Existe um argumento na praça política que torna a candidatura do senador Veneziano Vital do Rêgo uma proposta praticamente consolidada, uma ideia sem retorno.
A linha de raciocínio é quase cartesiana: sem possibilidade de acordo com o governador João Azevedo para apresentar o nome do candidato a vice-governador, Veneziano não teria mais o que fazer no esquema do governo e não teria outra saída que não seja a de ser candidato a governador.
No mesmo sentido da utilização de argumentos simples e diretos, Veneziano seria candidato porque não tem nada a perder, uma vez que, se não for eleito, ainda terá quatro anos de mandato no Senado.
Além disso, em seu entorno familiar, cresce a ideia de que Veneziano precisa disputar as eleições deste ano para não ficar distante do eleitorado, o que seria um problema de todos os senadores. Levantamentos apontariam que, historicamente, a maioria dos senadores que ficaram os oito anos de mandato sem disputar eleições não se deram bem quando tentaram a reeleição.
Outro argumento objetivo que indicaria a irreversibilidade da candidatura do senador Veneziano Vital do Rêgo ao governo do Estado estaria na situação do MDB local. O senador, nas circunstâncias atuais, não conseguiria compor uma chapa de deputado federal e teria dificuldades de formar um plantel de candidatos a deputado estadual capaz de conquistar pelo menos três cadeiras na Assembleia Legislativa.
Neste contexto, a avaliação é a de que o único jeito de salvar o MDB do fracasso nas urnas de 2022 seria a candidatura de Veneziano a governador. A avaliação pode até ser rigorosa, mas faz sentido diante da nebulosa conjuntura de articulações para composições de chapas de deputado federal e deputado estadual.
Tudo isso, é claro, sem contar com o desejo do ex-prefeito campinense e senador de apresentar e defender um projeto de gestão e de desenvolvimento para a Paraíba.
Resta saber agora se Veneziano conseguirá atrair os apoios suficientes para tornar sua candidatura competitiva.