O Ministério de Relações Exteriores da Rússia afirmou nesta terça-feira (17) que as negociações de paz com a Ucrânia não estão acontecendo “de nenhuma forma”, segundo a agência de notícias russa Interfax.
De acordo com a agência, o vice-ministro de Relações Exteriores, Andrey Rudenko, culpou a Ucrânia pela paralisação das conversas de paz.
“As negociações não estão acontecendo. A Ucrânia praticamente se retirou do processo de negociação”, afirmou Rudenko à Intefax.
A última conversa presencial entre os negociadores aconteceu há mais de um mês e meio, quando representantes de ambas as partes se reuniram em Istambul, na Turquia. Na ocasião, a Ucrânia se comprometeu a adotar a neutralidade – o que na prática significa que o país não pode aderir a alianças militares como a Otan.
Em troca, Moscou retirou suas tropas de Kiev e dos arredores. Desde então, no entanto, as duas partes não conseguiram alcançar mais nenhum acordo.
Uma pessoa morreu e quatro ficaram gravemente feridas durante um tiroteio em uma igreja da cidade de Laguna Woods, na Califórnia, neste domingo (15). O suspeito do crime foi detido e a arma apreendida pela polícia. Pelo menos uma pessoa teve ferimentos leves.
A polícia e equipes de socorro chegaram ao local minutos depois do ataque, atenderam as vítimas com ferimentos leves no local e encaminharam casos graves a hospitais da região, segundo o departamento policial do Condado de Orange, onde fica a cidade. Ainda não se sabe o motivo do ataque.
Mapa mostra localização de Laguna Woods — Foto: g1
O tiroteio começou por volta das 13h26 (hora local, 17h26 no horário de Brasília) na igreja presbiteriana Geneva. O xerife do condado disse que agentes do FBI ajudam no caso, segundo o jornal “LA Times”.
O crime aconteceu um dia depois de outro tiroteio, em um supermercado em Buffalo, no estado de Nova York, deixou dez pessoas mortas e outras três feridas, segundo a polícia.
A Corte Constitucional da Colômbia descriminalizou o suicídio assistido no país após uma decisão publicada nesta quarta-feira (11).
Com a aprovação da mais alta corte, a Colômbia se torna o primeiro país da América Latina a permitir que médicos administrem remédios que levem um paciente à morte a seu pedido.
A medida é autorizada, com supervisão médica, para quem esteja sofrendo com doenças sérias ou incuráveis. A eutanásia – quando o paciente escolhe morrer em um procedimento com presença de equipe médica – é legal na Colômbia desde 1997.
No caso da eutanásia, o paciente é o responsável pela administração do medicamento que o levará à morte. Com a aprovação do suicídio assistido por médicos, pacientes que não tem condições de executar o ato final poderão acessar ao direito de escolha do momento de morrer.
A decisão aprovada por seis dos nove juízes da corte exige que os pacientes cumpram padrões que já estão em vigor para a eutanásia: Suíça, Holanda, Luxemburgo, Canadá, Austrália, Espanha, Alemanha e alguns Estados dos EUA também permitem o suicídio assistido.
Em janeiro deste ano, a eutanásia foi usada pela primeira vez no país por uma pessoa que sofria de uma doença não terminal. Nos últimos seis anos, o Ministério da Saúde colombiano registrou 178 procedimentos de eutanásia feitos no país.
O Estado-Maior do Exército da Ucrânia advertiu hoje (9) para a “alta probabilidade de ataques com mísseis” das forças russas. O alerta é feito no dia em que Moscou comemora o Dia da Vitória sobre a Alemanha nazista na Segunda Guerra Mundial.
Segundo as chefias militares ucranianas, a Rússia destacou cerca de 19 batalhões táticos para a região Belgorod, sobre a linha de fronteira com a Ucrânia. Os batalhões incluem aproximadamente 15.200 integrantes, tanques, baterias de mísseis e outros tipos de armamento.
Em algumas áreas da região de Zaporizhia, as forças russas estão, de acordo com Kiev, “apreendendo documentos pessoais da população local sem uma boa razão”. As autoridades ucranianas alegam que as forças russas forçam as populações locais a participar das comemorações do Dia da Vitória. A Praça Vermelha, em Moscou, é palco, nesta segunda-feira, do tradicional desfile militar de 9 de maio.
Com base em relatório diário dos seus serviços de informações militares, o Ministério britânico da Defesa afirma que a Rússia está esgotando suas munições de precisão. A situação deverá resultar no recurso a armamento impreciso, que pode disseminar ainda mais a devastação em solo ucraniano.
O relatório britânico estima que, embora a Rússia tenha afirmado que “as cidades ucranianas estariam, portanto, a salvo de bombardeios”, as munições imprecisas representam risco crescente
“Como o conflito continua além das expectativas russas do pré-guerra, as reservas russas de munições guiadas com precisão provavelmente já se esgotaram”.
“Isso obrigou à utilização de munições antiquadas, mas disponíveis, que são menos fiáveis, menos precisas e mais facilmente interceptadas”, diz o relatório.
Londres acrescenta que a Rússia “provavelmente terá dificuldades para substituir o armamento de precisão que já gastou”.
A Rússia não usará armas nucleares na Ucrânia, disse nesta sexta-feira (6) o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores do país, Alexei Zaitsev.
Em entrevista, Zaitsev afirmou que o uso de armas nucleares pela Rússia – um risco que as autoridades ocidentais discutiram publicamente – não é aplicável ao que Moscou chama de operação militar especial na Ucrânia.
“Nenhum de nós pode encarar de ânimo leve a ameaça representada por um potencial recurso a armas nucleares táticas ou armas nucleares de baixo rendimento”, disse o diretor da Agência Central de Inteligência (CIA) dos Estados Unidos, William Burns,citando os reveses que a Rússia sofreu na Ucrânia,
A Coreia do Norte disparou um míssil balístico nas águas de sua costa leste nesta quarta-feira (4), informaram os militares sul-coreanos.
O projétil foi lançado de Sunan, uma área da capital norte-coreana de Pyongyang, disse o Estado-Maior Conjunto da Coreia do Sul.
Enquanto isso, o vice-ministro da Defesa japonês Makoto Oniki disse que estima-se que o míssil tenha voado a uma altitude máxima de cerca de 800 quilômetros em uma distância de cerca de 500 quilômetros antes de cair no mar fora da Zona Econômica Exclusiva do Japão.
Um ataque com foguete atingiu uma moradia e uma igreja na cidade portuária de Odessa, no Mar Negro, no sudoeste da Ucrânia, na noite de segunda-feira, matando uma criança, disseram autoridades.
Cinco pessoas estavam na edificação residencial quando o foguete atingiu o local, segundo a agência de notícias Interfax Ucrânia, citando um oficial de segurança no porto. Uma segunda criança foi levada para o hospital.
O funcionário disse que a explosão danificou janelas, paredes e o telhado da igreja ortodoxa adjacente.
O secretário do Conselho de Segurança da Ucrânia, Oleksiy Danylov, citado pela mídia, confirmou que o ataque causou morte e feridos. Ele confirmou ainda que o ataque danificou o telhado da igreja.
No sábado, o aeroporto da cidade foi alvo de um disparo de míssil russo. O ataque destruiu a pista, mas não provocou vítimas, anunciou o governador da região, Maxim Marchenko.
Odessa é a terceira maior cidade da Ucrânia e abriga o maior porto comercial marítimo do país.
Para curar feridas, você deve amar – assim acredita uma mulher que não só perdoou o homem que matou seu marido 28 anos antes, durante o genocídio de Ruanda, como também permitiu que sua filha se casasse com o filho dele.
Bernadette Mukakabera tem contado sua história como parte dos esforços contínuos da Igreja Católica para reconciliar uma sociedade dilacerada desde 1994, quando cerca de 800 mil pessoas foram assassinadas em 100 dias.
“Nossos filhos não tiveram nada a ver com o que aconteceu. Eles simplesmente se apaixonaram e nada deveria impedir as pessoas de se amarem”, disse Bernadette à BBC.
Ela e seu marido Kabera Vedaste eram da comunidade tutsi, perseguida depois que um avião transportando o então presidente de Ruanda, de etnia hutu, foi derrubado em 6 de abril de 1994.
Em poucas horas, milhares de hutus, doutrinados por décadas de propaganda que estimulava ódio, iniciaram assassinatos organizados – voltando-se contra seus vizinhos tutsis em todo o país.
Um deles era Gratien Nyaminani, cuja família vivia perto da casa de Bernadette em Mushaka, no oeste de Ruanda. As duas famílias eram de fazendeiros.
Depois que os massacres terminaram, com um grupo rebelde tutsi tomando o poder, centenas de milhares de pessoas acusadas de envolvimento nos assassinatos foram detidas.
Gratien foi preso e mais tarde julgado por um tribunal comunitário, conhecido como gacaca, criado para lidar com suspeitos de participação no genocídio.
Nessas audiências semanais, as comunidades tiveram a chance de encarar acusados e ouvir e depor sobre o que aconteceu – e como aconteceu.
Em 2004, Gratien contou a Bernadette como ele havia matado seu marido e se desculpou. Na mesma audiência, ela escolheu perdoá-lo.
Isso significava que ele não teve que cumprir uma pena de 19 anos de prisão, mas uma sentença de serviço comunitário de dois anos.
‘Eu queria ajudar’
Durante os 10 anos em que esteve detido antes de seu pedido de desculpas público, sua família tentou fazer as pazes com Bernadette e seu filho Alfred, que tinha cerca de 14 anos quando seu pai foi morto.
A filha de Gratien, Yankurije Donata, que tinha cerca de nove anos na época do genocídio, começou a ir até a casa de Bernadette e ajudar na casa.
“Decidi ajudar a mãe de Alfred a fazer tarefas domésticas e da fazenda porque ela não tinha mais ninguém para ajudá-la, já que meu pai era o responsável pela morte do marido dela”, disse Yankurije à BBC.
“Acho que Alfred se apaixonou por mim quando eu estava ajudando a mãe dele.”
Bernadette ficou emocionada com sua consideração: “Ela me ajudou sabendo bem que o pai dela matou meu marido. Ela sabia que eu não tinha ajuda porque meu filho estava no internato. Eu amei seu afeto e o seu comportamento – é por isso que não recusei que ela se tornasse a esposa do meu filho.”
Mas para Gratien não foi tão simples – ele ficou cético, inicialmente, quando soube da proposta de casamento.
“Ele ficava se perguntando como e por que uma família que ele machucou tanto gostaria de estar ligada à sua filha”, disse Yankurije.
O casal, junto com Bernadette (à esq.) e Gratien (dir.) — Foto: BBC
Por fim, ele ficou convencido e abençoou a união. Bernadette demonstrava que não tinha nenhum problema em relação a Yankurije.
“Eu não tinha nenhum ressentimento em relação à minha nora por causa das ações do pai dela”, diz Bernadette. “Eu sentia que ela poderia ser a melhor nora para mim porque me entendia melhor do que ninguém. Eu convenci meu filho a se casar com ela.”
O casal se casou na igreja católica local em 2008.
Foi onde Gratien confessou diante da congregação depois de completar seu serviço comunitário dois anos antes – buscando perdão.
‘Sem reconciliação, sem comunhão’
A igreja tem estado no centro dos esforços para juntar as comunidades na área.
O padre Ngoboka Theogene, da Diocese de Cyangugu, diz que as pessoas abraçaram o programa de reconciliação. Várias outras denominações vêm trabalhando com iniciativas semelhantes.
As igrejas percebem que as pessoas não têm escolha a não ser viver juntas, então muito melhor fazê-lo em paz e compreensão.
“Aqueles acusados de crimes de genocídio não podem receber o sacramento até que se reconciliem com a família de suas vítimas”, explica o padre Ngoboka.
A reconciliação final acontece em público, uma ocasião em que acusado e vítimas estão juntos.
“A vítima estende as mãos para o acusado em sinal de perdão“, diz ele.
Um evento recente em Mushaka marcou os 28 anos do genocídio e promoveu maneiras de comunidades coexistirem. Pouco antes, Gratien havia morrido.
“Quando falamos de mudança, não se trata de mudar a cor da pele, mas mudar o caráter”, disse o organizador do evento, Apiane Nangwahabo, da paróquia de Mushaka.
“Uma mudança nos sentimentos é importante antes de decidir viver uma vida santa.”
Foi aqui que Bernadette falou sobre o casamento do filho com a filha do assassino do marido.
“Eu amo tanto minha nora e não sei como eu teria sobrevivido se ela não estivesse aqui para me ajudar depois que meu marido morreu.”
Ela diz que está comovida por ver que a história de amor de Alfred e Yankurije estimulou muitos outros a buscarem e oferecerem perdão.