Postos de fronteira em Portugal barraram a entrada de 3.965 brasileiros em 2019, mostra relatório publicado na terça-feira (23) pelo Serviço de Estrangeiros e Fronteira (SEF), do governo português.
O número representa 79,4% do total de pessoas recusadas no país europeu, e significa uma média de 10,86 brasileiros barrados diariamente nas fronteiras portuguesas.
Na comparação com 2018, o total de brasileiros barrados em Portugal aumentou 38,3% em um ano. É um aumento superior ao observado no período considerando todas as nacionalidades — de 3.759 para 4.995 (32,8%).
Segundo o levantamento, o maior motivo para a recusa de brasileiros é a ausência de visto válido (58,5% do total). Cidadãos do Brasil não precisam desse tipo de documento para passar até 90 dias em Portugal e outros países do território Schegen para turismo e negócio. Porém, o governo português exige vistos para estudo, trabalho ou para quem vai ficar mais de três meses.
Além disso, a falta de motivos que justifiquem a entrada em Portugal aparece como segundo maior motivo para recusas de brasileiros (36,8%). Geralmente, oficiais da fronteira verificam em entrevista rápida se o viajante comprova por que ele está entrando no país e se tem meios para se manter durante a estadia.
Os dados se referem apenas aos viajantes que passaram pelos controles de passaporte, na maioria deles no Aeroporto de Lisboa. Isso porque Portugal permite a entrada de pessoas provenientes de outros países europeus do território Schengen sem que precisem necessariamente apresentar documentos de viagem, independentemente da nacionalidade. Essas medidas, porém, ficaram em suspenso com a pandemia do novo coronavírus neste ano.
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, não descartou a possibilidade se reunir com o presidente venezuelano, Nicolás Maduro, em entrevista dada no domingo (21) ao site Axios.
Durante a conversa, Trump também demonstrou frieza ao se referir a Juan Guaidó, presidente da Assembleia Nacional da Venezuela, que se autodeclarou presidente interino e foi reconhecido por mais de 50 países.
As declarações podem indicar uma mudança na política americana com relação à Venezuela nos últimos meses já que o governo americano foi o 1º a declarar apoio à iniciativa de Guaidó em janeiro de 2019.
Quando questionado sobre a possibilidade de se encontrar com Maduro, Trump respondeu:
“Poderia pensar nisso. Maduro gostaria de se reunir. E eu nunca me oponho às reuniões. Sempre digo que se perde muito pouco com as reuniões. Mas, até agora, eu as recusei”, disse Trump, segundo trecho da entrevista divulgado pelo Axios.
Segundo o site, Trump mostrou suas reservas em relação ao interino e “indicou que não ter muita confiança” já que ele teria falhado em controlar o país apesar do apoio internacional que recebeu.
“Guaidó foi eleito. Eu acho que eu não era necessariamente a favor, mas eu disse ‘algumas pessoas gostavam dele, outras não’. Soou ok para mim. Não acho que tenha sido muito significativo de uma maneira, ou de outra”, disse Trump.
As declarações de Trump coincidem com a publicação desta semana de um livro de memórias de John Bolton, ex-conselheiro de Segurança Nacional de Trump, e que tem causado alvoroço nos Estados Unidos. Nele, Bolton mencionaria Venezuela e Guaidó.
Segundo trechos publicados pelo Axios, Bolton escreveu que Trump tinha suas dúvidas sobre Guaidó desde o início, pois o considerava “uma criança” na frente de Maduro, cuja imagem era “forte”.
Respondendo a uma pergunta sobre se ele se arrependia da decisão de apoiar Guaidó, como sugere Bolton em seu livro, Trump disse: “Eu poderia ter vivido com e sem Guaidó, mas eu era muito contra o que estava acontecendo na Venezuela”.
O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, durante entrevista coletiva em Caracas, no dia 14 de fevereiro — Foto: AP Photo/Ariana Cubillos
Desde janeiro de 2019, os Estados Unidos lideram uma campanha internacional para tirar Maduro do poder. Washington considera fraudulenta sua reeleição em maio de 2018 e atribui a Maduro uma corrupção generalizada no país, além de graves violações dos direitos humanos e o colapso econômico dessa antiga potência do petróleo.
Apesar de uma bateria de sanções, Maduro permanece no poder com o apoio particular da Rússia e da China.
g1
A polícia francesa desmantelou uma rede de prostituição com mulheres sul-americanas e portuguesas que operava na cidade de Troyes, no nordeste do país. Nove pessoas foram detidas e sete acusadas de envolvimento no esquema. O anuncio foi feito pela Promotoria local nesta sexta-feira (19).
Em setembro de 2019, a Promotoria ordenou uma investigação sobre “prováveis atos de prostituição que aconteciam em vários apartamentos de um imóvel” em Troyes.
Anúncios eram publicados em uma página na internet, sob a supervisão de um casal de origem portuguesa, que era dono do edifício. Várias prostitutas “sul-americanas e portuguesas” recebiam os clientes nesses apartamentos.
Nove pessoas foram detidas na segunda-feira, entre elas, os donos do imóvel.
Na quinta-feira, sete delas – seis homens e uma mulher com idades entre 35 e 62 anos – foram levadas a um juiz de instrução, depois de admitirem que “colaboravam com a prostituição que acontecia no prédio”, vigiando, ou transportando, as mulheres.
Cinco foram colocadas sob custódia judicial, e dois, presos, sob a acusação de prostituição em um grupo organizado. Entre elas, está o parceiro de uma das prostitutas, que recebia as ligações dos clientes.
Três militares indianos, incluindo um oficial do exército, foram mortos em um confronto com tropas chinesas na fronteira no alto do Himalaia, informou o exército indiano nesta terça-feira (16). Esse é o 1º confronto entre os dois gigantes asiáticos que resulta na morte de soldados desde 1975, de acordo com a agência de notícias Associated Press.
Milhares de soldados dos dois países se concentram em Aksai Chin-Ladakh há mais de um mês, mas o confronto ocorre em um momento em que se fazia um esforço para se reduzir a tensão na região.
A declaração do exército indiano afirma houve mortes também do lado chinês, o que não foi confirmado por Pequim.
A China acusou a Índia de responsabilidade pelo incidente ao atravessar duas vezes a fronteira. Segundo o porta-voz do ministério das Relações Exteriores chinês, Zhao Lijian, as tropas indianas atravessaram a fronteira e “provocaram e atacaram os chineses, o que gerou um grave confronto grave”.
Autoridades indianas e chinesas voltaram a se encontrar após o incidente. “China e Índia concordam em seguir resolvendo os problemas bilaterais por meio do diálogo. Pedimos novamente à Índia que controle suas tropas na fronteira. Não atravessem a fronteira, não provoquem problemas”, disse o porta-voz chinês.
Tensão na região
Desde o início de maio, as tensões entre os dois países aumentaram ao longo da fronteira comum de 3,5 mil km, que nunca foi devidamente delimitada.
Militares dos dois países se agrediram com socos, pedras e paus na região de Sikkim, no leste da Índia, deixando vários feridos.
As tropas chinesas também avançaram em zonas que a Índia considera dentro de seu território em Ladakh, o que levou Nova Délhi a enviar reforços à região.
Uma crise que as duas partes afirmam, no entanto, querer “resolver pacificamente” pela via diplomática. Após as negociações entre generais dos dois exércitos há 10 dias, um processo de desmilitarização teve início em alguns pontos disputados na região.
Confrontos
As duas potências regionais tiveram várias disputas territoriais nas zonas de Ladakh e Arunachal Pradesh.
Os dois países se enfrentaram em uma guerra relâmpago em 1962. Os confrontos em zonas montanhosas entre os exércitos indiano e chinês se tornaram mais frequentes nos últimos anos.
Em 2017 aconteceram 72 dias de confrontos, depois que forças chinesas avançaram na área disputada de Doklam, na fronteira entre China, Índia e Butão.
O incêndio a bordo do submarino nuclear francês Perle, em revisão em Toulon (sul), foi extinto na madrugada deste sábado (13), após 14 horas de combate ao fogo, anunciou a Marinha.
O incêndio, que começou às 10h35 de sexta-feira (12) na parte da frente do submarino que está em doca seca para reparos, foi extinto por volta da meia-noite após a intervenção de “cem bombeiros e mais de 150 pessoas de apoio”.
O submarino, em parada técnica em uma bacia da base naval de Toulon, foi esvaziado e “não há feridos”.
“O risco nuclear associado ao combustível nuclear é zero, sendo este último retirado como parte da parada técnica. Não há armas (mísseis, torpedos, munições), nem baterias a bordo”, ressaltou a Marinha.
Na sexta-feira, um representante do Naval Group, responsável pelos reparos, descreveu o incidente como “sério”.
Último dos seis submarinos franceses de ataque nuclear do tipo Ruby a entrar em serviço, em 1993, Perle entrou na bacia em janeiro para trabalhos de renovação e modernização que deveriam durar 18 meses.
A Comissão Independente de Pesquisa e Informação sobre Radioatividade (Criirad) pediu que as autoridades fossem “vigilantes”: “a ausência de combustível (a bordo) não significa que não há radioatividade”, estimou à AFP Bruno Chareyron, diretor de seu laboratório.
“Nenhuma anomalia em relação ao nível de radiação natural” foi observada na sexta-feira entre as 14h30 e 17h nos aparelhos de medição de radioatividade instalados em três locais nas proximidades.
Cultivadores de cannabis poderão se candidatar a partir de julho para abastecer legalmente maconha a alguns coffee shops do país. O anúncio foi feito nesta terça-feira (9) pelo Ministério da Saúde da Holanda.
Em 2018, o governo holandês já havia aprovado um experimento em grande escala, autorizando dez cidades a cultivar a cannabis legalmente. O objetivo da experiência era medir os efeitos das plantações de maconha sobre a criminalidade, a segurança, os problemas à ordem pública e a saúde da população.
Em comunicado, o Ministério da Saúde do país anunciou nesta terça-feira que “os produtores que desejarem participar da experiência com a cannabis podem postular a partir de 1° de julho de 2020”.
O governo prevê que a seleção de dez produtores será realizada durante seis meses segundo critérios precisos. O projeto dos candidatos deve principalmente prever a produção de, no mínimo, 6.500 quilos de cânhamo seco e uma gama de dez variedades diferentes da planta da maconha ou haxixe.
Cinco plantas de cannabis por cidadão
Segundo o plano do governo, que recebeu o aval do Conselho do Estado, as cidades envolvidas no projeto vão supervisionar durante vários anos as plantações de cannabis. O mesmo ocorrrerá com a distribuição do produto aos coffee shops, que poderão vendê-lo aos clientes.
No entanto, a plantação e o comércio em larga escala do produto continuam proibidas. Isso faz com que centenas de proprietários de coffee shops dependam do crime organizado para satisfazer a demanda.
Um estudo independente, que analisou dados das estatísticas da Organização dos Estados Americanos (OEA) sobre as eleições presidenciais da Bolívia em 2019, concluiu que houve falhas na apresentação dos resultados.
Segundo os pesquisadores, a conclusão de que os votos de Evo Morales tiveram um salto inexplicável nas cédulas finais se baseou em dados incorretos e técnicas estatísticas inadequadas.
A conclusão da OEA – que participou como observadora do pleito – foi uma das principais evidências usadas para a alegação de que houve fraude eleitoral. Pressionado pelas acusações, Morales acabou renunciando ao cargo.
O estudo, que ainda não foi revisado, foi conduzido pelo economista Francisco Rodríguez, professor de estudos latino-americanos na Tulane University, ao lado da especialista em política latino-americana da Universidade da Pensilvânia Dorothy Kronick, e de Nicolás Idrobo, estudante de doutorado da mesma universidade que é co-autor de um livro sobre métodos estatísticos avançados. Eles se basearam em dados de autoridades eleitorais bolivianas e do jornal “New York Times”.
Segundo Rodríguez, após corrigir as falhas no método usado pela OEA, a evidência estatística de fraude eleitoral desaparece.
Porém, de acordo com o “New York Times”, os autores esclarecem que seu trabalho se concentrou apenas na análise estatística da OEA dos resultados da votação, e não prova que a eleição foi livre e justa. Eles não estudaram os demais problemas documentados na votação.
A análise da OEA, divulgada em novembro, afirmava que havia manipulação em 38 mil votos, e Morales venceu por uma margem de 35 mil. O então presidente teve 47,07% dos votos, e Carlos Mesa, segundo colocado, 36,51%. Como a diferença era de mais de 10 pontos percentuais, Morales foi considerado reeleito no primeiro turno.
O resultado foi contestado pela oposição e, no dia 30 de outubro, a Bolívia e a OEA concordaram em realizar uma auditoria. Em 10 de novembro, a Organização divulgou um relatório, onde dizia ter identificado problemas nas seguintes etapas do processo: Tecnologia da eleição; cadeia de custódia; integridade das atas eleitorais e projeções estatísticas.
“A equipe de auditores não pôde validar o resultado da presente eleição, e recomenda um outro processo eleitoral. Qualquer futuro processo deverá contar com novas autoridades eleitorais para poder levar a cabo eleições confiáveis”, dizia o comunicado, recomendando nova votação.
Método
Os autores do estudo disseram que não foram capazes de replicar as descobertas da OEA usando suas prováveis técnicas. Segundo eles, o crescimento repentino na tendência só surgiu quando foram excluídos os resultados das cabines de votação processadas manualmente e com relatórios tardios.
Isso sugere que a organização usou um conjunto de dados incorretos para chegar à sua conclusão, dexplicam, o que causaria uma diferença significativa, já que os relatórios tardios excluídos seriam a maior parte dos votos finais considerados suspeitos pela OEA.
Os pesquisadores afirmam ainda que a OEA utilizou usou um método estatístico inadequado, que teria criado artificialmente a aparência de uma quebra na tendência de votação.