Pelo menos 45 migrantes, incluindo cinco crianças, morreram no naufrágio mais mortal da Líbia deste ano, segundo a agência da Organização das Nações Unidas (ONU) para refugiados.
As vítimas estavam entre as mais de 80 pessoas a bordo de um navio cujo motor explodiu na costa de Zwara, de acordo com o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur).
As mortes foram relatadas por 37 sobreviventes resgatados por pescadores da região.
Tanto o Acnur quanto a Organização Internacional para as Migrações (IOM, por sua sigla em inglês) fizeram um apelo por um aumento dos esforços de buscas e salvamento.
Eles disseram que sem um mecanismo dedicado de busca e resgate, mais vidas seriam perdidas no Mediterrâneo.
A maior parte dos sobreviventes é do Senegal, Mali, Chade e Gana. Todos foram detidos logo após desembarcar na Líbia.
O Acnur e a IOM afirmaram que a Líbia não era um destino seguro para onde os migrantes deviam regressar, uma vez que estavam “em risco de um conflito em curso, graves violações dos direitos humanos e detenção arbitrária pós-desembarque”.
Mais de 300 pessoas morreram tentando cruzar o mar da Líbia para a Europa este ano. Acredita-se que o número real seja muito maior.
O exército israelense anunciou nesta terça-feira (18) novos bombardeios na Faixa de Gaza em resposta ao lançamento de balões incendiários a partir do território palestino.
Os novos bombardeios acontecem no momento em que uma delegação egípcia tenta reduzir a tensão na região, de acordo com uma fonte do movimento islamita Hamas, que controla a Faixa de Gaza.
Ninguém ficou ferido nos bombardeios, de acordo com a mesma fonte.
Os bombardeios israelenses tiveram como alvo “infraestruturas subterrâneas do Hamas na Faixa de Gaza”, afirma um comunicado militar israelense, que vincula o ataque aos “balões explosivos e incendiários lançados desde Gaza contra Israel”.
A delegação do Egito chegou na segunda-feira (17) a Faixa de Gaza, onde se reuniu com líderes do Hamas. Também terá encontros com funcionários da Autoridade Palestina na Cisjordânia, ocupada por Israel desde 1967, segundo uma fonte do movimento islamita.
Um bombeiro israelense tenta apagar um incêndio causado por um balão incendiário lançado por palestinos na Faixa de Gaza, no lado israelense da fronteira entre Israel e Gaza, no domingo (16).
No domingo (16), o exército israelense fechou a zona de pesca de Gaza e bombardeou várias posições do Hamas, como represália pelo lançamento de foguetes e balões incendiário.
Desde que o Hamas assumiu o controle de Gaza depois de vencer as eleições legislativas há mais de uma década, Israel impõe um severo bloqueio por terra, mar e ar sobre o território.
O enclave palestino tem população de mais de dois milhões de pessoas, a maioria delas refugiadas e quase 80% dependentes de ajuda humanitária, de acordo com dados da UNRWA, a agência da ONU para os refugiados palestinos.
Um menino palestino verifica os danos à casa de sua família após ataques aéreos israelenses no campo de refugiados de Buriej, na Faixa de Gaza, no sábado (15) — Foto: Khalil Hamra/AP
Desde 2008 Gaza foi cenário de três guerras entre Israel e os movimentos armados palestinos.
Apesar da trégua decretada no ano passado, após a mediação da ONU, Egito e Catar, os movimentos armados de Gaza, incluindo o Hamas, e Israel se enfrentam esporadicamente.
Uma explosão em um hotel na Somália neste domingo (16) deixou ao menos uma pessoa morta e outras feridas, de acordo com a imprensa local.
Os primeiros relatos indicam que um carro-bomba explodiu no hotel Elite, um estabelecimento de luxo recém-inaugurado na Praia Lido de Mogadíscio. Depois, homens armados invadiram o hotel e houve troca de tiros. Segundo a agência Reuters, o local é frequentado por pessoas ligadas ao governo.
Informações preliminares apontam que o oficial de comunicação dos membros do Estado Regional da Somália e do Ministério da Informação, Abdirizak Abdi, morreu no local.
A Somália está envolvida em violência mortal desde 1991, quando os chefes da guerra do clã derrubaram o líder Siad Barre e se voltaram uns contra os outros, informou a Reuters.
Desde 2008, a Al Shabaab luta para derrubar o governo central internacionalmente reconhecido e estabelecer seu governo com base em sua própria interpretação da lei islâmica Sharia.
Em uma pesquisa ainda não publicada, cientistas da Universidade Federal de Pelotas (UFPel) e outras instituições brasileiras apontam que a maioria das pessoas com Covid-19 no Brasil tem sintomas da doença. Os pesquisadores são responsáveis pela EpiCovid, o maior estudo sobre a prevalência da doença no país.
O estudo está disponível em uma plataforma on-line desde quarta (12), mas ainda não passou por revisão de outros cientistas (a chamada “revisão por pares” ou “peer review”, em inglês), etapa que é necessária para validação dos resultados e publicação deles em revista científica.
Os pesquisadores testaram e incluíram no estudo 31.869 pessoas de todas as regiões do país, usando um teste para detecção de anticorpos contra o Sars-CoV-2 (o novo coronavírus). Os participantes, testados entre os dias 21 e 24 de junho, foram questionados sobre terem tido ou não algum sintoma da Covid-19 nos quatro meses anteriores, desde o início da epidemia no Brasil.
Veja as principais descobertas:
- 849 pessoas tiveram anticorpos detectados para o Sars-CoV-2. Dessas, apenas 12% disseram não ter tido sintomas da Covid-19 desde o início da pandemia.
- Já entre as pessoas que não tiveram os anticorpos detectados, 42% também não tinham os sintomas.
“Cada um dos 11 sintomas investigados teve significativamente mais chances de ser relatado por aqueles que tiveram resultados positivos [para anticorpos] do que por aqueles com resultados negativos”, afirmam os pesquisadores no estudo.
“Nós identificamos que, ao contrário do que é relatado com frequência, a maior parte das pessoas com anticorpos era sintomática”, continuam.
Os sintomas mais frequentes nas pessoas que tiveram os anticorpos detectados foram dor de cabeça, mudança no olfato ou paladar, febre, tosse e dor muscular.
As mulheres relataram sintomas de forma mais frequente do que os homens, e os que tinham nível superior também os relataram com mais frequência. Crianças e adolescentes, por outro lado, tiveram a menor probabilidade de queixas.
Para evitar que as respostas dos participantes tivessem algum viés de acordo com o resultado do teste, os pesquisadores fizeram o questionamento sobre os sintomas antes que as pessoas soubessem do seu resultado. Foram excluídos todos que já tivessem um diagnóstico prévio de Covid-19 ou que não tivessem preenchido as informações sobre os sintomas.
“Em resumo, nossa análise mostra que a maioria dos indivíduos com anticorpos para o Sars-CoV-2 relatam ter tido sintomas, mesmo que, na maioria dos casos, eles tenham sido leves”, ponderam os cientistas.
“Nossas descobertas podem ser usadas para implementar sistemas de vigilância no Brasil, o que ajudaria a identificar casos de forma precoce e guiar procedimentos de testagem”, consideram.
Assintomáticos
No estudo, os pesquisadores também destacam que os achados vão no sentido oposto ao de pesquisas anteriores, que apontavam que a maior parte das pessoas com Covid-19 não tem sintomas da doença.
Uma pesquisa feita no início da pandemia, em março, na China, mostrou que 86% de todas as infecções pelo Sars-CoV-2 no país não foram detectadas, o que levou ao entendimento de que a maioria desses casos era de pacientes assintomáticos.
Um outro estudo, divulgado em julho, mostrou que até 87% dos casos de Covid-19 em Wuhan, na China (onde o primeiro caso de Covid-19 foi detectado), eram leves ou sem sintomas e não chegaram a ser detectados.
Em junho, a Organização Mundial de Saúde (OMS) precisou esclarecer que pessoas sem sintomas da Covid-19 podem transmitir a doença, depois de uma declaração da entidade que gerou polêmica ao redor do mundo.
O presidente Vladimir Putin disse, nesta terça-feira, 11, que a Rússia se tornou o primeiro país do mundo a aprovar a regulamentação para uma vacina contra a covid-19, após menos de dois meses de testes em humanos. A aprovação abre caminho para a imunização em massa da população russa, ainda que o estágio final de testes clínicos para testar a segurança e eficácia continue.
A velocidade com que a Rússia está se movimentando para lançar sua vacina destaca a determinação em vencer a corrida global por um produto eficaz, mas despertou preocupações de que pode estar colocando o prestígio nacional acima da ciência e da segurança sólidas. Moscou, no entanto, afirmou que a aprovação é sinônimo da sua “proeza científica”.
Em uma reunião governamental na televisão estatal, Putin afirmou que a vacina, desenvolvida pelo Instituto Gamaleya, é segura e que até mesmo foi administrada a uma de suas filhas. “Sei que funciona de maneira bastante eficaz, forma uma forte imunidade e, repito, passou em todos os testes necessários”, disse Putin. Ele disse que espera que o país comece a produzir em massa a vacina em breve.
A partir da aprovação pelo Ministério da Saúde do país, inicia-se um estudo maior envolvendo milhares de participantes, comumente conhecido como estudo de Fase 3. Esses ensaios, que exigem uma certa taxa de participantes que contraem o vírus para observar o efeito da vacina, são normalmente considerados precursores essenciais para que uma vacina receba aprovação regulatória.
Especialistas em todo o mundo têm insistido que a corrida para desenvolver vacinas contra o novo coronavírus não comprometerá a segurança. Entretanto, pesquisas recentes mostram uma crescente desconfiança do público nos esforços dos governos para produzir rapidamente o imunizante.
Os profissionais de saúde russos que tratam pacientes com covid-19 terão a chance de se voluntariar para serem os primeiros vacinados logo após a aprovação do imunizante, disse uma fonte à Reuters no mês passado.
Mais de 100 vacinas possíveis estão sendo desenvolvidas em todo o mundo para tentar frear a pandemia de covid-19. Pelo menos quatro estão em testes finais de Fase 3 em humanos, de acordo com dados da Organização Mundial de Saúde.
Uma americana de 103 anos realizou um antigo sonho ao finalmente fazer sua primeira tatuagem na última semana.
Dorothy Pollack, que vive em Muskegon, estado de Michigan, ganhou um sapinho verde no antebraço. A família dela disse que o tatuador fez o desenho de graça e que Dorothy é a pessoa mais velha que ele já tatuou.
Pollack celebrou recentemente seu 103º aniversário. Ela disse que a chave para viver uma vida longa é se manter ocupada. “Acho que (o segredo é) trabalhar duro”, disse. “Isso é tudo que eu sempre soube o que fazer”, comentou, segundo uma emissora de TV local.
A centenária também acaba de fazer seu primeiro passeio de moto.
O embaixador do Líbano, Joseph Sayah, afirmou nesta quarta-feira (5) que o país precisa de insumos hospitalares, alimentos e materiais de construção e conta com a ajuda do Brasil.
Nesta terça (4), uma explosão em Beirute, capital do país, deixou mais de 100 mortos e cerca de cinco mil feridos. A suspeita é que a explosão tenha ocorrido em um armazém que guardava nitrato de amônio, uma substância inflamável.
Em entrevista ao G1, em Brasília, Joseph Sayah disse que conversou com o presidente Jair Bolsonaro, com o ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, e com parlamentares.
“Em primeiro lugar, precisamos, mais urgentemente, suprimentos cirúrgicos, medicamentos. Temos mais de 5 mil feridos, precisamos cuidar desse número grande. E, ao mesmo tempo, vários hospitais foram danificados por causa da explosão. Precisamos de todo tipo de alimentos”, disse Sayah.
O embaixador afirmou que o Líbano é um país que importa cerca de 80% de suas necessidades, e que o porto de Beirute é um local de “armazenamento enorme”.
“Essa explosão quase destruiu uma cota de mais de três meses de suprimentos. Precisamos de ajuda alimentar rápida […]. E precisamos de ajuda de material de construção, porque milhares de casas e apartamentos foram destruídos, paredes, portas e vidros. Temos mais de 260 mil pessoas sem abrigo”, afirmou o embaixador.
Segundo o diplomata libanês, o governo brasileiro tem falado em um pacote inicial de cerca de 20 de toneladas de suprimentos, mas as partes ainda não entraram em detalhes específicos. “Acho que amanhã [quinta-feira] tudo vai ficar mais claro”, disse.
Momento ‘não pode ser pior’
Sayah afirmou que o Líbano atravessa uma crise econômica, enfrenta insatisfações populares e foi atingido pela pandemia do novo coronavírus. Para o embaixador, o acidente não poderia ter acontecido em um momento pior.
“Em primeiro lugar, o Líbano entrou numa fase de manifestações populares contra o governo anterior e a situação econômica foi afetada bastante e, ao mesmo tempo, chegou a pandemia que está afetando o mundo inteiro. O Líbano está tentando resistir. Agora, chegou esse acidente horrível ontem. Então, não [poderia ser] em momento pior”, declarou.
Em relação ao acidente, o diplomata disse que há “várias teorias” sobre o que pode ter acontecido.
“Eu ainda vou chamar de acidente, mas houve várias hipóteses e teorias que estão circulando. Algumas dizem que foi atentado. Eu não posso confirmar e nem negar. Houve uma explosão em um depósito. Agora, o porquê ninguém sabe. Vamos aguardar as investigações”, afirmou.
“Estamos [o Líbano] no Oriente Médio. Tudo vai pegar uma forma política, mas não sabemos. Não sabemos nada”, emendou.
Uma explosão aconteceu na região portuária de Beirute, no Líbano, nesta terça-feira (4). Imagens mostram uma grande coluna de fumaça avermelhada sobre a área.
O governo libanês contabiliza ao menos 50 mortos após a explosão. Em entrevista a uma rede de televisão, o ministro da Saúde do Líbano, Hamad Hasan, disse que há cerca de 2,7 mil feridos.
O primeiro-ministro libanês, Hassan Diab, disse em um pronunciamento que o país enfrenta uma catástrofe e declarou luto oficial de um dia. Ele disse também que o governo irá investigar os responsáveis pelo armazém que funcionava no porto da capital desde 2014.
Ainda não é possível saber com exatidão a quantidade de feridos ou qual seria a causa da explosão. Apesar de o país já ter sido alvo de terroristas e viver período de instabilidade política, não há evidência ainda de que se trate de um atentado terrorista.
Explosão em armazém no porto de Beirute, no Líbano — Foto: Arte/G1
A explosão no porto causou destruição em larga escala e quebrou o vidro de janelas a quilômetros de distância. Alguns barcos que navegavam próximos à costa do Líbano chegaram a ser balançados pela força da explosão. As explosões chegaram a ser ouvidas em Larnaca, no Chipre, a pouco mais de 200 km da costa libanesa.
O chefe de segurança interna do Líbano, Abbas Ibrahim, disse em entrevista a uma rede de televisão que a explosão aconteceu em uma área que armazena materiais altamente explosivos, como o nitrato de amônio, mas que não são explosivos em si.
Uma embarcação da Força Interina das Nações Unidas no Líbano (UNIFIL) foi danificada após a explosão no porto. Em um comunicado, os capacetes azuis informaram que alguns membros da missão de paz se feriram e foram transferidos para hospitais do país.
Segundo a Cruz Vermelha, barcos foram mobilizados para resgatar pessoas que foram jogadas ao mar após a explosão. Também segundo a organização humanitária, ainda há gente presa nos escombros e dentro de suas casas.
A emissora libanesa LBCI informou que o hospital Hôtel-Dieu de France, no centro da capital libanesa, atende a mais de 500 feridos. O governo da capital pede que os feridos sejam levados para atendimento em centros de saúde de fora da cidade.