10 milhões de norte-coreanos sofrem com problemas relacionados à desnutrição e, segundo um relatório do Programa Alimentar Mundial (PAM) divulgado nesta terça-feira (9), 40% da população precisa de ajuda humanitária.
“Apesar das melhorias registradas neste ano, a necessidade de ajuda humanitária na Coreia do Norte é ainda muito expressiva, principalmente por causa da insegurança alimentar crônica e uma alta taxa de desnutrição”, declarou o porta-voz do PAM, Hervé Verhoosel, durante uma coletiva de imprensa em Genebra, na Suíça.
No país, governado por Kim Jong-un, uma a cada cinco crianças sofre de raquitismo, uma doença que compromete o crescimento por causa de uma carência de vitamina D e cálcio.
Falta de verba
Apesar da gravidade da situação, o PAM pode ter que reduzir a ajuda que oferece à Coreia do Norte por falta de verba, disse o porta-voz. O órgão de ajuda alimentar, vinculado à ONU, que gostaria de reservar US$ 52 milhões à Coreia do Norte em 2018, ainda precisa de US$ 15,2 milhões para financiar seus programas e evitar cortes em seus projetos de assistência alimentar.
A Coreia do Norte tem sofrido com as sanções internacionais, mas tenta diminuí-las desde a aproximação com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
Por enquanto, os poucos dados econômicos disponíveis permitem supor que o país vive sua pior retração econômica em 20 anos. O PAM e a Unicef fazem parte das raras organizações que ajudam o país asiático, graças ao acesso autorizado pela Coreia do Norte, que já passou por um período de fome intensa no meio dos anos 1990.
Fonte: FRI
“Pai, me ajude. Não estou conseguindo respirar.”
Essas foram as últimas palavras de Natasha Ednan-Laperouse, uma adolescente britânica que sofreu uma reação alérgica mortal em um avião depois de comer o sanduíche que havia acabado de comprar no aeroporto de Heathrow, em Londres.
O ingrediente responsabilizado pela reação foram sementes de gergelim, que faziam parte da massa do pão e não eram visíveis.
A rede em que ela comprara o sanduíche é a multinacional Pret a Manger, que sob as regulações alimentares em vigor atualmente no Reino Unido não tem a obrigação de indicar os ingredientes de todos os lanches que vende.
A morte de Natasha ocorreu em 2016, mas suas causas só vieram a público recentemente, gerando forte comoção entre os britânicos – a ponto de a premiê Theresa May pedir uma revisão das leis de embalagem no Reino Unido e de a Pret a Manger anunciar, neste mês de outubro, que passaria a listar todos os ingredientes contidos em seus produtos, inclusive os alergênicos.
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Neste domingo, mais uma morte voltou a colocar a Pret a Manger sob os holofotes: um segundo cliente parece ter tido uma reação alérgica a um sanduíche, segundo informações da própria multinacional. Desta vez, trata-se de um sanduíche vendido como sendo livre de laticínios, mas a Pret a Manger afirma ter sido enganada pela fornecedora do iogurte presente no lanche, o qual continha proteína de leite.
A empresa Coyo, que vendeu o iogurte à rede, afirma, porém, que a “causa verdadeira” da morte ainda é desconhecida e que as acusações da Pret a Manger são “infundadas”.
Parada cardiorrespiratória
Natasha, de 15 anos, viajava à cidade francesa de Nice com seu pai, Nadim Ednan-Laperouse, em 17 de julho de 2016.
Antes do voo, ela comprou uma baguete de alcachofras, azeitona e tapenade (patê de azeitonas e alcaparras) em uma das centenas de estabelecimentos que a Pret a Manger opera no Reino Unido.
Pouco depois de comer o sanduíche, Natasha começou a se sentir mal e a ter dificuldades para respirar.
“Todo o corpo dela ficou coberto por enormes manchas vermelhas, como se tivesse sido picado centenas de vezes”, relata seu pai.
A mãe de Natasha, Tanya, relembra o telefonema que recebeu do marido naquele dia de 2016.
“Ele me ligou e disse que Natasha iria morrer em um minuto, talvez dois, e que eu tinha que me despedir dela”, conta. “Ele me falou: ‘esta é a única oportunidade, você tem que dizer adeus’.”
No mesmo dia, a adolescente morreria de parada cardiorrespiratória em um hospital de Nice, a despeito de seu pai ter aplicado nela duas injeções de epinefrina durante o voo.
Natasha, que era alérgica a gergelim, não tinha como saber que o sanduíche – que não tinha sementes visíveis – continha tal ingrediente, uma vez que, segundo as leis britânicas, alimentos “artesanais” embalados na hora não precisam ter etiqueta advertindo contra possíveis alergênicos.
Apenas restaurantes e estabelecimentos que vendem produtos embalados têm a obrigação de informar aos clientes se algum dos 14 alergênicos mais comuns – por exemplo, amendoim, ovos, leite e gergelim – estão presentes na composição.
No Brasil, uma resolução da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) que passou a vigorar em 2016 determina que embalagens de comidas e bebidas devem obrigatoriamente trazer informações sobre a presença de substâncias que comumente causam alergias.
‘Roleta russa’
Desde a morte da filha, os pais de Natasha estão em campanha pública para mudar as leis de embalagem britânicas, que dizem terem sido responsáveis por uma “roleta russa” contra a vida da sua filha.
Na semana passada, uma investigação para esclarecer a morte da adolescente foi iniciada e, como consequência, a Pret a Manger anunciou a mudança na descrição da embalagem de seus produtos.
Outros seis casos de reação alérgica em 2015 no Reino Unido foram atribuídos a sanduíches da rede.
Clive Schlee, diretor-executivo da Pret, afirmou que a empresa “lamenta profundamente” a morte de Natasha.
“Esperamos que essas medidas nos ajudem a promover uma mudança na indústria, para que as pessoas com alergias estejam tão protegidas e informadas o quanto for possível.”
Outras empesas alimentícias britânicas estudam adotar medidas semelhantes.
A premiê May, por sua vez, afirmou que o caso da adolescente foi “absolutamente trágico, e nossos pensamentos estão com a família e os amigos dela. (…) Obviamente temos de prestar atenção a esse problema e analisar a responsabilidade das empresas individualmente”.
Fonte: BBC News
Em um documento de 200 páginas entregue à Justiça no dia 24 de setembro, um segundo painel de especialistas responsabiliza em parte a Airbus e a Air France pela queda do voo Rio-Paris AF447, que causou a morte de 228 pessoas em 1° de junho de 2009. As conclusões finais do último relatório forense sobre o acidente foram publicadas pelo jornal Le Parisien na noite desta quinta-feira (4) e mais uma vez apontam os erros da tripulação, incluindo “ações inadequadas na direção manual” em face à “perda de controle ” da aeronave que levariam à queda do A330.
Eles colocaram em segundo plano as responsabilidades da empresa Air France e especialmente a fabricante Airbus, ambos indiciados por “homicídio culposo” neste caso instruído em Paris há quase dez anos.
O cenário geral do acidente é agora conhecido: o elemento desencadeador do desastre foi a formação de gelo das sondas de Pitot do A330, que resultaram em indicações errôneas de velocidade e levaram, em cascata, à queda da aeronave. Dentro da conjunção de fracassos técnicos e humanos, este segundo painel de especialistas acredita que “a causa direta do acidente foi a perda de controle da trajetória de voo da aeronave pela tripulação”.
“Essa perda de controle resultou de ações inadequadas dos dois co-pilotos no cockpit – o capitão estava ausente e não havia deixado instruções, enquanto o avião atravessava o Atlântico”, escrevem os especialistas.
As famílias das vítimas protestam
Nas “causas indiretas”, os especialistas listam inúmeras deficiências passíveis de responsabilidade da empresa Air France, em termos de treinamento e informação. Eles observam, em particular, “a falta de treinamento da tripulação em pilotagem em alta altitude” e “insuficiente processamento operacional (pela empresa) de incidentes de indicações de velocidade incorretas” para suas tripulações.
Quanto à Airbus, o único item citado é “a ambigüidade do procedimento Stall (o alarme de estol) na documentação” do construtor – uma classificação “validada pela DGAC” (Direcção-Geral de Aviação civil), sublinhou.
“A certificação de um aparelho pela DGAC confere o direito a erros que levam à morte de centenas de pessoas! “diz Sébastien Busy, advogado da associação Entraide e Solidariedade AF447.
Conclusões que tendem a diminuir responsabilidades da Airbus causam indignação entre as famílias das vítimas.
“As reações da tripulação teriam sido adaptadas a como se tudo estivesse funcionado bem! “, disse Danièle Lamy, que perdeu um filho no acidente. A presidente da Entraide e Solidariedade AF447 recorda que uma primeira perícia judicial, em 2012, não chegou às mesmas conclusões. Ela quer que as partes civis “questionem os especialistas do segundo painel”. E insiste: “Esses dois relatórios contraditórios tornam necessário um debate judicial público. É preciso um processo! “; diz Lamy.
Fonte: RFI
A Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) realizará as suas maiores manobras militares desde a Guerra Fria a partir do final do mês de outubro. O Exercício Trident Juncture 18 mobilizará 45.000 soldados e será realizado na Noruega, país que faz fronteira com a Rússia.
“Este é um dos nossos maiores exercícios em muitos anos. Incluirá 45.000 participantes de 31 países aliados e sócios, cerca de 150 aviões, 60 navios e mais de 10.000 veículos”, afirmou o secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, em entrevista à imprensa.
Por duas semanas, a partir de 25 de outubro, as forças militares dos 29 países membros da Otan realizarão exercícios aéreos, terrestres e marítimos que percorrerão, além das zonas central e leste Noruega, as “zonas circundantes”, incluindo Islândia, Finlândia e Suécia.
Segundo representantes da Otan, o treinamento será o “maior desde o fim da URSS em 1991”.
Desde a explosão do conflito na Ucrânia e a anexação da Crimeia por Moscou, em março de 2014, os aliados da Otan reforçaram sua presença no Leste Europeu, especialmente nos países bálticos, fronteiriços com a Rússia.
A Noruega tem uma fronteira terrestre de 196 km com a Rússia, e a Frota do Norte da Rússia tem sua base principal em Severomorsk, a cerca de 100 km da fronteira com a Noruega, na Península de Kola. No final de agosto, a Rússia anunciou a instalação de uma nova base de defesa antiaérea no Ártico, supostamente para a proteção de suas jazidas de petróleo e gás,
“O exercício é defensivo e é transparente. Todos os membros da Organização para a Segurança e a Cooperação na Europa (OSCE), incluindo a Rússia, foram convidados a enviar observadores”, explicou Stoltenberg.
O porta-voz afirmou ainda que as manobras simularão uma situação de ataque contra um dos Estados membros da organização, de forma “fictícia, mas realista”.
Fonte: AFP
Um controlador de tráfego aéreo perdeu a própria vida ao ajudar um avião de passageiros a escapar do terremoto que já deixou mais 800 mortos na Indonésia.
Anthonius Gunawan Agung, de 21 anos, estava na torre de controle do aeroporto de Palu, no centro da ilha de Sulawesi, quando o tremor de magnitude 7,5 atingiu o país, na sexta-feira.
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Ele esperou até que o avião decolasse antes de pular da torre de controle, que já estava em ruínas. Morreu antes que pudesse ser levado para um hospital especializado.
“Agung se dedicou ao trabalho até o fim da vida e não deixou a torre de controle até o avião decolar”, disse Didet KS Radityo, da agência de navegação aérea da Indonésia, ao jornal Jacarta Post.
Na tarde de sexta-feira, Agung estava liberando um voo da companhia Batik Air para decolagem quando os tremores tiveram início.
Os colegas do controlador de voo que não estavam orientando aeronaves naquele momento evacuaram o prédio quando terremoto começou, mas o rapaz se recusou a deixar o posto até que o avião decolasse em segurança.
Tão logo a aeronave deixou o solo, o teto da torre de quatro andares desmoronou. Agung pulou da janela e quebrou as pernas, braços e costela.
Ele foi levado ao um hospital, mas morreu antes que um helicóptero o levasse a uma unidade especializada.
Herói
Agung está sendo saudado como herói na Indonésia por ter sacrificado a própria vida para salvar os passageiros e a tripulação.
Ele foi postumamente promovido, “como uma forma de agradecimento por sua notável dedicação”, informou a agência de navegação aérea da Indonésia.
O controlador de voo também foi enterrado com honras militares. A história do sacrifício de Agung rapidamente viralizou na internet.
Yohannes Sirait disse à rede de televisão ABC que a decisão dele de permanecer na torre de controle pode ter salvado centenas de vidas.
Resgate difícil
Agung é uma das 832 pessoas que morreram no terremoto, segundo balanço divulgado no domingo. Esse número ainda pode subir, porque dezenas de pessoas seguem desaparecidas e mais de 500 estão feridas – muitas em estado grave.
A Cruz Vermelha estima que cerca de 1,6 milhão de pessoas tenham sido afetadas pelo terremoto ou pelo tsunami com ondas de pelo menos dois metros formadas pelo tremor.
Equipes de resgate, contudo, enfrentam dificuldades para acessar e entrar em contato com as áreas afetadas por causa das estradas bloqueadas, um aeroporto danificado e telecomunicações interrompidas.
“A comunicação está limitada e os equipamentos também. Não é suficiente para o número de prédios que foram destruídos”, disse Sutopo Purwo Nugroho, porta-voz da Agência Nacional de Mitigação de Desastres.
Como o terremoto também atingiu os hospitais, a maioria das pessoas está sendo tratada ao ar livre – as Forças Armadas ergueram um hospital de campanha e assumiram o comando do aeroporto para transportar vítimas e receber suprimentos.
Milhares de pessoas estão dormindo na rua, com medo de que suas casas estejam com as estruturas ameaçadas.
Com suprimentos limitados, as pessoas têm invadido lojas em busca de comida, água e remédios.
Valas comuns
Segundo autoridades, os corpos vão começar a ser enterrados em valas coletivas.
Em Palu, cidade com cerca de 350 mil habitantes na costa oeste da ilha de Sulawesi, foi registrado o maior número de mortos. Centenas de pessoas estavam na praia da cidade para um festival e foram surpreendidas pelo tsunami que se formou com o terremoto.
Um sofisticado sistema de alerta contra tsunamis foi implantado em toda a região do Pacífico após o desastre de 2004, que matou quase 250 mil pessoas. Ainda não está claro, contudo, se o sistema funcionou na Indonésia. Autoridades locais queixam-se de falta de verbas para instalar todos os equipamentos.
Fonte: BBC NEWS
Mais de 380 pessoas morreram depois que um tsunami desencadeado por um terremoto de magnitude 7,5 atingiu uma cidade da Indonésia na sexta-feira. Ondas de três metros de altura varreram Palu, na ilha de Sulawesi.
O número de mortes confirmado pelo órgão de resgate da Indonésia é de 384, mas deve aumentar. Pelo menos 540 pessoas ficaram feridas. Centenas de pessoas estavam se preparando para um festival na praia em Palu, previsto para começar na noite de sexta.
“Muitos corpos foram encontrados na costa, devido ao tsunami, mas os números ainda não são conhecidos”, afirmou o porta-voz do órgão, Sutopo Purwo Nugroho, em entrevista para a Reuters.
“Quando a ameaça surgiu, as pessoas ainda estavam fazendo suas atividades na praia e não correram imediatamente, e se tornaram vítimas”, relatou. Algumas pessoas sobreviveram ao subir em árvores de seis metros de altura, para fugir das ondas, disse o porta-voz.
Fortes tremores secundários continuam a ser sentidos na cidade. Milhares de casas desmoronaram, além de hospitais, hotéis e comércios.
Um vídeo postado nas redes sociais mostra pessoas gritando e fugindo em pânico. Nas imagens, é possível ver uma mesquita entre os edifícios atingidos.
Terremoto danificou hospital, aeroporto e estradas, dificultando resgate
O resgate está em andamento, mas é prejudicado por um grande corte de energia. Além disso, a principal cidade que leva a Palu está bloqueada por um deslizamento de terra. Uma ponte chave para o deslocamento desmoronou.
O presidente da Indonésia, Joko Widodo, afirmou neste sábado que tropas estavam a caminho de Palu para reforçar o resgate e ajudar na remoção de corpos.
O aeroporto de Palu foi fechado. Um ministro afirmou que a pista foi danificada, mas esperava-se que helicópteros ainda pudessem aterrissar.
O principal hospital da cidade também foi danificado pelo terremoto. Uma filmagem de TV mostra dezenas de pessoas feridas sendo socorridas em tendas médicas improvisadas a céu aberto.
“A situação é caótica, as pessoas estão correndo pelas ruas e prédios estão ruindo. Há um navio encalhado em terra firme”, afirmou Dwikorita Karnawati, chefe da agência de meteorologia e geofísica da Indonésia.
Cerca de 600 mil pessoas vivem em Palu.
Indonésia fica em área propensa a ter terremotos
O terremoto foi registrado pouco antes das 18h no horário local, de acordo com o Serviço Geológico dos Estados Unidos. O epicentro foi a área central de Sulawesi, a cerca de 80 km de Palu. Um alerta de tsunami foi disparado.
Também na sexta-feira, um terremoto mais fraco matou pelo menos uma pessoa e feriu outras dez perto de Palu, no povoado de Donggala.
Em 2004, um tsunami gerado por um terremoto na ilha de Sumatra, na Indonésia, matou 226 mil pessoas em diversos pontos do Oceano Índico, incluindo mais de 120 mil na própria Indonésia.
A Indonésia é propensa a ter terremotos porque está em uma área chamada de Círculo de Fogo do Pacífico – uma linha de tremores frequentes e erupções vulcânicas, que circunda a orla do Pacífico.
No mês passado, uma série de terremotos atingiu a ilha de Lombok, na Indonésia. O maior deles, em 5 de agosto, matou mais de 460 pessoas.
Fonte: BBC News
A modelo iraquiana Tara Fares, de 22 anos, foi morta a tiros em uma emboscada em Bagdá, informou o Ministério do Interior do Iraque.
Um comunicado oficial informa que a jovem chegou ao hospital por volta das 17h45 (horário local) de quinta-feira (27) com três ferimentos de bala que provocaram a sua morte. As autoridades locais investigam o crime.
Tara Fares foi escolhida Miss Bagdá em 2015 e era muito influente nas redes sociais, contando com mais de 2,6 milhões de seguidores no Instagram.
No perfil da vítima já foi publicada uma homenagem póstuma com a seguinte legenda: “Alá perdoá-la e concedê-la com Sua grande misericórdia”.
Fonte: Notícias ao Minuto
As principais centrais sindicais da Argentina realizam nesta terça-feira (25) a quarta greve geral contra o governo do presidente Mauricio Macri, que discursará hoje na 73ª Assembleia-Geral das Nações Unidas, em Nova York.
A greve – que paralisará transportes públicos, aeroportos e bancos – foi convocada pela Confederação Geral do Trabalho (CGT) contra as medidas de ajuste econômico, que o presidente adotou para obter uma linha de credito de 50 bilhões de dólares do Fundo Monetário Internacional (FMI).
Desde o final da tarde de ontem, as seis linhas do metrô de Buenos Aires estavam completamente paralisadas. Trens e ônibus urbanos também não funcionam hoje e dificilmente haverá táxis circulando pelas ruas.
Quanto aos aviões, é majoritária a adesão dos sindicatos de técnicos e pilotos; e as empresas como Aerolíneas Argentinas e Latam já anunciaram o cancelamento de seus voos domésticos, sugerindo aos clientes que reprogramem suas viagens.
Nos hospitais públicos do país, devem funcionar os serviços mínimos para emergências; não haverá aulas nas escolas, nem atividade nos portos e os bancos ficarão com as portas fechadas durante todo o dia.
Os serviços de coleta de lixo e postos de combustível também serão afetados pela paralisação. Comerciantes, caminhoneiros e funcionários do Judiciário argentino também aderiram à greve.
Na segunda-feira, a Central de Trabalhadores da Argentina (CTA) iniciou a paralisação de 36 horas com uma grande mobilização na Plaza de Mayo, em Buenos Aires. Centrais sindicais, organizações sociais e forças opositoras de centro-esquerda teceram fortes críticas a Macri e advertiram que vão aprofundar os protestos contra o plano de ajuste fiscal do governo.
Sob o slogan “Pare o ajuste”, dezenas de milhares de pessoas marcharam de diferentes pontos da cidade até a praça em frente à sede do governo.
“Estamos passando por demissões em massa em toda a Argentina. Eles estão destruindo o pouco que nos resta da indústria e estão batendo consistentemente no poder de compra do povo argentino”, disse o secretário-geral da Confederação de Trabalhadores Autônomos da Argentina (CTA-A), Pablo Micheli. “Aqui devemos unir forças, devemos fazer todos os protestos necessários para que esse modelo econômico caia”, afirmou.
Os movimentos pediam ao governo para declarar emergência alimentar e o aumento de 100% de gastos públicos com a assistência social.
“Mauricio Macri deixou de governar a Argentina, cada medida que toma precisa consultar com o FMI”, afirmou Joaquín Noya, um dos manifestantes que seguiram até a Casa Rosada, sede da presidência.
A taxa de desemprego segue em alta, com 9,6% no segundo semestre, e o índice de pobreza que será anunciado esta semana deve interromper a tendência de queda: ao final de 2017 era de 25%.
As greves anteriores de 24 horas promovidas contra o atual governo por parte da CGT aconteceram em abril e dezembro de 2017 e no final do último mês de junho.
O presidente argentino reiterou que este não é “um momento oportuno” para fazer uma nova greve, que segundo as estimativas terá um custo econômico de aproximadamente 31,6 bilhões de pesos argentinos (847,16 milhões de dólares), equivalente a 0,2% do Produto Interno Bruto (PIB).
Crise econômica
Macri aproveitou a viagem aos Estados Unidos para assegurar aos mercados que conseguirá renegociar o acordo com o FMI, fechado em junho, e para garantir que não há risco de o país decretar moratória da dívida externa, como em 2001.
O FMI e o governo de Macri acordaram, em junho, um programa de ajuda de 50 bilhões de dólares em três anos, dos quais 15 bilhões já foram repassados. O apoio da instituição financeira ao governo argentino foi bem recebida pelos mercados, mas não impediu o ataque especulativo contra a moeda argentina, o peso, que acumula desvalorização de mais de 50% neste ano.
A ampliação do crédito original pelo FMI tenderá a vir acompanhado por contrapartidas na área fiscal. Macri já está em negociação com o Congresso de seu plano de déficit primário zero em 2019 e prepara um projeto para a limitação da expansão dos gastos públicos. O FMI deverá exigir mais, além de impor o modelo que lhe pareça mais adequado para a Argentina.
O ministro da Economia argentino, Nicolas Dujovne, prometeu zerar o déficit público no próximo ano em troca da antecipação dos desembolsos previstos para 2020 e 2021. O pedido de renegociação foi feito depois de a Argentina sofrer uma segunda corrida cambial em agosto, que o governo atribuiu à desconfiança dos mercados em sua capacidade de honrar seus compromissos em 2019.
O governo depende do Congresso, onde não tem maioria, para aprovar o orçamento de 2019, que prevê cortes nos gastos públicos – justamente em ano de eleição presidencial.
Macri disse que é candidato a um segundo mandato e que não mudará o rumo da política econômica, apesar de estar pagando um alto preço político.
O governo argentino atribuiu a crise a fatores que escapam do seu controle, entre eles, a pior seca em 50 anos e a guerra comercial entre Estados Unidos e China. Mas, segundo Macri, o pior já passou e a economia deve voltar a crescer no segundo semestre.
Fonte: Veja.com