O presidente da Rússia, Vladimir Putin, assinou nesta quinta-feira (31) um decreto que regulamenta o comércio de gás natural com países considerados “hostis”, como os Estados Unidos e todos os membros da União Europeia.
Segundo o governo russo, o texto entra em vigor a partir desta sexta-feira (1º) e determina que empresas ocidentais abram contas correntes em rublos, em bancos russos, para comprar o gás do país.
“Se tais pagamentos não forem feitos, vamos considerar inadimplência por parte dos compradores, com todas as consequências decorrentes”, afirmou Putin.
“Ninguém nos vende nada de graça, e nós tampouco faremos obras de caridade. Isso significa que os contratos existentes, no caso de falta de pagamento em rublos, serão interrompidos”, afirmou Putin.
O papa Francisco denunciou neste domingo (27), em termos especialmente duros, “o martírio” da Ucrânia e “a agressão” ao país por parte da Rússia. “Diante do perigo da autodestruição, a humanidade deve compreender que chegou a hora de abolir a guerra, de cancelá-la da história do homem antes que ela apague o homem da história”, disse ele a milhares de pessoas após a tradicional oração do Ângelus na praça São Pedro do Vaticano.
“Mais de um mês se passou desde a invasão da Ucrânia, desde o início desta guerra cruel e sem sentido, que, como toda guerra, é uma derrota para todos nós”, disse o Papa. “Devemos repudiar a guerra, um lugar de morte onde pais e mães enterram seus filhos, onde homens matam seus irmãos sem sequer vê-los, onde os poderosos decidem e os pobres morrem”.
“Essa é a bestialidade da guerra, algo que é bárbaro e sacrílego”, afirmou o Papa, exortando seus ouvintes a não considerarem o confronto como inevitável ou algo com que se acostumar.
“Peço a todos os políticos envolvidos que reflitam sobre isso, se comprometam e, olhando para a Ucrânia martirizada, entendam que cada dia de guerra piora a situação para todos”, disse.
Desde a invasão, que a Rússia chama de “operação militar especial”, o papa tem criticado implicitamente Moscou, condenando fortemente o que chamou de “agressão injustificada” e denunciando “atrocidades”.
O presidente norte-americano Joe Biden disse hoje (24), em Bruxelas, durante um encontro da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), que a Rússia deveria sair do G20, grupo formado pelas 19 maiores economias do mundo mais a União Europeia.
“Acho que a Rússia tem que sair do G20, mas isso depende do G20. Apesar de a Indonésia e outros países não concordarem, acho que deveríamos, no meu ponto de vista, permitir que a Ucrânia participe desses encontros do G20”, disse Biden.
Além da Indonésia, a China também defende a permanência da Rússia no G20. “A Rússia é um país membro importante [do G20] e nenhum membro tem o direito de expulsar outro país”, disse o porta-voz das relações exteriores da China, Wang Wenbin.
O presidente americano falou também que, na reunião da Otan, defendeu que as sanções contra a Rússia devem ser duradouras. “Sanções não têm a ver com dissuasão. O sentido das sanções é aumentar a dor. Por isso convoquei esse encontro da Otan, para garantir que a gente vai manter o que está fazendo agora, não apenas no mês que vem, mas durante todo o ano. Precisamos demonstrar nossa união e o mundo seguir focado em quão brutal esse homem [Putin, presidente russo] é e em quantas vidas inocentes estão sendo perdidas”, afirmou.
A jornalistas, Biden disse ainda que a Otan e a União Europeia deveriam criar um sistema que possa monitorar os países que violam sanções. Além disso, comentou sobre uma possível carência de alimentos e reconheceu que as sanções afetam o mundo todo.
“O preço das sanções não pesa apenas sobre a Rússia, mas sim sobre muitos outros países, incluindo países europeus e o nosso país também. E como a Rússia e a Ucrânia têm sido grandes produtores de trigo para a Europa, tivemos um grande debate no G7. Os Estados Unidos são o terceiro maior produtor de trigo do mundo e conversamos com o Canadá, que é um produtor muito importante, para ver como nós podemos aumentar e distribuir mais rapidamente essa produção de alimentos para evitar carência”.
Agenciabrasil
As forças ucranianas têm tentado recuperar território dos russos nos últimos dias, de acordo com um alto funcionário da defesa dos Estados Unidos — que os descreveu como “capazes e dispostos” a fazê-lo.
Eis a situação no terreno:
Contra-ataques perto da capital
Um contra-ataque ucraniano ao norte e oeste de Kiev parecia ter feito alguns avanços, pondo em risco os esforços russos de cercar a capital e ameaçando a capacidade das forças russas de reabastecer as unidades avançadas expostas ao norte da cidade.
Uma dessas áreas é Makariv, uma cidade estratégica a 48 quilômetros a oeste de Kiev. Após dias de luta, as forças ucranianas recuperaram o controle da cidade, disseram as Forças Armadas da Ucrânia em um post no Facebook na terça-feira (22). A CNN não pôde confirmar a reivindicação.
Makariv havia sofrido danos significativos devido aos contínuos ataques aéreos russos. Um vídeo obtido mostra uma devastação generalizada.
Se as forças ucranianas consolidassem seu controle sobre Makariv, seria mais difícil para as tropas russas assegurarem as aproximações pelo oeste de Kiev e, depois, pressionarem suas fronteiras mais para o sul.
Há também indícios de que as forças russas sofreram contratempos ao norte de Kiev em áreas que ocuparam quase desde o início da invasão.
Um breve vídeo geolocalizado pela CNN mostrou tropas ucranianas caminhando na cidade de Moschun, cerca de 35 quilômetros ao norte da capital. Imagens geolocalizadas de drones ucranianos durante o fim de semana mostraram a destruição de armas russas na mesma área.
Transbordamento do rio Irpin
Imagens de satélite de segunda-feira (21) mostraram uma crescente enchente causada pelo rio Irpin. A CNN relatou anteriormente que uma barragem ao longo do rio Dnieper estava inundando a bacia do rio Irpin e seus afluentes.
O rio é fundamental para o avanço russo em direção a Kiev; se os russos não podem atravessá-lo, não podem tomar Kiev pelo oeste.
Não está claro como a represa começou a inundar: se as comportas foram abertas de propósito pelos ucranianos, ou se foi atingida por um ataque militar.
Borodyanka
A cerca de 20 quilômetros ao norte de Makariv está a cidade de Borodyanka, que tem sido mantida pelas forças russas e chechenas desde o início da campanha.
Se os ucranianos tomassem Borodyanka, as unidades de ataque russas poderiam ser isoladas. O campo de batalha é fluido, e os russos poderiam reverter as recentes perdas.
Mas se os ucranianos segurarem Makariv e estenderem seu controle sobre a área, as posições russas entre a cidade e Kiev ficariam vulneráveis, impedindo ainda mais seu objetivo de avançar para o sul, por meio da principal rodovia leste-oeste, de modo a cercar a capital.
Kherson e Mykolaiv
Um alto funcionário da defesa dos EUA disse que os ucranianos estão lutando para retomar a cidade sulista de Kherson, além de pressionarem as forças russas do nordeste de Mykolaiv, forçando-os a se reposicionarem ao sul da cidade.
O oficial advertiu que os Estados Unidos não podem dizer se esses movimentos fazem parte de um “plano operacional maior” dos ucranianos ou não, mas chamaram a defesa ucraniana de “rápida” e “ágil”.
De acordo com informações preliminares, levantadas pela polícia no local, a vítima era conhecida como “Victor”. Há suspeita de que ele praticava agiotagem.
Testemunhas informaram que um carro com alguns ocupantes parou em frente à residência que Victor morava. Um dos homens desceu e e disparou três vezes contra a vítima. O grupo fugiu logo em seguida.
O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) foi chamado, mas apenas constatou o óbito. A Polícia Militar esteve no local isolando a cena do crime até a chegada da perícia. O caso deve ser investigado pela Polícia Civil.
Portal T5
Um jato Boeing-737 da China Eastern Airlines que transportava 132 pessoas caiu nas montanhas da região de Guangxi, no sul da China, nesta segunda-feira (21), segundo a Administração de Aviação Civil da China (CAAC).
Segundo a mídia estatal chinesa CCTV, as equipes de resgate não encontraram sinais de sobreviventes.
O avião estava a caminho da cidade de Kunming, no sudoeste do país, para Guangzhou, quando perdeu contato sobre a cidade de Wuzhou. A bordo estavam 123 passageiros e nove tripulantes, disse a CAAC em um comunicado publicado online.
Equipes de resgate estão no local do acidente, onde há fogo visível. “A Administração de Aviação Civil das companhias aéreas da China Eastern ativou o mecanismo de resposta de emergência após a queda de um Boeing 737”, declarou a CAAC.
Acidente
O voo partiu de Kunming às 13h11 locais (02h11 pelo horário de Brasília), mostraram os dados do FlightRadar, e deveria pousar em Guangzhou às 15h05 (04h11).
O avião estava voando a uma altitude de 29.100 pés às 03h20 pelo horário de Brasília. Pouco mais de dois minutos e 15 segundos depois, os dados mostraram que havia descido para 9.075 pés.
Em mais 20 segundos, sua última altitude rastreada foi de 3.225 pés, indicando uma descida vertical de 31.000 pés por minuto, segundo o Flightradar.
Os dados meteorológicos disponíveis online mostraram condições parcialmente nubladas com boa visibilidade em Wuzhou no momento do acidente.
O presidente chinês, Xi Jinping, pediu aos investigadores que determinem a causa do acidente o mais rápido possível e garantam a segurança “absoluta” da aviação, informou a CCTV.
O modelo 737-800 tem um bom histórico de segurança e é o antecessor do modelo 737 MAX, que está parado na China há mais de três anos após acidentes fatais em 2018, na Indonésia, e em 2019, na Etiópia.
Os investigadores tentarão recuperar as duas caixas pretas do avião – o gravador de dados de voo e o gravador de voz da cabine – para ajudar a esclarecer o acidente.
De acordo com a Aviation Safety Network, o último acidente fatal com jato na China foi em 2010, quando 44 das 96 pessoas a bordo morreram quando um jato regional Embraer E-190 da Henan Airlines caiu na aproximação ao aeroporto de Yichun, que estava com baixa visibilidade.
Em 1994, um Tupolev Tu-154 da China Northwest Airlines que voava de Xian para Guangzhou caiu, matando todas as 160 pessoas a bordo e classificando-se como o pior desastre aéreo da China, de acordo com a Aviation Safety Network.
Mercado
O provedor de dados de aviação OAG disse este mês que a estatal China Eastern Airlines era a sexta maior do mundo em capacidade semanal programada de assentos e a maior da China.
A China teve um mercado de aviação doméstico relativamente forte durante a pandemia de coronavírus, apesar das restrições apertadas aos voos internacionais.
O histórico de segurança do setor aéreo da China está entre os melhores do mundo na última década.
“A China Eastern e a China geralmente tiveram um bom histórico de segurança aérea na última década”, disse Shukor Yusof, chefe da consultoria de aviação Endau Analytics, com sede na Malásia.
“A CAAC tem normas de segurança muito rígidas e só precisamos esperar mais detalhes para ajudar a esclarecer a causa plausível do acidente.”
As ações da Boeing Co BA.N caíram 6,4%, para US$ 180,44 no pré-mercado. A Boeing não respondeu imediatamente a um pedido de comentário.
As ações da China Eastern Airlines 0670.HK em Hong Kong fecharam em queda de 6,5% após a notícia do acidente, enquanto suas ações CEA listadas nos EUA caíram 17% nas negociações de pré-mercado.
*Com CNN e Reuters
Um abrigo antiaéreo pode ter garantido a sobrevivência de parte das cerca de 500 pessoas que estavam abrigadas em um teatro na cidade sitiada de Mariupol nesta quinta-feira (17), segundo a prefeitura local. O local, acusa o governo ucraniano, foi alvo de um dos mais fortes ataques aéreos russos até agora. Equipes de resgate ainda buscam sobreviventes nos escombros ao longo do dia.
Um assessor da prefeitura de Mariupol afirmou que o abrigo antiaéreo que existe no teatro resistiu aos atques e que, por isso, há sobreviventes, mas ainda não soube especificar quantos.
“O abrigo antibombas resistiu. Agora os escombros estão sendo removidos. Há sobreviventes. Ainda não sabemos sobre (número de) vítimas”, disse o assesor municial Petro Andrushchenko à Reuters por telefone.
Uma funcionária da TV estatal russa, Canal 1, interrompeu um programa ao vivo para protestar contra a guerra na Ucrânia.
A manifestante foi reconhecida como Marina Ovsyannikova. Ela apareceu durante a transmissão com um cartaz que dizia “Não acredite na propaganda. Eles estão mentindo pra vocês aqui.” Enquanto mostrava o cartaz, Marina gritava “Parem com a guerra. Não à guerra”.
Ela gravou uma mensagem separada de antemão na qual ela disse que tinha vergonha de ser uma funcionária do Canal 1.
“O que está acontecendo na Ucrânia é um crime e a Rússia é a agressora”, disse Marina, acrescentando que seu pai era ucraniano.
Segundo a agência de notícias russa Tass, O Canal 1 disse que estava realizando uma revisão interna do incidente.
A TV estatal é a principal fonte de notícias para muitos milhões de russos e segue de perto a linha do Kremlin.