O Senado do México aprovou, nesta quinta-feira (19), a legalização do uso da maconha no país para fins medicinais e recreativos, por 82 votos a favor, 18 contra e 7 abstenções.
A lei ainda será submetida à Câmara e depois precisa ser sancionada pelo presidente Andrés Manuel López Obrador – que defende a descriminalização como parte de sua estratégia para combater o crime organizado.
Se isso acontecer, o país pode se tornar o terceiro no mundo a liberar a substância para uso recreativo, após Uruguai e Canadá – o México, porém, seria o maior mercado mundial legalizado.
O Movimento para Regeneração Nacional (Morena), que compõe o governo, e seus aliados contam com a maioria nas duas Casas Legislativas, o que deve garantir a aprovação.
A iniciativa proposta pelo Morena inclui, entre outros pontos, a criação do Instituto Mexicano para a Regulação e Controle da Cannabis, um órgão descentralizado da Secretaria de Saúde do país.
A nova entidade poderá emitir cinco tipos de licenças para controlar algumas das atividades relacionadas com o cultivo, transformação, venda, pesquisa, exportação e importação da maconha.
De acordo com a agência Reuters, os legisladores estão correndo para garantir a aprovação antes do final da atual sessão do Congresso, em 15 de dezembro.
Azim Khamisa ficou devastado quando perdeu o filho de forma trágica, morto em uma tentativa de assalto por um jovem de apenas 14 anos, membro de uma gangue nos EUA.
Após a perda do filho, ele iniciou uma campanha educativa contra a violência armada, junto a um aliado improvável: Ples Felix, o avô do assassino.
Mais de 20 anos depois, os dois são hoje melhores amigos.
Em entrevista ao programa de rádio Outlook, do serviço mundial da BBC, Azim e Ples contam como a tragédia deu origem a essa amizade.
Aos 20 anos, Tarik Khamisa era aluno da Universidade Estadual de San Diego, na Califórnia, e trabalhava como entregador de pizza às sextas e sábados.
“Ele era uma grande alma, eu diria um espírito antigo em um corpo jovem. Abençoado com um grande senso de humor, era uma alegria estar perto dele. Ele tinha a habilidade de descontrair qualquer situação com uma piada”, recorda o pai.
Na noite de 21 de janeiro de 1995, ele saiu para entregar uma pizza em um bairro de classe média da cidade. Mas não podia imaginar que havia sido atraído para um endereço falso por uma gangue juvenil.
Tariq era estudante universitário e trabalhava como entregador de pizza — Foto: Tariq Khamisa Foundation/BBC
“Deram o endereço certo, mas o número do apartamento errado. Ele bateu em várias portas tentando descobrir quem tinha pedido a pizza, mas claro que ninguém tinha pedido”, conta Azim.
Quando voltou para o carro, Tarik foi abordado por um grupo de quatro jovens: três de 14 anos e um de 18. Era uma tentativa de assalto, mas ele se recusou a entregar as pizzas.
O mais velho, apontado como o líder da gangue, entregou então uma arma a um dos menores, no que seria parte de um ritual de iniciação, e pediu que atirasse.
“Quando meu filho estava tentando dar ré com o carro, o jovem de 14 anos puxou o gatilho. Foi uma única bala, que entrou pela janela do motorista e acertou meu filho.”
“Tariq morreu alguns minutos depois, afogado em seu próprio sangue por causa de uma mísera pizza, aos 20 anos”, diz o pai.
Infância conturbada
O menor de idade que matou Tariq foi identificado como Tony Hicks. Ele morava com o avô, Ples Felix, a quem considera até hoje como pai.
“(Tony) foi criado como filho de uma menina de 14 anos, minha filha. E sempre foi o tipo de criança que era levada de um lado para o outro, ora estava na casa da minha mãe, ora na casa da avó, e sempre tinha um monte de gente lá. Os primos da minha filha eram todos envolvidos com gangues”, conta Ples.
Quando o primo favorito de Tony foi brutalmente assassinado por uma gangue rival, a família decidiu que o menino, com sete anos na época, deveria sair de Los Angeles e ir morar com o avô em San Diego.
“Ele era um garoto traumatizado, precisando de toda ajuda e apoio que nunca havia tido. E eu realmente não estava em condições de dar toda a ajuda que ele precisava, mas com certeza eu tentei”, diz.
Más companhias
Apesar da dificuldade de se adaptar a San Diego, Tony se esforçava para ser um bom aluno na escola e corresponder às expectativas do avô. Mas, à medida que foi crescendo, as amizades começaram a ter uma influência cada vez mais forte sobre ele.
Até que, no dia do crime, Tony fugiu de casa.
“Tony era um caso clássico de juventude transviada por andar com pessoas que ele pensava que eram seus amigos.”
“(Os colegas) o levaram até um rapaz de 18 anos que ofereceu álcool e drogas a eles. E depois de consumirem álcool e drogas, esse rapaz convidou Tony e outros dois meninos de 14 anos para participarem de um assalto a um entregador de pizza”, revela.
Ples estava assistindo ao telejornal quando viu a notícia do assassinato.
“Um sentimento muito ruim tomou conta de mim naquele momento, porque era a primeira vez que Tony não estava na cama àquela hora da noite. E eu sabia que ele estava pelas ruas em algum lugar.”
Até então, Ples não tinha feito nenhuma conexão entre Tony e a morte de Tariq. Só ficou sabendo do envolvimento do neto quando recebeu um telefonema da polícia avisando que ele tinha sido preso como principal suspeito do crime.
Azim Khamisa também recebeu a notícia da morte do filho pelo telefone.
“Perdi a força em ambas as pernas, desabei no chão, todo encolhido, bati a cabeça na geladeira. Não tenho palavras para descrever o quão insuportavelmente dolorosa essa experiência foi para mim.”
“Foi literalmente como uma bomba nuclear que detonou dentro do meu coração”, descreve Azim.
De quem é a culpa?
Em um discurso emocionado, Tony confessou no tribunal ter matado Tariq. E pediu perdão à família Khamisa. Após se declarar culpado, foi condenado a 25 anos de prisão.
“Essa audiência aconteceu dois anos e meio depois (do crime). Obviamente é fácil ver que meu filho foi vítima de um jovem de 14 anos. Mas eu também vi que o jovem de 14 anos foi vítima da sociedade”, afirma Azim.
“Quer dizer, quem é o inimigo aqui? É o jovem 14 anos ou é a sociedade que força muitos jovens, especialmente jovens com um histórico como o de Tony, que foram negligenciados, a escolher uma vida de gangues, drogas, álcool e armas?”
Com isso em mente, nove meses após a morte do filho, Azim fundou a Tariq Khamisa Foundation, uma organização educacional com a missão de “impedir que crianças matem crianças, quebrando o ciclo da violência juvenil”.
“Decidi honrar a memória do meu filho. Minha família e eu lidamos com essa tragédia muito negativa em nossas vidas de uma forma positiva”, diz ele.
“A Tariq Khamisa Foundation ensina essencialmente os princípios da não violência, responsabilidade, empatia, compaixão e perdão. E o mais importante, a construção da paz”, explica Azim.
O início da amizade
Mas como nasceu a amizade entre Ples e Azim?
“Meu foco na meditação e oração sempre foi conseguir uma chance de me encontrar com a família de Tariq. E soube pelo advogado de Tony que Azim gostaria de se encontrar comigo”, relembra Ples.
“Eu queria manifestar meu apoio, expressar minhas condolências, e foi realmente algo especial.”
Durante o encontro, Azim contou sobre a fundação que tinha criado. E convidou Ples para participar de uma reunião em sua casa, junto com sua família, para discutir a iniciativa.
A recepção foi mais calorosa do que ele podia imaginar dadas as circunstâncias. E foi só o começo.
Ples se tornou membro do conselho da Tariq Khamisa Foundation. E hoje os dois dão palestras para jovens sobre formas de acabar com a violência armada.
“Quando vamos às escolas, somos apresentados como ‘o neto deste homem matou o filho deste homem, e eles estão aqui no espírito de compaixão, perdão e fraternidade’. E isso é algo que as crianças normalmente não vivenciam, porque o que elas basicamente veem em nossa cultura é que a violência gera mais violência”, diz Azim.
Cara a cara com o assassino do filho
Já o encontro de Azim com Tony só viria a acontecer alguns anos depois.
“Eu só conheci o Tony cinco anos depois da morte de Tarik, pois não sabia como reagiria. Mas sabia que, para completar minha jornada de perdão, em algum momento teria que ficar cara a cara com ele”, conta Azim.
Os dois conversaram por uma hora e meia.
“Olhei nos olhos dele tentando encontrar um assassino, mas não consegui (encontrar). Não esperava isso.”
A Justiça americana concedeu liberdade condicional a Tony em novembro de 2018, quase 24 anos após o crime. Ele foi solto em abril de 2019.
Parceria além do trabalho
O fato é que a amizade de Azim e Ples vai muito além do trabalho.
“Ples e eu somos solteiros e saímos para jantar com frequência, ambos gostamos de comida apimentada. Por isso, sempre pedimos tabasco para acompanhar nossos pratos”, diz Azim.
Ples complementa: “Azim me ajudou a perceber o equilíbrio dos sabores, o valor de um vinho para complementar uma refeição. Agora tenho um apreço notável por vinho.”
Segundo Azim, a cumplicidade entre os dois é evidente. “Quando estamos juntos numa palestra, em que somos apresentados como ‘o neto deste homem matou o filho deste aqui’, mesmo se não dissermos uma palavra, é possível sentir o amor, o respeito e a confiança que temos um no outro.”
Uma pesquisa publicada na quinta-feira (11) na revista científica “Nature”, uma das mais importantes do mundo, aponta que os furacões do Atlântico Norte estão levando mais tempo para perder força com o aquecimento global – ou seja, eles estão durando mais tempo.
O estudo também aponta que, à medida que o planeta esquenta, a destruição trazida pelos furacões deve avançar, de forma progressiva, para o interior do continente.
As conclusões são de dois cientistas da Universidade de Pós-Graduação do Instituto de Ciência e Tecnologia de Okinawa, no Japão.
Veja os principais pontos do estudo:
- Os cientistas analisaram a intensidade de furacões no Atlântico Norte que tocaram o solo no período de 1967 a 2018. Eles descobriram que, enquanto nos anos 60 um furacão típico perdia cerca de 75% da sua intensidade um dia após tocar o solo, hoje essa perda é de apenas 50%.
- Isso está ocorrendo porque os furacões são alimentados pela umidade marinha. Usando simulações de computador, os pesquisadores mostraram que, com o aumento da temperatura dos oceanos, aumenta a umidade que o furacão carrega ao tocar o solo.
- Os achados apontam que, à medida que o planeta for aquecendo, o poder destrutivo dos furacões vai se estender, de forma progressiva, mais para dentro do continente.
“Pontuamos que nossas descobertas têm implicações diretas para os danos infligidos por furacões em um mundo em aquecimento”, dizem os pesquisadores no estudo.
Prejuízo econômico
Homem carrega televisão enquanto atravessa rua inundada, nesta quinta-feira (12), depois que o Tufão Vamco atingiu a cidade de Marikina City, nas Filipinas. — Foto: Ted Aljibe/AFP
Os cientistas lembram que, mesmo que a intensidade do furacão ao tocar o solo permaneça a mesma, a perda mais lenta de intensidade significa que regiões mais para o interior do continente enfrentam ventos cada vez mais intensos, acompanhados por fortes chuvas. Consequentemente, dizem, o custo econômico incorrido continua crescendo.
Eles também pontuam que, por mais de um século, a frequência e a intensidade dos furacões ficaram praticamente inalteradas, mas as perdas econômicas causadas por eles vêm aumentando de forma contínua.
Donald Trump permanecerá no cargo até 20 de janeiro de 2021, quando deverá passar a Presidência para seu sucessor, Joe Biden, e entra para o exclusivo clube de ex-presidentes americanos. O que acontecerá dali em diante com o político e megaempresário?
Há sempre o lucrativo circuito de palestras, a chance de escrever um livro de memórias ou de planejar uma biblioteca presidencial.
Trump não reconhece derrota e gera mal-estar no partido republicano
Jimmy Carter se envolveu em causas humanitárias; George W. Bush passou a pintar. Mas Trump nunca foi um político tradicional.
“Donald Trump quebrou diversas normas como presidente”, afirma Tim Calkins, professor de marketing da Universidade Northwestern, nos Estados Unidos.
Donald Trump mantém decisão de contestar resultado na Justiça
“Não há razão para pensar que Donald Trump agirá como qualquer outro ex-presidente que tenhamos visto.”
Eis aqui algumas possibilidades.
Ele pode concorrer de novo
A derrota para Biden em 2020 pode não ser o fim da linha para as ambições políticas de Trump — ele pode dar uma de Groover Cleveland e concorrer a um segundo mandato presidencial.
Cleveland é o único presidente a deixar a Casa Branca e retornar quatro anos depois; ele assumiu o cargo em 1885 e novamente em 1893.
A Constituição americana diz que “nenhuma pessoa será eleita para o cargo de presidente mais de duas vezes”, mas não há nada sobre os mandatos precisarem ser consecutivos.
Veja vídeos das eleições nos EUA
Ex-assessores indicam que Trump pode tentar fazer exatamente isso.
“Eu certamente o colocaria na lista de candidatos que provavelmente concorrerão em 2024”, disse recentemente o ex-chefe de gabinete, Mick Mulvaney.
Trump adora comícios de campanha e recebeu 71,5 milhões de votos na eleição, um montante recorde para um candidato derrotado que demonstra claramente que ele tem uma base significativa de apoio na sociedade americana.
“Ele deixará a Presidência com uma marca, em alguns aspectos, tão poderosa quanto era quando assumiu a Presidência”, diz Calkins.
Há também especulações de que o filho mais velho do presidente, Donald Trump Jr., está interessado em concorrer ao cargo de presidente, e o pai não fez nenhum movimento para conter as conjecturas. O mesmo se fala sobre a filha Ivanka.
Resgatar seu império empresarial
Antes de ser político, Trump era um magnata do mercado imobiliário, um astro de reality shows e embaixador de sua própria marca, usando seu nome para lucrativos contratos de licenciamento.
Ele pode estar ansioso para retomar no ponto em que parou há quatro anos e voltar ao mundo dos negócios.
Em reportagem, o jornal americano “The New York Times” afirmou que Trump tem mais de US$ 400 milhões (cerca de R$ 2,2 bilhões) em empréstimos com vencimento nos próximos anos — embora ele tenha dito que isso representa “uma pequena parcela” de seu patrimônio líquido.
A Organização Trump possui vários hotéis e campos de golfe.
Há propriedades da marca Trump em Mumbai, Istambul e nas Filipinas — e, claro, Washington, DC — e campos de golfe nos EUA, no Reino Unido, em Dubai e na Indonésia.
Mas se esse for o caminho que o presidente escolher em janeiro, ele terá muito trabalho pela frente.
Muitos de seus empreendimentos estão na indústria de viagens e lazer, que foi gravemente afetada pela pandemia do coronavírus.
Segundo a revista americana Forbes, sua fortuna pode ter sofrido um abalo de até US$ 1 bilhão devido às restrições com a covid-19.
Com base em duas décadas de declarações fiscais, o “New York Times” também relatou “perdas crônicas e anos de evasão fiscal”, dizendo que não ele pagou imposto de renda algum em 10 dos últimos 15 anos, “principalmente porque relatou ter perdido muito mais dinheiro do que ganhou”.
Tanto a Organização Trump quanto o presidente classificaram a reportagem como imprecisa.
Para Calkins, da Universidade Northwestern, o presidente provou repetidamente que tem uma capacidade incrível de manter sua marca “em voga” e ela permanece forte — mas não inalterada — pela Presidência.
“Ele se tornou muito mais polarizador e bastante diferente do que era, o que de certa forma torna menos atraente como marca comercial”, diz Calkins.
“Agora, se você vai se casar em um hotel Trump, isso é realmente uma declaração (política), e não era o caso antes da Presidência.”
O vice-presidente da República, Hamilton Mourão, disse nesta segunda-feira (9) que o presidente Jair Bolsonaro aguarda definição sobre “imbróglio” nas eleições dos Estados Unidos para se posicionar sobre a vitória de Joe Biden.
Bolsonaro é aliado do candidato derrotado, o presidente Donald Trump, que acusa ter havido irregularidades na eleição e se recusa a admitir o resultado. Trump não apresentou provas. Líderes de todo o mundo já parabenizaram Biden, mas Bolsonaro ainda mantém o silêncio.
“Eu julgo que o presidente está aguardando terminar esse imbróglio, aí de discussão, se tem voto falso, se não tem voto falso, para dar o posicionamento dele. Eu acho que… É óbvio que o presidente na hora certa vai transmitir os cumprimentos do Brasil a quem for eleito”, afirmou Mourão a jornalistas ao chegar ao Palácio do Planalto.
Mourão foi questionado se a demora do Brasil em reconhecer o vencedor pode gerar prejuízos ao país. O vice-presidente afirmou que esse risco não existe.
“Acho que esta semana se definem as questões que estão pendentes e aí a coisa volta ao normal e a gente se prepara para o novo relacionamento que tem que ser estabelecido”, completou Mourão.
Trump tem mobilizado os advogados da campanha para contestar judicialmente o resultado das apurações. O presidente dos Estados Unidos informou que pretende ir até a Suprema Corte, se for necessário. Dentro do próprio partido Republicano, do qual faz parte, a postura de Trump tem sido alvo de críticas internas.
Amazônia
Responsável pelo Conselho Nacional da Amazônia, Mourão afirmou que uma eventual conversa com o novo governo dos EUA sobre política ambiental deve ser conduzida pelo Ministério das Relações Exteriores.
Durante a campanha, Biden demonstrou preocupação com a devastação na floresta e disse que poderia criar um fundo para ajudar o governo brasileiro a preservar a vegetação. Ele chegou a defender sanções econômicas ao Brasil caso o país não se engaje na proteção da floresta.
Para Mourão, a discussão sobre política ambiental após a eleição dos EUA ficará vai girar em torno das dificuldades de implementar os compromissos do Acordo de Paris.
“Essa discussão não vai estar só em cima da Amazônia, ela estará em cima da questão daquilo que foi colocado no Acordo de Paris que todos os países estão com dificuldade para cumprir. Então, acho que vai girar em cima disso a discussão”, disse.
O Acordo de Paris foi assinado por 195 líderes mundiais em 2015 e prevê que países devem manter o aquecimento global abaixo de 2ºC, buscando limitá-lo a 1,5ºC.
Em 2018, durante a campanha eleitoral, o então candidato Jair Bolsonaro disse que poderia retirar o Brasil do acordo se fosse eleito. O Brasil até o momento permanece no acordo.
Na semana passada, Trump oficializou a saída dos EUA do acordo. Contudo, há expectativa sobre uma mudança de posição em um governo Biden.
O democrata Joe Biden passou a marca dos 270 delegados no Colégio Eleitoral neste sábado (7), segundo projeções de diversos veículos de imprensa. O número é suficiente para derrotar o republicano Donald Trump e se sagrar o 46º presidente dos Estados Unidos. Kamala Harris torna-se a primeira mulher vice-presidente do país.
Joe Biden agradeceu aos eleitores pelas redes sociais e afirmou que será um presidente para todos os americanos.
“América, estou honrado por ter me escolhido para liderar nosso grande país. O trabalho que temos pela frente será árduo, mas prometo o seguinte: serei um presidente para todos os americanos – quer você tenha votado em mim ou não. Vou manter a fé que vocês colocaram em mim”, postou Biden no Twitter.
Embora não oficial, a projeção dos veículos de comunicação é suficiente para que a sociedade americana reconheça a eleição de um presidente (entenda como funciona), já que a contagem chega a demorar semanas e o sistema de colégio eleitoral permite saber antecipadamente quem será o vencedor.
Arizona
Na manhã deste sábado, faltavam pelo menos 6 votos no colégio eleitoral para que Biden chegasse a 270 e sua vitória se confirmasse, segundo as projeções da Associated Press. Com a vitória projetada na Pensilvânia, Biden chegou a 290 delegados.
Outros veículos, como “The New York Times”, por exemplo, ainda não haviam declarado Biden vencedor no Arizona, que tem 11 delegados. Porém, com os 20 delegados da Pensilvânia, a disputa no Arizona passou a ser indiferente, já que não muda mais o resultado.
Medidas judiciais
O presidente Donald Trump alega que a eleição está sendo roubada e promete ações na Justiça. Logo após a declaração de Biden como vencedor na imprensa americana, sua campanha soltou nota dizendo que a eleição não acabou.
“Todos nós sabemos por que Joe Biden está se apressando em fingir que é o vencedor e por que seus aliados da mídia estão se esforçando tanto para ajudá-lo: eles não querem que a verdade seja exposta. O simples fato é que esta eleição está longe de terminar”, afirmou Trump.
ouco depois, advogados de Trump disseram a jornalistas que houve fraude eleitoral e que medidas legais, como recursos pedindo a recontagem dos votos, serão apresentados à Justiça a partir de segunda-feira (9).
A campanha republicana pediu recontagem em Wisconsin e tenta suspender a apuração na Pensilvânia, na Geórgia e em Michigan.
Também pediu interferência em um caso pendente na Suprema Corte dos EUA sobre a Pensilvânia, um estado importante da disputa que ainda está contando centenas de milhares de cédulas enviadas pelo correio. O republicano tenta impedir que o estado conte votos que cheguem depois da eleição.
Trump está tentando evitar se tornar o primeiro presidente em exercício dos EUA a perder uma candidatura à reeleição desde George H.W. Bush, em 1992.
Biden
A vitória de Biden marca o retorno de um democrata à Casa Branca após a saída de Barack Obama, que governou o país entre 2009 e 2017. Biden foi seu vice-presidente.
Casado com Jill Biden, Joe Biden nasceu em 1942 na Pensilvânia, em uma família católica. O democrata se notabilizou na política em 1972, quando, aos 29 anos, se elegeu para o Senado pelo estado de Delaware e se tornou uma das pessoas mais jovens a assumir o cargo na história dos Estados Unidos.
Os ministérios de Relações Exteriores e da Saúde da Dinamarca informaram nesta sexta-feira (6) que 214 trabalhadores de fazendas de vison – animal utilizado na indústria de peles – tiveram variantes da Covid-19 transmitidos pelos animais.
Diante dos riscos que essa mutação representa, as autoridades da Dinamarca ordenaram na quarta-feira (4) a exterminação dos 17 milhões de visons do país. Um lockdown também foi decretado em sete municípios no entorno das criações dos pequenos mamíferos.
As autoridades de saúde da Dinamarca temem que a mutação do coronavírus identificada nos visons, batizada de “cluster 5” pelos virologistas, possa ser resistente a uma vacina.
Entre junho e setembro, apenas 12 pessoas foram contaminadas por essa nova forma do vírus, segundo Tyra Grave, chefe do Departamento de Doenças Infecciosas e Prevenção de Epidemias. Mas com a multiplicação das variantes da Covid-19 entre trabalhadores das fazendas, o governo preferiu adotar uma quarentena ampla enquanto pesquisadores analisam o novo fenômeno.
Entre as medidas de restrição na Jutlândia do Norte estão o fechamento de escolas, a paralisação temporária dos transportes públicos que ligam essa região ao resto da Dinamarca, fechamento de bares, restaurantes e centros de lazer. Os funcionários de empresas da região também foram aconselhados a trabalhar em home office. Além disso, todos os residentes afetados pelo lockdown devem realizar o teste de diagnóstico da Covid-19.
Travis Fieldgrove, de 40 anos, conheceu a filha, Samantha Kershner, quando ela tinha apenas 17 anos e, depois de três anos, eles passaram a se relacionar.
O caso de incesto se tornou público em 2019, quando a ex-companheira de Travis soube da relação, que começou no ano anterior, já com ambos sabendo da ligação biológica que tinham.
Segundo o site Daily Star, os dois se casaram assim que foram notificados de que uma investigação sobre o caso estava em curso. Travis chegou a postar imagens da cerimônia em sua conta no Facebook.
As autoridades ouviram que Samantha e a meia-irmã chegaram a ter uma crise de ciúmes por conta do pai e que competiram para saber quem faria sexo com ele. Travis foi condenado a mais de dois anos de prisão e está impedido de manter contato com a filha, mesmo após deixar a prisão.
Samantha foi condenada a 22 dias de prisão por conta da relação, mas já está em liberdade. A meia-irmã não chega a ser citada no processo.
De acordo com a reportagem, o advogado de Travis e Samantha, Jeff Loeffler, diz que ela “não é vítima” da situação e defende que os dois, que são adultos, mantêm uma relação consentida, mas afirma que o pai da jovem possui problemas mentais e que ele está envergonhado com a situação e arrependido do relacionamento.
Por Isto É