na comunidade de Heliópolis, na periferia de São Paulo.
Em pesquisa do instituto Datafolha divulgada nesta sábado, Haddad apareceu com 45% dos votos válidos. O outro candidato, Jair Bolsonaro (PSL), apareceu com 55%.
Após a votação, o candidato seguiu para um hotel na capital paulista, onde acompanhará a apuração. Ele deve dar nova entrevista após sair o resultado da eleição.
Fonte: G1