Os médicos brancos têm seis vezes mais chances de conseguir um emprego em Londres do que os negros, segundo dados coletados pelo serviço público de saúde britânico (NHS) e publicados nesta quarta-feira (13) na revista médica The BMJ.
Números obtidos em 12 centros do NHS em Londres também mostraram que médicos brancos têm quatro vezes mais chances de receber uma oferta de emprego do que asiáticos ou médicos de origem étnica mista.
Os dados foram coletados por um profissional de Recursos Humanos (RH) que solicitou a um total de 18 estabelecimentos detalhes sobre o número e a etnia dos candidatos a empregos médicos, pré-selecionados e aceitos em 2020-2021.
Os resultados mostram diferenças marcantes na origem étnica dos candidatos.
Por exemplo, no Barts Health NHS Trust, os candidatos brancos tinham 15 vezes mais probabilidade de serem contratados do que os negros.
E no St George’s University Hospitals’ NHS Foundation Trust, os candidatos brancos tinham 13 vezes mais probabilidade de conseguir um emprego do que os negros e 11 vezes mais chance do que os asiáticos.
Segundo a autora do estudo, Sheila Cunliffe, a diferença não se deve à falta de candidatos.
Assim, ela observa que em 2020-2021, o Kingston Hospital NHS Foundation Trust ofereceu 90 empregos para médicos, incluindo 50 entre os 317 candidatos brancos. No entanto, apesar de 418 candidatos negros se candidatarem a cargos médicos e 65 terem sido pré-selecionados, nenhum médico negro foi contratado nesse período.
“O NHS não está fazendo progressos significativos em termos de diversidade e inclusão”, concluiu, pedindo para que mais seja feito para abordar a discriminação étnica na contratação de funcionários.
“O que a equipe e os pacientes precisam com urgência é uma mudança real e um ambiente inclusivo no qual todos possamos ter sucesso no trabalho”, argumentou Cunliffe.
Em resposta às conclusões da pesquisa, um porta-voz do NHS de Londres disse que o serviço de saúde pública da capital “está empenhado em garantir justiça e igualdade de oportunidades para todos e, tendo ouvido as experiências do pessoal do NHS, trabalha para melhorar os processos de contratação e seleção e a acessibilidade e visibilidade das novas posições”.
Pelo menos 100 pessoas morreram e outras 140 ficaram feridas na explosão, nesta sexta-feira (8), em uma mesquita xiita na cidade de Kunduz, no nordeste do Afeganistão. A missão da ONU no país que deu o balanço de mortos.
Um médico do hospital central de Kunduz que pediu para não ser identificado afirmou que o local recebeu 35 corpos e mais de 50 feridos.
Pouco antes, um responsável local da ONG Médicos Sem Fronteiras (MSF) afirmou que “mais de 90 feridos e 15 corpos” haviam chegado à sua clínica na cidade.
O porta-voz do Talibã, Zabihullah Mujahid, fez um comentário sobre a explosão: “Houve uma explosão em uma mesquita de nossos compatriotas xiitas, e o resultado disso é que um número de nossos compatriotas foram martirizados e feridos”.
Mujahid disse que uma unidade especial de investigação foi ao local para investigar o que houve.
Nenhum grupo assumiu a autoria do atentado desta sexta-feira.
Homens atendem vítimas de uma explosão em uma mesquita xiita no Afeganistão, em 8 de outubro de 2021 — Foto: AFP
Houve diversos ataques no país nas últimas semanas, inclusive um em Cabul, a capital do país. Alguns desses ataques foram reivindicados pelo Estado Islâmico Khorasan, o braço do Estado Islâmico no Afeganistão.
O Talibã e o Estado Islâmico são rivais. Ambos são sunitas — no Afeganistão, os xiitas são minoria.
Apesar de ambos serem muçulmanos, os sunitas e xiitas têm teologias e rituais diferentes.
Os sunitas são considerados mais tradicionais e, para eles, Maomé é o maior profeta, e os outros líderes da religião são secundários.
Os xiitas seguem um genro do profeta Maomé, e, para ele, só os descendentes desse genro podem ser líderes dos muçulmanos.
Uma mulher que foi fotografada sendo algemada em uma manifestação no Reino Unido em março deste ano disse que desde então “cerca de 50” policiais a abordaram em um aplicativo de namoro, deixando-a apavorada.
Patsy Stevenson, 28, havia sido presa em uma vigília em protesto contra a morte de Sarah Everard, que foi sequestrada no caminho para casa e morta pelo policial Wayne Couzens.
Stevenson disse que depois de ter sido presa no protesto, diversos policiais a abordaram no Tinder.
O aplicativo originalmente só permitia conversas entre pessoas que deram “match”, ou seja, quando a atração era recíproca. No entanto, hoje há recursos que permitem que um usuário mande mensagens mesmo que a outra pessoa não tenha demonstrado interesse.
Stevenson afirma que a abordagem dos policiais não foi gratuita e que “havia um motivo” para eles terem a procurado: eles sabiam que ela tinha “medo da polícia”, diz a jovem.
Vigília contra violência
A imagem de Stevenson sendo algemada foi um dos momentos marcantes da manifestação no sul de Londres em março, após a morte de Sarah Everard.
Centenas de pessoas compareceram à vigília, que foi encerrada pela polícia metropolitana de Londres com o argumento que a reunião seria ilegal por causa das restrições impostas pelo governo para conter a pandemia de Covid-19.
Stevenson diz que o evento foi “um divisor de águas”, onde “todos perceberam que, na verdade, todos passamos pelas mesmas coisas”, mas que o “clima tornou-se muito assustador muito rapidamente” depois que a polícia começou a tentar dispersar a multidão.
Ela foi algemada e presa por dois policiais, e também recebeu uma multa de 200 libras (R$1500). Desde então, ela entrou com um processo contra a polícia por causa da prisão.
Ameaças de morte
Stevenson diz que as abordagens que recebeu no Tinder vieram de “cerca de 50” policiais diferentes.
“Todos estavam uniformizados em seus perfis ou diziam ‘sou policial'”, diz a jovem. “Eu não entendo porque alguém faria isso. É quase como uma intimidação, para dizer ‘estamos de olho em você’, e isso, para mim, é assustador.”
“Eles sabem o que eu passei e sabem que tenho medo da polícia. Tem um motivo para eles terem feito isso.”
A jovem diz que ela também se tornou alvo de notícias falsas e conspirações na internet desde sua prisão. Entre as conspirações, pessoas diziam que ela era uma “atriz paga para ser presa e legitimar ataques à polícia”.
“Perdi a conta de quantas ameaças de morte eu recebi”, afirma Stevenson, que também recebeu ameaças de sequestro.
“Agora, se estou na rua e vejo alguém me olhando, fico com medo”, disse ela. “Eu só quero conseguir viver como todo mundo e não ter medo.”
Investigações
Stevenson diz que não é “antipolícia” e que inclusive registrou ocorrência por causa das ameaças – que a polícia diz estar investigando.
A jovem ainda não registrou as abordagens que recebeu no Tinder. Ela diz que a polícia precisa começar “a se responsabilizar pelas ações dos policiais”.
Um dos conselhos da polícia para mulheres que “tiverem preocupações” quando paradas por um policial era “sinalizar para um ônibus”. Stevenson diz que esse tipo de conselho “é parte do problema.”
A Guiana reabriu a fronteira com o Brasil no município de Bonfim, região Norte do estado, informou o governo de Roraima neste sábado (2).
Conforme o governo de Roraima, todos vão poder atravessar a fronteira diariamente, sendo necessária a apresentação de comprovante de vacinação completa contra a Covid-19 e teste PCR negativo para a doença, realizado até 72 horas antes da entrada.
Nas sextas-feiras, moradores de Bonfim, por ser considerada uma cidade gêmea à Lethem, poderão entrar no país devendo mostrar apenas o cartão de vacina com a imunização completa, informou o governo.
O Brasil fechou a fronteira em março de 2020, após o governo federal publicar uma portaria que restringe o acesso de estrangeiros vindos da América do Sul para conter o avanço do coronavírus no Brasil.
Procurado, o vice-cônsul do Brasil em Lethem, Ewerton Luiz Silva de Oliveira, informou que o consulado brasileiro não recebeu, oficialmente, nenhuma informação do governo da Guiana.
“Eu vi que a fronteira reabriu, mas nós não fomos informados, então não sabemos em que circunstâncias isso foi feito. Nem aqui e nem a embaixada, já checamos e eles também não receberam nenhuma informação”, disse.
O g1 também tentou contato com a Casa Civil da Presidência da República, que assina a Portaria nº 655 de 2021, que regulamenta o fechamento das fronteiras brasileiras, mas não teve retorno.
A lava do vulcão Cumbre Vieja tocou nesta terça-feira (28) o mar do Atlântico, informou o Instituto Vulcanológico das Canárias (Involcan) em um comunicado. O vulcão entrou em erupção no domingo (19) e desde então deixou um rastro de destruição no arquipélago espanhol.
Especialistas alertam que o rápido resfriamento da lava ao entrar em contato com a água do oceano é preocupante, porque pode liberar gases tóxicos, carregados de ácido clorídrico. Não há, até o momento, o registro de mortos ou feridos por decorrência da atividade vulcânica na ilha.
Segundo a Defesa Civil, mais de 6 mil pessoas precisaram deixar suas casas. Mais de 600 construções, além de cerca de 20km de ruas e estradas foram atingidos pela lava que escorre há dez dias. Imagens feitas com um drone revelam a destruição na ilha (veja no vídeo abaixo).
Mais cedo, o governo da Espanha declarou que a área do vulcão em erupção na ilha de La Palma, nas Canárias, é uma “zona de catástrofe”, com isso, o país vai destinar 10,5 milhões de euros (cerca de R$ 67 milhões) para medidas urgentes de moradia e ajuda aos desalojados.
O Instituto Geográfico Nacional (IGN) da Espanha voltou a emitir um alerta para novas explosões após o vulcão de Cumbre Vieja reduzir sua atividade nesta segunda-feira (27). Segundo o órgão do governo espanhol, a nuvem de cinzas alcançou os 7.000 metros.
“O IGN continua acompanhando a atividade e reforçou sua presença na ilha”, disse o instituto em nota.
Ilhas Canárias
As Canárias são um território espanhol no Oceano Atlântico, um arquipélago formado por oito ilhas. La Palma é uma delas e tem cerca de 83 mil habitantes.
g1.
Como projetado pelas pesquisas, a coalizão de direita (CDU/CSU) da chanceler Angela Merkel, com 24,1% dos votos, perdeu a eleição na Alemanha por pequena diferença depois de 16 anos no poder. A social-democracia (SPD), de centro-esquerda, é a vencedora das eleições, conquistando 25,7% das cadeiras do Bundestag, o parlamento alemão, onde o governo é montado.
Interessante alguns detalhes da eleição deste domingo na Alemanha: a social-democracia volta ao poder depois de muitos anos, o Partido Verde se destaca, obtendo 14,8% da votação; a ultra-direita encolhe quase dois pontos percentuais (perdeu 11 cadeiras), a esquerda radical não consegue votação para passar na cláusula de barreira (4,9%, mas conquistou 3 cadeiras diretas) e o tema dos temas da campanha foram os problemas causados pelas mudanças climáticas.
Os alemães optaram por um viés de esquerda, mas sem mudanças mais radicais. O candidato a chanceler da social-democracia é vice-chanceler e ministro das Finanças do governo Merkel, uma vez que integra como força minoritária a coalizão conservadora.
Na campanha, ele apontou para a melhoria do salário mínimo (12 euros por hora) e a volta de programas sociais, mas com equilíbrio fiscal. A sinalização é de aumento de impostos dos mais ricos. A essência da social-democracia, que se traduz num Estado mais forte para bancar as políticas de bem-estar social.
Neste ponto, o resultado das eleições na Alemanha não difere muito do que vem ocorrendo em toda União Europeia, movimento que os analistas avaliam como possível ressurgimento da esquerda.
Todos os países da região da Escandinávia – Noruega (eleições recentes), Suécia, Dinamarca, Islândia e Finlândia -, onde se concentra a melhor qualidade de vida do planeta, estão sob o controle de governos social-democratas (centro-esquerda). Além disso, Portugal e Espanha também são governados por partidos de centro-esquerda.
A social-democracia foi muito forte na Europa até o início dos anos 2000. Chegou a governar 12 dos 15 países da região. Mas perdeu força a partir da crise mundial de 2008, ficando com partidos enfraquecidos e sendo praticamente destroçada na Itália e na França.
As políticas rígidas de controle fiscal do liberalismo ou do neoliberalismo, aliadas à crise migratória, se impuseram às políticas de bem-estar social (mais benefícios sociais e fortalecimento da educação e saúde públicas).
Na União Europeia, a onda seria por menos desigualdades, um impulso da pandemia, segundo cientistas políticos. Daí, as mudanças de governo. A ver as próximas eleições.
A Organização Internacional para as Migrações (OIM) consultou formalmente o Brasil para saber se o país pode receber alguns dos haitianos que estão acampados na fronteira entre os Estados Unidos e o México, segundo a agência de notícias Reuters.
Sem mencionar o pedido da OIM — braço da ONU para migração —, o Itamaraty afirmou em nota que “o tema foi tratado em conversas entre autoridades de diversos países e está sendo analisado à luz da legislação vigente”.
O pedido da OIM ocorre no momento em que o presidente dos EUA, Joe Biden, enfrenta uma pressão crescente para resolver mais uma crise migratória, com milhares de haitianos tentando entrar ilegalmente no país.
Crise migratória
Eles estão reunidos embaixo de uma ponte no Texas, ao norte do Rio Grande e perto da fronteira com o México, mas o governo americano começou a deportá-los de volta ao Haiti.
Cerca de 12 mil haitianos devem ser expulsos dos EUA, em uma crise que já proporcionou cenas chocantes como a de agentes a cavalo “caçando”
O enviado especial dos EUA para o Haiti, Daniel Foote, renunciou ao cargo na quinta-feira (23), dois meses após a sua nomeação, devido à crise.
Em uma carta, o enviado especial do Departamento de Estado denunciou as deportações do governo Biden e afirmou: “Não vou me associar à decisão desumana e contraproducente”.
Quem pode ser enviado ao Brasil
A OIM pediu ao Brasil que receba haitianos que têm filhos brasileiros ou que passaram pelo Brasil antes de entrarem no México, disseram duas fontes à Reuters. Elas dizem que o primeiro pedido tem mais probabilidade de ser aceito.
Procurada, a OIM disse, por meio de seu escritório mexicano, que tem “um programa de retorno voluntário que auxilia imigrantes de várias nacionalidades”. Sem dar maiores detalhes, a entidade disse que “a implantação deste programa exige um acordo entre os países envolvidos”.
A Argélia anunciou na quarta-feira (22) que fechou de seu espaço aéreo ao Marrocos e acusou o país vizinho de “provocações e práticas hostis”, sem dar mais informações.
A medida pode agravar a tensão entre ambos os países, que não têm boas relações.
A presidência argelina decretou o fechamento imediato do espaço aéreo argelino “a todas as aeronaves civis e militares marroquinas e às aeronaves com matrícula marroquina”.
O Marrocos lamentou a decisão da Argélia de romper relações, classificando-a de “completamente injustificada”.
A decisão foi tomada durante uma reunião do Alto Conselho de Segurança, presidido pelo chefe de Estado, Abdelmadjid Tebboune, que também é ministro da Defesa.
A decisão afetará, sobretudo, os aviões marroquinos que sobrevoam o território argelino para realizar suas rotas.
Tradicionalmente difíceis, estas relações bilaterais se deterioraram, sobretudo, devido à espinhosa questão do Saara Ocidental. Este território é quase 80% controlado pelo Marrocos. É uma ex-colônia espanhola, considerada um território não autônomo”pela ONU, na ausência de uma solução definitiva. Marrocos e os separatistas da Frente Polisário se enfrentam há décadas. Estes últimos contam com o apoio da Argélia.
g1
Além disso, Marrocos e Israel normalizaram suas relações diplomáticas, em troca do reconhecimento, por parte dos Estados Unidos, da “soberania” marroquina no Saara Ocidental. Isso reforçou as tensões com a Argélia.